Nota: Love Hina Christmas Special não terá pontuação. A razão disto é que se a anime não é capaz de pôr um mínimo esforço, então não recebe pontuação. Mesmo quando algo é mau, desde que eu veja que alguém, algures se interessou, recebe pontuação. Isto? Não. Portanto podem considerar esta anime demasiado irrelevante para pontuação.
Então… 2016 foi uma porcaria, huh? Parece que nem o Natal está a ajudar isso (pelo menos não me está a ajudar a mim). Portanto decidi, que melhor maneira de celebrar um Natal que eu não estou a sentir, com uma das piores animes de Natal possível! Porque é que eu vou fazer isso? Porque sou um masoquista, obviamente.
A anime de que vou falar hoje é Love Hina (só o especial de natal, porque até eu tenho limites) que tem uma história de vida deveras interessante. É uma das animes e mangas mais populares de sempre, tendo vendido mais de 16 milhões de volumes e mais de 1 milhão de DVDs, para não falar em inúmeros prémios na indústria. E, no entanto, ninguém fala dela hoje em dia. Porquê? Bem, não posso dizer com certeza, mas suspeito que tem a ver com a altura em que saiu. Love Hina saiu na América mesmo naquela altura perfeita em que anime estava a começar a tornar-se popular e, muito provavelmente, era completamente diferente do que a maior parte estava habituado. Para os que não sabem, Love Hina é sobre um cromo chamado Keitarō Urashima, que está a tentar (e a falhar) entrar na Universidade de Tóquio por causa de uma promessa que fez quando era miúdo a uma rapariga. Os pais dele estão a ver que ele provavelmente não vai entrar e por isso mandam-no para tomar conta do complexo de apartamentos só para raparigas da avó dele e muitas situações harem e ecchi acontecem. Diria que foram estes os elementos que surpreenderam as pessoas, dada a “sensualidade” presente, à qual não estavam habituados. Pena que é uma porcaria. Love Hina é daquelas coisas que toda a gente se lembra de ter boas memórias mas, ao rever, NINGUÉM gosta. Não tem piada, as personagens são terríveis e, pelos padrões de hoje em dia, a sensualidade nem sequer é muito sensual. Mas pronto, mais vale parar de empatar. A análise de hoje será ligeiramente diferente porque o especial dura 45 minutos, logo será analisado de momento a momento.
O especial começa com um flashback do Keitaro e de dois dos seus interesses amorosos, a Naru Narusegawa (a miúda a quem ele fez a promessa [se bem que ele não sabe isso] e, na linguagem de hoje em dia, ela seria considerada uma Tsundere, se bem que o termo Otaku mais apropriado é Trash [mas lá chegaremos]) e a Mutsumi Otohime (não sei e não interessa), enquanto crianças a brincarem numa caixa de areia.
E depois um deles menciona um rumor de que se entrares na Universidade de Tóquio com alguém, vais ficar ligado a essa pessoa para sempre. Qual o objetivo deste momento? Relembrar-nos da premissa estúpida da série. É tudo. A cena não volta a ser mencionada e logo a seguir as 3 personagens… acordam do mesmo sonho? Estranho.
Corta para a Shinobu Maehara (Jailbait), a Kaolla Su (a Radical Ed se o Shinichiro Watanabe fosse estúpido) e uma outra rapariga (se não me engano o nome dela é Nem Vale A Pena Dar-Me Ao Trabalho De Procurar) que estão a falar do rumor de como se confessares o teu amor na véspera de Natal vai totalmente realizar-se.
Corta de volta para o Keitaro, a Naru e a Mutsumi a estudarem para o exame de entrada na Universidade, entram a Shinobu, a Kaolla e a Sarah McDougal (procurem vocês se quiserem) com fatos de natal e a Naru expulsa-as. PRÓXIMA CENA.
A Naru decide ir para casa estudar sozinha e, quando acaba, vai às compras. Durante ditas compras encontra o Keitaro e dois amigos (um deles tem a voz do Steve Blum na dobragem em inglês, o que é deprimente) a fazerem uma figura triste com disfarces natalícios para promover uma padaria e ganhar algum dinheiro extra para o Natal.
Na maior parte das pessoas isto provavelmente levaria a um comentário sarcástico sobre os fatos idiotas. No caso da Naru, ela diz que é preciso coragem para fazer isso com um tom e uma cara que a fazem parecer extremamente desapontada com ela. Se não tirarem mais nada desta análise, tirem a ideia de que a Naru Narusegawa é uma cabra. Ela é a pior versão possível do estereótipo da Tsundere: irritante, psicótica, reage com violência a todas as situações mesmo quando não são culpa do Keitaro e não tem uma única qualidade que a redima tirando o seu aspeto que, suponho, é mais ou menos atraente.
E voltamos para a Kaolla e para a Sarah, que estão à procura de onde os presentes de Natal estão escondidos. Acabam por encontrar um presente que a Naru vai oferecer a alguém e uma carta que vem junto e, notem que o que eu estou prestes a escrever é COMPLETAMENTE VERDADE E É O QUE ACONTECE NO ESPECIAL, as duas raparigas abrem a carta, lêem a palavra “amor” (SEM LEREM MAIS NADA DA CARTA, SÓ ESSA ÚNICA PALAVRA), vão dizer às outras e toda a gente assume que é uma carta de amor para o Keitaro.
…
Não me pagam que chegue para isto…
A Shinobu vê que o Keitaro está triste, dadas as ocorrências da noite anterior, e por isso diz-lhe o que toda a gente assume estar na carta. O Keitaro fica tão feliz que dança até ao telhado, cai e torce o tornozelo.
…
Sabem que mais? Esta porcaria é tão inconsequente e previsível que eu vou resumir tudo num parágrafo, porque estou farto de falar ou pensar nela.
Há mal entendidos, a carta era para outra pessoa e tinha um significado diferente, o dinheiro era para o Keitaro comprar um vestido à Naru, por alguma razão o especial continua 20 minutos mais do que devia com desperdícios desnecessários de tempo, eles juntam-se no final e citando um dos meus filmes preferidos, “He’s a creep, you’re a bitch and you all deserve each other”. O FIM.
Em termos técnicos, a animação é medíocre. As cores foram feitas digitalmente quando a tecnologia era nova, por isso têm um ar péssimo e, no geral, tem tudo péssimo ar. A música provavelmente existe mas era tão “bleh” que nem reparei. O J-Pop que aparece no início e no fim recebe a mesma crítica. Vi a dobragem em inglês, que está cheia de ótimos atores, mas como estão a trabalhar com um guião terrível, nada do que eles dizem soa bem. Espero que pelo menos tenham sido bem pagos.
Pensamentos Finais: Preferia beber um bidão de gasolina a voltar a ver isto. O pior nem sequer é o quão mau o especial é (no entanto, é bom que fique registado que é mau, É MUITO MUITO MAU) mas mais o desperdício de tempo que é. Foram à vida 45 minutos e não sinto nada para além de tédio e inércia. Se quiserem uma experiência mais enriquecedora que Love Hina Christmas Special, chupem uma bola de golfe durante 45 minutos. Vão estar mais divertidos que eu.