Manga One Piece Volume 77 – “Smile”
Smile! Assim se chama este volume 77 da manga de One Piece. Uma escolha, a meu ver, deveras acertada. Não apenas pelo capítulo a que corresponde este título (766), mas porque este volume no seu todo dá-nos razão para isto mesmo, para sorrir, dada a excelente qualidade das várias aventuras nele presentes. Vamos aos detalhes.
Após uma breve introdução no volume 76, finalmente viemos a conhecer o passado emocionante de Law e Corazon. Caso para dizer que este alias de Donquixote Rosinante não podia ser mais adequado. De origem espanhola que em português significa “Coração”, Cora é nada mais nada menos que o irmão mais novo de Doflamingo. Dois irmãos que seguiram caminhos opostos. Ou melhor, que reagiram de forma diferente à tomada de decisão do pai em abandonar Marijoa, escolha que trouxe graves consequências para a família.
Há um capítulo neste volume com o nome “The Trigger that Day”, referente ao passado de Law e Corazon juntos. Todavia, foi esta escolha do pai dos irmãos que despoletou todos os acontecimentos posteriores. Mingo tornou-se maléfico e jurou vingança contra o mundo por tudo o que sofreu quando abandonou Marijoa. Já Corazon, talvez por ser mais chegado ao pai, herdou, se assim se pode dizer, o bom coração do seu antecessor. Só isto justifica a decisão difícil de se manter perto do irmão e, em simultâneo, trabalhar como espião da Marinha para um dia pôr fim à maldade de Doflamingo.
Até que depois veio Law e agitou ainda mais o próprio Cora. Um rapaz que tinha os dias contados, mas que segundo a lenda dos D. podia contribuir para a queda de Mingo e dos Dragões Celestiais, fosse no presente ou no futuro. Enquanto D., Law era símbolo de esperança aos olhos de Corazon, ou não teria este contado logo a sua história de vida ao rapaz. Foi desta forma que Oda começou a unir os pontos. Da ligação que foi ficando mais forte entre Law e Corazon até à necessidade de Mingo adquirir o Ope Ope no Mi, único fruto do diabo que podia salvar Law da doença adquirida em White Town, foi um instante.
As ideias e os objetivos convergiram no sentido da ilha Minion, por onde passaram os Donquixote Pirates, Cora, Law e a própria Marinha. O que aconteceu a seguir estava já refletido há muito no presente da obra. Law foi salvo por Cora que lhe entregou o Ope Ope no Mi e ainda fez uso do seu próprio poder para que o rapaz escapasse das rédeas de Mingo. Com os pormenores em falta, mas os factos bem à vista de todos, não foi por isso que o acontecimento deixou de ter a sua emoção. À semelhança do próprio Dr. Hiluluk com Chopper, Cora passou rapidamente pela história, mas deixou bem a sua marca.
De volta à atual Dressrosa, com o leitor já conhecedor do passado e a par da história do Corazon, o confronto entre Doflamingo e Law foi retomado. Mas por pouco tempo. Ainda assim, deu para os diálogos justificarem as promessas do passado e para apreciarmos alguns dos melhores golpes destes dois. Não que as coisas tenham acabado bem para Law antes de nova pausa, pois Mingo arrancou-lhe um braço fora e preparava-se para pôr fim à vida daquele D.. Valeu Luffy que, para não variar, livrou-se do clone de Mingo no andar debaixo e arrebentou com a divisória que separava os dois combates. O nosso herói ainda tem Bellamy pela frente, mas a morte de Law parece adiada, pelo menos por mais uns minutos.
Com nova pausa na luta mais desejada de todos os leitores, a segunda parte deste volume trouxe consigo o culminar de vários combates secundários. Machvise foi o primeiro a tombar, pelo punho de Hajrudin. Um duelo que realçou a sensatez e força psicológica do gigante de Elbaf, quando o que se fazia prever era a necessidade de uma intervenção amiga.
Seguiu-se então o combate mais romântico e divertido de todos. O duelo entre Sai e Baby 5, que meteu também Lao G e Chinjao ao barulho. Doflamingo, ou neste caso Oda, escolheu os membros dos Donquixote a dedo. Baby 5, por exemplo, é o exemplo da fragilidade mental que um ser humano pode atingir com base em acontecimentos passados. A forma como esta consegue ser manipulável pelas palavras de qualquer individuo é arrepiante. Do pedido de suicídio de Sai ao de casamento foi um abrir e piscar de olhos, com a rapariga pronta a aceder a ambos. Pelo meio tentaram intervir Chinjao e Lao G que só estavam bem quietinhos. Momentos cómicos e intensos que acabaram por mostrar toda a força de Sai, o novo Líder dos Happo Navy. Ao despertar a atenção de Zoro, tudo indica que este grupo terá uma palavra a dizer no futuro de One Piece.
Ultrapassado o momento mais amoroso do volume, entraram em cena Robin, Bartolomeo, Gladius, Dellinger e Cavendish. Este foi um embate imprevisível que acabou em bem. Oda conseguiu criar algum suspense por intermédio de Hakuba, que muitas vezes toma conta do corpo e da mente de Cavendish. Uma cena que também deu para constatar, mais uma vez, o nível elevado de admiração que Bartolomeo tem pelos Straw Hats. Afinal não era só de boca. Lomeo dispôs-se a sacrificar a sua vida por Robin, um ato que chegou quase a ser em vão. Este Pirata acabou por resistir à morte, deixando no ar qual será o seu papel no futuro na história.
A última batalha deste volume foi a de Franky com Senõr Pink. O desfecho foi o previsível e o desejável. Porém, o foco principal fugiu da batalha para o passado de Pink. Esta é mais uma personagem com um passado trágico e cheio de significado, que terá deixado muita gente solidária com este homem que pouco tem de vilão. Eu não digo que toda esta armada é escolhida a dedo? Obrigado Oda por mais uma história marcante. Pink, jamais serás esquecido, és mesmo um Senõr!
Ainda antes da última batalha houve a corrida de Leo e Kabu pela salvação da Princesa Mansherry, personagem que apenas conhecíamos de nome até à data. Só gente com poderes curativos em Dressrosa, não admira que Mingo estivesse sempre muito tranquilo. Com o poder de curar pessoas e restaurar objetos inanimados, não fossem Leo e Kabu e toda a armada de Mingo (já derrotada) estaria novamente de pé.
Concluindo, este foi mais um volume cheio de qualidade ao nível das batalhas, de histórias das personagens, de diálogos e claro, a artwork no geral manteve-se no patamar de qualidade a que estamos habituados.. Pode parecer estranho, mas o enredo de One Piece consegue combinar o alargamento do número de personagens com uma solidez e consistência ao nível da história impressionante. Oda não dá mesmo ponto sem nó!
Já conhecidos os desfechos de algumas batalhas em Dressrosa, o próximo volume promete ser ainda melhor. O culminar de outros combates importantes está próximo, e esperam-se mais desenvolvimentos na melhor de todas as batalhas, isto é, aquela que mete Doflamingo, Monkey D. Luffy, Trafalgar Law, Bellamy e Trebol ao barulho.
Análises
Manga One Piece Volume 77
Mais um volume com muitas viagens ao passado cheias de significado. Corazon, jamais serás esquecido! Entretanto, começam a ser conhecidos os desfechos de alguns combates.
Os Pros
- Passado de Law e Corazon
- Passado de Senõr Pink
Os Contras
- Nada a assinalar