Naruto – Capítulo 698 – “Naruto and Sasuke (5)”
O frenesim implementado no último capítulo descobre o seu desfecho nos primeiros painéis na edição desta semana. A morte eminente de Naruto, após a absorção do seu chakra por Sasuke, é falseada por um rápido ataque do loiro que acaba por balancear, mais uma vez, o equilíbrio bélico dos dois ninjas.
O cansaço físico deixou de ser o mais significativo nesta parte final da narrativa. As palavras do Uchiha denotavam uma frustração e cansaço psicológico que nos levam a crer que as palavras do Uzumaki chegaram ao irmão.
Será o fim da cadeia de ódio?
Fãs afincos da série compreendem toda a imensidão do desejo de salvação do protagonista. A convicção e força do “fracassado de Konoha” vivem intrínsecas na nossa memória. Acontecimentos e conversas passadas guiam-nos para um clímax narrativo que, infelizmente, sabemos estar próximo.
A resistência de Sasuke permanece cativa por mais algum tempo. Obstinado com o assassinato do “irmão”, o Uchiha prepara-se para o seu último e derradeiro ataque. Frase francamente repetida ao longo desta saga de cinco capítulos, contudo o peso demonstrado pelos elementos figurativos, o cansaço e os avisos de Kurama, fundamentam a nossa certeza face à afirmação. Kagutsuchi foi o ataque escolhido a contrastar com o Rasengan. Luz vs escuridão defrontam-se por fim.
Somos embrenhados em fantásticos painéis, onde o passado e presente, sobre as mais diferentes formas, potenciam a emoção e nostalgia recalcadas nos confins da nossa memória. A história que nos acompanha à tantos anos parece dar um último passo para o final.
E assim, os dois jazem, no chão. Derrotados e simultâneamente vitoriosos, os dois discutem o porquê de tudo isto. Chegou a vez de Sasuke explicar o que está por trás de tudo.
Poderia alargar-me imenso, descrever, analisar e vangloriar toda a narrativa de Kishimoto. Todas as arestas e inconcordâncias narrativas, de uma das personagens mais carismáticas da franquia, são dignificadas e justificadas num longo diálogo. Pela primeira vez, o ponto de vista de Sasuke é apresentado na totalidade. A obra é narrada pelo antagonista.
O porquê de Naruto nunca ter desistido do melhor amigo, de apesar de todas as opções e ações do moreno, continuar a querer salvá-lo, e sobretudo não mata-lo, são algumas das dúvidas esclarecidas num dos mais intensos diálogos de toda a obra.
À medida que nos aproximamos do final do capítulo uma dúvida permanece no ar: Será que Sasuke mudou de ideias?
Os arrepios a subir pela espinha compactuam com as nossas gargalhadas. O sorriso de lado, calmo e intrigante está de volta!
Sasuke perdeu. A felicidade estampada no seu rosto contrastam com o cenário e objetivos eliminados, ele está livre.
Livre para morrer.
Com promessas e maravilhosas projeções quanto ao futuro dos dois, o capítulo termina com uma das mais belas e emotivas imagens. A referencia ao antigo apelido de Naruto, Usuratonkachi, serve de introdução ao término da maldição eterna de Hagoromo.
E agora?
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