Bleach | Capítulo 640 – ” Baby, Hold Your Hand 3 (Mad Lullaby no.7) “
A questão que nos foi deixada no último capítulo de Bleach remete-nos a um confronto entre dois tipos de evolução. De um lado Mayuri com sua ciência louca, personifica uma metamorfose empírica, e do outro, o braço esquerdo do Soul King que recorre a uma progressão automatizada conforme os desafios que encontra pela frente. Mayuri é um incrível oponente para qualquer pessoa, sendo que não me lembro de o ver ser derrotado de forma completa, ou que mostrasse que Mayuri é completamente inferior ao inimigo.
Pernida está enfrentar um dos maiores intelectos que o mundo de Bleach possui. Tendo esta premissa em conta, vamos agora considerar, quando é que a progressão no seu sentido literal estanca? Quando não necessita de evoluir mais para que possa subsistir em determinado ecossistema. Aplicando então isto a este caso em específico, Pernida só irá estancar a sua progressão, quando não tiver um adversário para derrotar, ou seja, a sua evolução só irá paralisar o seu estado de mutação, quando a própria existência do Mayuri deixar de ser uma realidade.
Porém, o que fez com que Pernida se libertar-se não foi necessariamente a sua habilidade em termos evolutivos, mas sim em termos Quincy. Pois é, apesar de tudo não nos podemos esquecer que esta personagem tem natureza Quincy, o que significa que pode utilizar as suas habilidades. O corpo da Ashisogi Jizou estava preparado para a habilidade natural do Pernida mas não para os seus poderes Quincy.
Não obstante a tudo isto, está ainda por clarificar se Pernida evolui por si só, ou apenas quando se regenera. Vemos neste capítulo, que após a regeneração dos dedos que tinham sido destruídos, o discurso dele ficou fluído, percetível e rico. Deixou de parecer um monstro desprovido de pensamento, transformando-se cada vez mais num braço bastante inteligente, se é que se pode deferir um braço com tal objetivo.
Todos estes acontecimentos abrem portas para a segunda parte do capítulo, que por sua vez foi introduzida na primeira página. Neste vemos uma memória da Nemu, ela a abrir os olhos pela primeira vez, e a ouvir a voz do Mayuri. Sem ela, este além do braço que teve que sacrificar, estaria com uma grande flecha nas costas. Com este desfecho, é fornecido algum desenvolvimento sobre a Nemu, e sobre o elo peculiar que une estes dois seres pseudo humanos. Nemuri Nanagou é o nome verdadeiro desta Nemu. Nanagou significa número 7, ou seja, concluímos então que esta é a sétima Nemu que Mayuri criou, assim como também é indicado pelo subtítulo: Mad Lullaby no.7. O facto de ser a Nemu que durou mais tempo e que aprendeu e viveu mais, devido à sua existência coincidir com uma quantidade enorme de acontecimentos invulgares na história da Soul Society, levou a desenvolver personalidade, racionalização de acontecimentos e decisões provenientes de vontade própria.
Só este pequeno título, com a pouca informação que nos é fornecida, bem como pela reações e diálogos de Mayuri, é insinuado que este ao perder esta versão da vice-capitã não perde apenas o tempo e dedicação da maturação da melhor versão da Nemu que já construíra. Acho que Kubo nos quer dar a entender que ela é um pouco mais que uma simples assistente.
“Lullaby” é definida como uma construção sonora, que foi criada com estruturas que possuem o objetivo de acalmar alguém, portanto, penso que o significado da existência da Nemu para Mayuri, vai muito além de ocupar o lugar de assistente no seu sentido mais básico. Um intelecto incompreendido e um organismo artificial, serão estes duas peças de puzzles diferentes que se apaziguam de forma inconsciente?
Ainda assim, isto não passa de uma teoria que vamos ter que esperar para obter confirmação.