Título: Mary to Majo no Hana | Mary and the Witch’s Flower | Mary e a Flor da Feiticeira
Adaptação: Livro
Estúdio: Studio Ponoc
Duração: 1h 42min
Demografia | Género: Aventura, Magia, Fantasia
Mary to Majo no Hana ou Mary and the Witch’s Flower cativou-me desde o primeiro trailer. Uma estética tão semelhante à do consagrado Studio Ghibli e um plot que prometia aventura e muita magia, foram alguns dos pontos que me fizeram adicionar Mary e a Flor da Feiticeira (nome em português) à lista de filmes a ver.
Confesso que tinha expetativas elevadas. Sabia que não seria um filme do Studio Ghibli mas sim do Studio Ponoc, mas o realizador, Hiromasa Yonebayashi, deu-me a segurança de que seria uma obra incrível! Diretor de filmes como Karigurashi no Arrietty e Omoide no Marnie, Mary e a Flor da Feiticeira prometia ser mais uma obra prima do cinema japonês.
Mary e a Flor da Feiticeira – Análise
O filme conta a história de Mary, uma doce e desastrada menina que, logo após a mudança para casa da sua tia avó Charlotte, descobre uma estranha flor. De nome Fly-by-Night, esta concede-lhe poderes mágicos de uma feiticeira!
Com a sua recém-descoberta vassoura embarca numa aventura até ao Colégio de Bruxas Endor onde acaba por se demarcar dos demais pela sua enorme magia. O que parecia ser um sonho tornado realidade para Mary transforma-se num pesadelo. Endor possui antigos segredos que nunca deveriam ter sido desenterrados…
Mary e a Flor da Feiticeira – Um Quase Ghibli
O início deixa-nos completamente rendidos. Se me mostrassem aqueles primeiros minutos de prolepse eu dava nota máxima ao filme. Tem de tudo: mistério, frenesim, aventura, vilões dismórficos e uma heroína com garra e personalidade fechada. Acho que só aquela personagem daria um excelente OVA! Para mim continua a ser a melhor parte do filme, apenas equiparável a uma no final que não poderei comentar por conter spoiler. Infelizmente, após este início brilhante, a qualidade decresce quando tentam adicionar o contexto atual do mundo…
Não me interpretem mal, eu gostei do filme, só que quando vamos com a expetativa de vermos um filme Ghibli acabamos desanimados por encontrar algo diferente. Um “quase Ghibli” mas que não é Ghibli.
Mas então o que fez dele um quase Ghibli?
Sabem aquele feeling que vos envolve quando vêem alguns dos clássicos como A Viagem de Chihiro, Princesa Mononoke, Howl’s Moving Castle? Aquele misto de ternura com o sentimento de que o mundo seria um lugar melhor com aqueles protagonistas? Ou que tudo naquele mundo faz sentido?
Pois bem, esse feeling não está propriamente presente e penso que o problema está na execução. Isto porque conseguimos sentir todos os ingredientes para criar uma grande história, mas não conseguimos sentir aquela ligação intemporal que o mestre consegue criar. Pegam em um pouco de tudo (escola de magia, mundo mágico paralelo, ficção científica, etc), mas quando misturam ficamos com a sensação de que falta algo a ligar os ingredientes.
Vale a Pena assistir a Mary e a Flor da Feiticeira?
Sim, vale! Tal como gostaria que tivessem feito comigo, em cima tentei desmistificar e cortar a ideia de que vão matar saudades de Miyazaki, porque não vão. Mas vão ver algo único: a primeira longa metragem do seu pupilo: Hiromasa Yonebayashi. Gente, PRIMEIRA sem a supervisão do Studio Ghibli, a solo no SEU estúdio! Este é o primeiro filme dirigido totalmente por ele no Studio Ponoc e digo-vos que se isto é o pior dele, esperem que o pupilo vai ultrapassar (vah equiparar já será muito bom) ao mestre!
Primeiro tenho que falar da animação, é estupidamente boa! Como disse o Diogo, do melhor que é feito atualmente. Não há falhas, não há momentos menos bons. Conseguimos ter o mesmo tipo de design, de qualidade, de fluidez e de sensação orgânica que qualquer um dos melhores filmes Ghibli (ou pelo menos equiparar-se). É tudo tão mas tão bonito! Há inclusive uma cena que, na minha opinião, é das mais bonitas que vi em anime. Não coloco aqui para não vos spoilar mas digo-vos que vale a pena ver essa cena no cinema!
Mesmo a banda sonora, apesar de não ser memorável, é completa, inserida nos momentos certos, na intensidade e sonoridade exata. E palmas para a música final, é tão mas tão bonita!
Juízo Final
Em suma, é de facto um bom filme! O enredo não é do mais original contudo, uma vez que une tantos elementos diferentes, acabamos quase que ver as inspirações do autor e nos ligarmos a elas. Os personagens são adoráveis e mesmo a história tem aquele tom suave de que nem tudo é 100% mau. Essa leviandade dá um toque doce a um anime que critica os limites do ser humano e da ciência.
É um anime para toda a família e que, miúdos e graúdos, vão adorar do início ao fim. Se és fã do Studio Ghibli, fica apenas a saber que terás uma qualidade e um design semelhante ao que tanto te conquistou.
Sabias que podes assistir a Mary e a Flor de Feiticeira nos cinemas a partir do dia 1 de maio? Sabe mais AQUI!
Análises
Mary e a Flor da Feiticeira
Um filme do realizador Hiromasa Yonebayashi (Karigurashi no Arrietty e Omoide no Marnie) e pupilo do mestre Miyazaki.
Os Pros
- Animação
- A história inicial
Os Contras
- A execução da narrativa