Bleach | Capítulo 645 – ” Don’t Chase a Shadow “
Muitos foram os jogos que tivemos a oportunidade de jogar enquanto crianças. Mas existiam sempre aqueles clássicos que eram logo escolhidos, no caso de nos encontrar-mos com um grupo de crianças. Entre os sonantes “esconde-esconde” ou “caça-caça”, existia outro muito requisitado, que tal como estes dois anteriores, varia de nome consoante o local. Em japonês designa-se por “Daruma-san ga Koronda”. Este consiste em três simples etapas:
#1 – Uma Pessoa X fecha os olhos, escolhe uma frase e repete-a. Durante este processo, as pessoas que estão em jogo têm que se mexer (apenas um passo por jogada), e de forma estratégica. Os indivíduos, para jogar têm que conhecer a posição da Pessoa X. – Ou seja, nesta etapa, Kyoraku tem que ter a capacidade de discernir a posição do inimigo através da reiatsu. Depois disto, Kyoraku pode dar um passo em direção ao inimigo (foi assim que se “tele-transportou” no capítulo passado)
#2 – Se o grupo for apanhado a mover-se pela Pessoa X, perdem o jogo. – Neste caso, se Kyoraku não tivesse criado a sua reiatsu na posição com toda aquela perícia, estaria neste momento morto.
#3 – Se alguém do grupo conseguir tocar na Pessoa X sem que este a veja mover, então essa pessoa do grupo vence.
Claro que neste jogo, o início é conveniente para Kyoraku, uma vez que ganha a habilidade de se transportar para a localização inimiga. No entanto, ao mesmo tempo, isto requer uma capacidade de observação de grande nível para conseguir localizar o inimigo, tal como ele conseguiu fazer. E uma capacidade enorme de movimentação e de controlo de reiatsu para que o inimigo não tenha perceção se ele se moveu ou não.
Portanto, se numa primeira instância isto parece que favorece Kyoraku, estamos enganados, porque se ele for apanhado morre logo, e se não for, deve-se à sua grande capacidade como Shinigami. A Zanpakuto dele, Katen Kyōkotsu, deve ser a única que não favorece o seu próprio usuário em batalha. Ela coloca os adversários em termos de igualdade, através de um ou vários populares jogos de crianças, e vence aquele que for mais apto e flexível perante as diversas mudanças de padrões que uma batalha pode ter.
Uma habilidade assustadora tanto para usuário como para adversário, e tal como Kyoraku afirmou, o mais assustador não é cada jogo em si, mas a imprevisibilidade de uma criança, e a forma como ela se cansa e muda de jogo, levando os jogadores a ter que conseguir acompanhar os jogos ou a ficarem para trás.
A explicação do conceito de Reikaku vem na batalha certa. Que estranho não é? Seja por conveniência ou não, a verdade é que o conceito está muito interessante, bem explicado e coeso quando olhamos para batalhas anteriores. Um indivíduo que possui reiatsu, tem um sentido de observação que vai além da visão, este designa-se por Reikaku. Enquanto que os olhos permitem ver a pessoa, o reikaku permite ver a reiatsu. Quanto maior for o poder de observação, ou seja, quanto mais a reikaku se encontrar desenvolvida, mais fidedigna será a imagem transmitida da reiatsu do adversário. Para Lille Barro, um atirador nato, ter uma reikaku desenvolvida é algo completamente normal e vantajoso tendo em conta a sua habilidade. Mas quando se encontra perante um inimigo tão experiente, essa mesma habilidade torna-se uma completa desvantagem, assim como foi visível pela forma como Kyoraku conseguiu manipular a perceção de Lille.
A luta começou, e está a levar um desenvolvimento muito bom tendo em conta as circunstâncias. Porém, como seria de esperar pelo sucessor a Capitão Comandante da Soul Society, a diferença de poder é enorme, mesmo Lille tendo conhecimento de parte das habilidades de Kyoraku. Que carta de Kubo está reservada para esta batalha? Haverá uma surpresa, ou será uma vitória fácil? Terá algo a ver com o facto de o Kyoraku ter chamadado Lille de arrancar, e este ter influências mexicanas no seu design. Ou será tudo coincidência e falha na tradução?