Bleach | Capítulo 652 – ” The Theatre Suicide Scene 6 “
Penso que neste capítulo obtivemos mais conteúdo do passado, percentualmente falando, que no capítulo anterior. O sumo que se consegue espremer a partir deste continua bastante interessante. Aliás, continua a ser a melhor parte desta batalha, por muito paradoxal que isso possa parecer.
Ficamos então a saber o final da história relativamente à passagem de pertences a Kyouraku, e a forma como eles simbolizam pesados fardos de um passado nada agradável. Os adereços que ele usa no cabelo simbolizam a morte do irmão, o Kimono simboliza a morte da mãe de Nanao. Esta, por sua vez, foi executada pelo facto de ter perdido a espada da casa das Ise, sendo considerada uma das Relíquias Sagradas. Kyouraku teve que aguentar uma morte injusta de modo a cumprir uma “simples” promessa. Foi sem dúvida o ponto mais forte do capítulo, uma vez que obtemos aqui uma caracterização forte do passado e personalidade de Kyourako. Não esquecendo ainda a referência às Relíquias Sagradas, que parecem envolver bastante história nelas.
Nanao não conseguiu obter um Zanpakutou pessoal, revelando mais uma vez que a capacidade de moldar uma Asauchi vai muito além de poder espiritual. Porém isso não foi algo que a tenha incomodado muito, o que de certa forma faz muito sentido. Mesmo que ela tenha crescido fora da casa das Ise, a grande destreza no que diz respeito à manipulação de poder espiritual corre-lhe nas veias. Isto criou sempre uma afinidade enorme com a arte do Kidou, levando-a a tentar entrar na divisão especialista desta arte. Mesmo assim, e à partida a pedido de Kyouraku, esta foi alocada na divisão do mesmo.
Da mesma forma que a Shinken Hakkyouken só é funcional através de alguém que carregue o sangue Ise, ela também só afeta o tipo de inimigo para o qual foi criada para derrotar: organismos com alguma ligação divina. Nanao consegue facilmente aplicar um corte perfeito ao braço de Lille, mostrando não só o quanto Lille subestimou o poder de ambas, como a força especializada que aquela espada contém. Ainda assim é clara a diferença entre poder e experiência, e espero sinceramente que tenha sido esse o ponto que Kubo quis aqui demarcar. Kyouraku ferido é levado a agir pelo lado emocional. No capítulo passado entregou a espada a Nanao, contudo, e após refletir sobre passagens do seu passado, entendeu que esta batalha não é só dela, nem pode ser só dela. Esta é a oportunidade dele retirar o peso enorme que os seus ombros têm vindo a carregar durante tantos séculos.
Está decido a voltar para a batalha, e uma vez que as suas Zanpakutou são inúteis contra este inimigo em específico, conseguirá ele lutar com a espada das Ise por intermédio da sua tenente. Por favor Kubo, surpreende-nos.