As primeiras impressões a Madan no Ou to Vanadis deixaram-me de pé atrás tendo em conta o que se passou na parte inicial da série. Um arranque no qual está englobada a combinação dos géneros ação/aventura & ecchi/harem, que muitas vezes funcionam em pleno mas que nesta produção pareciam estar a retirar interesse aos grandes acontecimentos adaptados do light novel original.
Treze episódios depois, a história atinge o seu fim e a verdade é que as dúvidas e os receios levantados nas primeiras impressões da obra prevaleceram. Vamos perceber porquê!
Madan no Ou to Vanadis | Uma história demasiado acelerada!
A parte mais importante de uma obra é por norma o enredo e as personagens que o acompanham! A banda sonora e os ambientes elaborados têm todo o seu valor mas acabam por funcionar mais como elementos adicionais que complementam a obra e a conseguem valorizar ainda mais nas alturas em que denotam grande qualidade.
Acontece que Madan no Ou to Vanadis teve desde início um grave problema: a falta de tempo! Não li o light novel que deu origem a esta adaptação, pelo que nem sequer sei com que nível de fidelidade a obra foi transformada em anime. Sei apenas que episódio após episódio tudo estava a acontecer muito rápido. A transição de batalhas, os diálogos dos principais intervenientes e a exploração de personagens que infelizmente quase nem existiu.
A história em si (previamente apresentada) resume-se às aventuras de Vorn Tigrevurmud e da War Maiden que o acompanha, Eleanor “Ellen” Vertalia, numa luta acesa contra o Duke Thernadier. Creio que “resumir” seja mesmo a palavra mais indicada depois dos argumentos apresentados em cima. Note-se que até Thernadier, o grande antagonista, mal aparece em cena.
Perante esta situação, fica claro que se o anime tivesse mais um bom número de episódios, aí Madan no Ou to Vanadis teria outro impacto. As próprias War Maidens, que se não me falha a memória são sete, mal aparecem com exceção de Ellen, Ludmila Lourie e mais uma ou outra cuja aparição em cena foi mais rápida que o Flash do universo DC.
A sensação que fica é que tudo isto podia ser diferente … sente-se o valor da história, mas ele não é visível, visto que em torno de tudo isto está uma atraente conceção medieval que faz par com um clima de fantasia associado à presença das War Maidens: as ditas “Donzelas da Guerra”, cuja reputação nos campos de batalha faz concorrência aos mais bravos e talentosos guerreiros.
Madan no Ou to Vanadis | Ambiente
De facto, o ambiente medieval e guerras inerentes que envolvem toda a história de Madan no Ou to Vanadis despertam qualquer adepto que se deixe fascinar por estes momentos que marcaram a história da Humanidade, pena é a velocidade a que os vários confrontos decorrem.
Um verdadeiro “caso bicudo”! Assim se pode definir esta adaptação, senão vejamos: a produção decidiu incluir durante as batalhas uma visão do género de um tabuleiro de xadrez onde explica os movimentos das várias tropas e grupos organizados que estão envolvidos na batalha. Uma bela ideia na minha humilde opinião pois ajuda a perceber muito bem o que se passa. Todavia, estas apresentações adicionais também retiram tempo às batalhas em si que por norma já é curto. Com circunstâncias destas torna-se realmente complicado agradar o espetador.
Sobre o opening e o ending, resta-me reforçar a ideia que já deixei no artigo das primeiras impressões, ou seja, estão muito bons, tanto ao nível musical como de animação. Já a banda sonora consegue apenas por vezes ir além do satisfatório.
Por falar em animação, a dita cuja fica ligeiramente abaixo da vertente musical. Com exceção de pequenos actos como é caso de quando os principais antagonistas e protagonistas da história usam os seus poderes mais fortes, pois aí a parte animada parece ir até ao mais pequeno dos detalhes, nos restantes momentos não nos “enche as medidas”.
Madan no Ou to Vanadis | Juízo Final
Resumindo, Madan no Ou to Vanadis é uma produção que não é fácil recomendar ou desaconselhar a alguém, especialmente porque quase todos os seus pontos característicos têm algo de bom e, em simultâneo, se deixam inevitavelmente afetar por questões menos positivas como a do curto espaço de tempo concedido à trama.
No positivo, destaque para os ambientes medievais, para os vídeos das movimentações estratégicas durante as guerras, para os efeitos provocados pelos poderes das War Maidens e do arco de Tigre, que diga-se, estão muito bem desenvolvidos, e para a banda sonora da obra.
No negativo, o ritmo extremamente acelerado que a história teve de tomar ao resumir-se a treze episódios de transmissão que, como já foi explicado, acaba por afetar todos os parâmetros importantes de uma forma negativa, inclusive a presença das War Maidens e outras personagens que supostamente teriam mais relevo para o rumo dos acontecimentos. O próprio conjunto harem/ecchi, que na estreia da série dava a ideia de ser um ponto muito focado, a certa altura praticamente desapareceu.
Para terminar, a história de Madan no Ou to Vanadis é digna da vossa atenção, principalmente caso gostem deste género de séries que misturam guerras e “criaturas” com poderes mágicos e sobrenaturais. Já a adaptação em si parece ter condicionado muito aquilo que poderia ter sido uma produção de grande sucesso caso o tempo concedido à trama tivesse sido mais alargado. Apesar desta falha suprema, o anime vê-se bem, isto é, não é “maçudo” para o espetador, facto que também tem o seu valor logo, conceder-lhe uma oportunidade não será uma má opção de todo.
Análises
Madan no Ou to Vanadis
Uma história que precisava claramente do dobro dos episódios para ter outro tipo de impacto no universo anime.
Os Pros
- Banda Sonora
- Produção Visual
Os Contras
- Poucos episódios.