>>> ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS!<<<
E a grande aventura pelo Abyss começa!
Ao menos esperava eu. Este episódio não possuiu o hype que o último deu a entender. A Riko e o Regu mandaram-se para o Abismo para iniciar a sua jornada e tudo dava a concluir que o 4º episódio seria já um início conturbado. Tal não aconteceu, no entanto isso não significa que tenha sido um mau começo.
Made in Abyss – Opinião Episódio 4 | História
O episódio começou de forma demasiada lenta tendo em consideração o final do último episódio, que demonstrava uma maior tensão no que se seguia.
Um factor interessante logo à cabeça foi a Riko e o Regu terem saltado para um buraco negro e acordarem num local extremamente ensolarado. Supostamente, a luz do sol não deveria ter um alcance maior do que na superfície.
Foi de imenso bom tom explicarem este pequeno pormenor. Como disse Regu, aquilo acontece pela distorção no campo de força que está a conduzir a luz diretamente para ali. Por isso é que aquele local consegue ser mais iluminado que a superfície.
Continuando a viagem, Made in Abyss proporciona bastantes situações onde podemos ver a interação dos principais personagens, ao mesmo tempo que passam informações interessantes. Por exemplo, os dotes culinários da Riko, algo que pode parecer corriqueiro mas que possui extrema importância quando a questão “sobrevivência” está em jogo. Ou que as equipas de resgate funcionam em grupos de três pessoas e que existe uma rota normal que todos os Cave Raiders supostamente têm de seguir.
Ou ainda quando ela diz a seguinte frase depois de perder a bússola no rio:
Tudo o que é retirado do Abismo será devolvido um dia.
Riko apenas falava da sua bússola, mas indiretamente o diretor deu informações sobre ela. A personagem nasceu no Abismo, ou seja, faz parte dele, e foi retirada de lá para a superfície. Se tudo o que é retirado do Abismo sempre retorna, então, de um modo ou outro, seria o destino da Riko voltar àquele lugar. Aliás, Hobo (o personagem que é apresentado mais à frente) também diz que mais cedo ou mais tarde a Riko iria voltar para aquele local.
O que mais me intrigou neste episódio, foram os documentos que o Líder deixou na mochila do Regu. Melhor, não o que deixou mas o porquê. Com esta ação, ficou explícito que quando o Líder contou no 2º episódio a história da Lyza à Riko, foi simplesmente para ativar a vontade desta de ir procurar a mãe. Agora, o Líder provoca a Riko, fornece aqueles documentos e depois deixa uma mensagem a dizer que no amanhecer vai capturá-los? Será que foi ele que enviou aquilo sequer? Ou foi só para lhes meter medo?
Como questionei nos primeiros três episódios, a Riko está a sentir as consequências físicas de estar no Abyss mas num nível muito pequeno, já que quando o Nat, no 2º episódio, explorava a primeira camada com o Regu estava a sentir-se bastante mal, logo a pessoa “normal” estaria a sentir as coisas mais intensamente.
Após a interação entre os dois principais personagens, apareceu o Hobo que serviu como ponte de informação. Através deste foi-nos possível saber que:
- Existem Cave Raiders com características especiais (o Hobo era muito rápido);
- A possibilidade de doenças estranhas na 2ª camada do Abismo (o Hobo deu um frasco que era uma vacina para prevenir a Riko de apanhar alguma doença de lá);
- Foi apresentada a guardiã (único apito branco ativo) do acampamento para onde a Riko e o Regu se dirigem: a Ozen, The Immovable;
- Que foi esta guardiã que encontrou a carta da Lyza e que a ajudou quando a Riko nasceu;
- E que, por algum motivo, existe algum problema da Ozen com a Riko.
Aqui e ao longo de todo o episódio consegue-se discernir como a Riko é “mesmo criança” e ingénua e como o Regu consegue ser “mais adulto” e racional.
Made in Abyss – Opinião Episódio 4 | Ambiente
A animação e banda sonora de Made in Abyss seguiu uma linha de consistência ao longo de todo o episódio. Neste aspeto, não se pode apontar muito ao estúdio Kinema Citrus que está a fazer bem o seu trabalho.
O contraste entre a primeira e a segunda camada do Abismo é muito interessante. Enquanto na primeira as cores são vivas e brilhantes, tanto do espaço em redor como dos próprios personagens, na segunda os tons viram “baços”, mais escuros e sem brilho. Aliás, é perceptível o imenso nevoeiro que dá um ar mais pesado à cena. É verdade que quanto mais se desce menor é a possibilidade de haver boa iluminação (mesmo com distorções de luz), no entanto, penso que tal também tenha algum simbolismo, mais não seja que a partir daquele momento as coisas vão ser mais complicadas.
Um ponto curioso na questão da animação foi a diferença da arte do episódio em geral (personagens, ambiente) com os monstros que apareceram. Claro está que o responsável não é o mesmo, mas realmente o design é mesmo destoante. Kou Yoshinari decidiu colocar o seu cunho pessoal e fazer algo diferente na questão dos monstros. E eu achei muito bem conseguido! Se estamos num lugar onde estão escondidos animais e seres que não existem à superfície, porque não monstros com um estilo totalmente dispare? Sinceramente acentuou ainda mais o fator do desconhecido e do impossível e teve significado na história.
Made in Abyss – Opinião Episódio 4 | Aspetos Gerais
O episódio quatro de Made in Abyss foi extremamente calmo para o que o final do 3º episódio quis antever. Contudo, a Riko e o Regu iam começar pela primeira camada, estávamos à espera do quê? Os apitos vermelhos já podiam andar por aquela zona a explorar, então nem tudo era novidade.
Este serviu para nos mostrar a interação entre eles os dois e para nos preparar para o que vem aí. O final do episódio deu claramente a entender que “coisas angustiantes” vão ocorrer com a presença da Ozen. Então, devemos poder esperar algum drama e tensão no próximo capítulo.
Apesar de muitos insinuarem que foi demasiado lento e que nada aconteceu, não podemos descurar que num episódio chegamos já à 2ª camada do Abismo! Na 1ª fase não poderia acontecer nada de muito novo, então o diretor permitiu-nos acompanhar a aventura da Riko e do Regu, observar toda a atmosfera do Abismo e fazer-nos sentir como se ali estivéssemos.
Pensamentos finais:
- Ainda não se sabe nada da coelha que aparece na ending dos episódios;
- A Riko sem o Regu já tinha sido comida por um bicho qualquer.
Sugestão:
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