Manga Attack on Titan Volume 17 – “Escape from King Titan”
O volume 17 de Shingeki no Kyojin assinala o fim de mais uma saga desta história fantástica de Hajime Isayama. Uma saga que já decorria desde o volume 13 da manga e que podemos intitular de “A Revolta”.
Após um conjunto de grandes diálogos sobre as verdadeiras origens da Humanidade neste universo, foi a ação que tomou conta dos primeiros dois capítulos deste volume, com todo o Exército a lutar contar o recém transformado Titã, Rod Reiss. O objetivo era evitar que este destruísse o pouco que resta da população humana e do seu território. Eren teve um papel crucial neste desfecho, e pelo meio ainda descobriu novos poderes da sua forma Titã. Mas porque isto são acontecimentos que vocês devem desfrutar durante a leitura da manga, quero apenas destacar a forma Titã de Rod Reiss. Já vi muitos Titãs esquisitos, mas poucos como este. A rastejar durante a maior parte do tempo e com falta de um corpo devidamente desenvolvido, esta criatura foi das mais inusitadas que a história já apresentou no que à raça dos Titãs diz respeito.
E porque nas grandes batalhas se sobressaem os grandes guerreiros, as grandes atitudes e as grandes frases, esta luta da Humanidade contra Rod Reiss destaca um herói coletivo. Isto é, a Humanidade em si, ou, se antes preferirem, o Exército que agora governa dentro das Muralhas, lado a lado com Historia Reiss. E é caso para se dizer que é mesmo para ficar na história a determinação desta personagem, que desde o conflito com o pai que vem a demonstrar uma grande força de vontade e determinação na luta pelos seus objetivos, pela defesa dos Humanos. Costuma-se dizer que a sorte protege os audazes. Ao fazer com que Historia Reiss destruísse a parte Titã do corpo de seu pai que lhe pôs fim à vida, Hajime deu vida à nova heroína do povo, que mais tarde viria a ser coroada Rainha.
Por seu lado, a segunda parte deste volume de Attack on Titan pôs de lado as batalhas, para se focar no passado do agora falecido Kenny Ackerman e para preparar o novo arco da história. Um processo que resulta num volume com uma dose q.b. de todo o tipo de momentos que Shingeki no Kyojin tem para nos oferecer. Enredo de grande nível, suspense, ação e drama. Isto para não falar nos desenhos de alta qualidade com que somos presenciados, tanto no detalhe como pelos contrastes que realçam as várias janelas de cada cena. Acaba por ser algo com que não nos temos de preocupar, apenas parar para apreciar. Basicamente, é ler, desfolhar e desfrutar.
Como mencionei no parágrafo anterior, Kenny Ackerman perde a vida por culpa das explosões que se fizeram sentir no esconderijo onde tinham decorrido os últimos grandes acontecimentos. O terceiro capítulo foi então focado no passado deste guerreiro, que muito cedo se viu envolvido nos enigmas da verdadeira realeza (família Reiss). Muito diálogo é verdade, mas penso que valeu a pena por tudo o que foi abordado. Primeiro veio a confirmação da personalidade do próprio Kenny. Uma personagem que nunca foi totalmente controlada por ninguém, como já tinha referido antes, e que em poucos momentos da vida olhou para outros interesses que não os seus. Uma das exceçãos foi quando tomou conta de Levi.
Mas isto do livro sobre os Ackerman ainda tem muito que desfolhar. Kenny provou ser alguém fiel a si mesmo, pois teve a opção de resistir (ainda que de forma não muito controlada) à morte, pelo menos por mais uns tempos. Todavia, marcado por um dos encontros que teve no passado com Uri Reiss, descartou essa opção. Simplesmente resignou-se e aceitou que aquela era a hora natural dele. Porém, não deixou de ter um fim interessante, por intermédio do diálogo que teve com Levi, no qual revelou ser seu tio.
Ainda no que a Kenny e Uri Reiss diz respeito, é com eles que ficamos a saber que os Ackerman sempre foram os maiores adversários dos Reiss. A manipulação das memórias nunca funcionou com os Ackerman, ou seja, os Reiss nunca conseguiram controlar esta família, fazendo dela a sua inimiga número um. Ora se Kenny já cá não está, restam pelo menos Levi e Mikasa. Esta última passou muito despercebida nos últimos tempos.
O último capítulo acabou por ser o mais aborrecido. Nada de anormal até aqui, uma vez que foi o responsável por fazer a ponte entre arcos. Com um avanço no tempo, pois as coisas mudaram um pouco e estabilizaram desde a morte de Rod Reiss, Eren procura respostas para as atitudes do seu pai. Um mistério que poderá ser desenvolvido no próximo volume, ou não. Tudo dependerá se o jovem Yeager conseguir falar com Keith Shadis, um dos membros do exército que viu o seu pai conversar numa das suas visões do passado. Com pequenos passos, fica a sensação de estarmos mais perto de descobrir os segredos escondidos por Grisha Yeager em Shiganshina.
Apesar de tudo, houve espaço para, nas últimas páginas, deixar os leitores a desejarem por mais. Um momento de luta entre Titãs que nos mostrou a personagem (desconhecida?!) que se esconde por trás do Beast Titan. Este poderá ser o líder de Reiner Braun e Bertolt Hoover. O objetivo deste trio continua a ser a obtenção da “Coordinate”, poder que atualmente se encontra na posse de Eren e que lhe permite controlar os Titãs. Sem dúvida alguma, novos combates muito interessantes estão para chegar.
Assim terminou uma saga que, a meu ver, não foi tão brilhante como as anteriores, quem sabe pela ausência dos Titãs. O foco foi a tentativa (com sucesso!) dos Survey Corps em descobrir todos os mistérios e enigmas escondidos entre os vários responsáveis pelas Muralhas da Humanidade. Por outras palavras, derrubar o governo.
Poucos foram os combates de alto nível e os acontecimentos inesperados a que a história já nos habituou. Que me lembre de ter ficado na retina, só mesmo o duelo entre Kenny e Levi Ackerman, e algumas cenas em que estiveram envolvidos membros da Reeves Company. Interessa então dizer que esta saga, fundamental para o leitor perceber como estavam interligadas muitas das peças deste grande puzzle, está ultrapassada. Novas aventuras muito interessantes parecem estar aí à porta, pelo que esperemos que Attack on Titan volte a subir até ao patamar de excelência que já atingiu noutros tempos.
Análises
Manga Attack on Titan Volume 17
Chegou ao fim a saga que pôs de lado os Titãs para explorar a fundo os mistérios e enigmas escondidos pelos principais responsáveis das Muralhas que protegem a Humanidade. Sem Titãs, esta história não é a mesma coisa!
Os Pros
- Consistência Geral
- Ambiente
- Enredo
Os Contras
- Capa