Título: Mayoiga
Adaptação: Original
Produtora: Diomedea (Mondaiji, Ore no Nounai Sentakushi ga)
Géneros: Drama, Horror, Psicológico, Mistério
Ficha Técnica: Indisponível
Mayoiga | Opening
“Gensou Drive (幻想ドライブ)” by Ami Wajima
https://www.youtube.com/watch?v=yiGWj_0aiTk
Mayoiga | Enredo e Personagens
Sendo um anime de índole original, Mayoiga conta-nos a história de trinta jovens traumatizados com o seu passado e descontentes com a sua vida. Então, juntos, decidem embarcar numa jornada nova e dirigirem-se para uma vila misteriosa chamada Nanakimura. Esta vila é conhecida como uma “utopia”. Porém, nem tudo é o que parece e a aventura poderá tornar-se algo sinuoso e bizarro.
Mayoiga era provavelmente integrante da lista dos dez animes mais esperados da sua temporada. O facto do anime ser elaborado pelo diretor de Prison School, Shirobako e principalmente Another, contribuía para isso. E havia mais uma agravante: o roteiro teve influência de Mari Okada (AnoHana, Nagi no Asukara), a famosa mulher que adora colocar drama nas suas obras. Tendo isto como base podíamos afirmar que, pelo ambiente, Mayoiga fosse ser um Another 2.0.
Afinal um bando de retardados foram para uma ilha sabe-se lá onde, esperava-se o quê? Depois de um episódio introdutório rico em conceitos para serem explorados o hype era gigante. Aí veio um segundo episódio que embora não tenha sido mau, deu um seguimento pouco inteligente ao anime. E assim se seguiram uns cinco ou seis. Em todos eles esperava-se que a narrativa avançasse, que alguém morresse ou que explicassem alguma coisa.
E um dos maiores problemas iniciou-se aqui. O anime acabava sempre com um cliffhanger tremendo que nos fazia enlouquecer até à semana seguinte. Até aqui, vamos considerar isto uma jogada inteligente. O erro cometido é quando no episódio seguinte, aquilo que tu pensavas que seria o ponto de viragem, afinal não o era. A incrível reviravolta era deixada para lá nos primeiros dois minutos do novo capítulo. E isto aconteceu pelo menos meia dúzia de vezes. Contudo, a narrativa em vez de avançar, continuava confusa. Os personagens estavam cada vez mais estúpidos e os diálogos sem fazerem nenhum sentido.
No começo eu achava que o facto de as personagens serem idiotas seria engraçado para a história. E até seria se estas tivessem sido desenvolvidas. Porém em doze episódios abordar trinta personagens era querer condenar a obra antes de a lançar. Se se tivessem focado em quatro ou cinco (como parecia que ia acontecer) até poderia ter corrido bem. O problema é que tanto se lembravam de personagens secundárias que não interessavam a ninguém como decidiam dar ênfase a um dos protagonistas. Mas vale realçar que nenhum deles teve um passado minimamente bem feito, e o motivo de alguns serem psicopatas daquele gênero era ridículo. Depois de enrolarem muito e ficarem no jogo do vai não vai, no episódio dez decidiram andar para a frente. Finalmente, pensam vocês.
Fizeram-nos criar mil e uma teorias sobre a vila mal-assombrada, para no final nos darem uma justificação destorcida e mal aproveitada. Havia tantas pontas soltas, tantas saídas possíveis e eles escolheram a mais tosca. E como se não bastasse acharam que seria engraçado tentarem encaixar uma lição de moral naquele final. Lamento desiludir-vos, porém não havia como nos sentirmos tocados por respostas tão pouco nítidas e motivos tão banais.
Mayoiga | Ambiente
Em termos visuais Mayoiga é um daqueles animes que se afirma claramente no “mediano”. Não é mau, mas também não tem nada de fabuloso. O design dos personagens é comum e o ambiente é maioritariamente sombrio. Até aqui não existe nada de relevante a apontar. Contudo, os monstros mal-assombrados deste anime são feitos numa computação bizarra e nada apelativa. A maioria parecia uma gelatina castanha com mau aspeto a movimentar-se de maneira muito pouca fluída em cenários desenhados. Geralmente abomino animes feitos em computação gráfica e verdade seja dita, os japoneses não sabem trabalhar direito em 3D no que diz respeito a animes. Mas a computação que usaram em Mayoiga nem chega a ser 3D. São só bichos feios com cortes tenebrosos na movimentação.
A banda sonora desta obra é provavelmente o ponto mais positivo que encontro. A opening é na minha opinião, a melhor da sua temporada e a música ambiente consegue aliar-se com o drama do anime. Penso que este fator foi um dos que mais chamou à atenção logo no primeiro episódio. A intensidade da orquestra do anime é muito interessante e dá profundidade a Mayoiga.
Mayoiga | Juízo final
Basicamente, apenas critiquei Mayoiga e expus a quantidade de podres que este possui. Perante isto, vale a pena ver o anime? Sinceramente, não consigo afirmar que seja o pior anime que já vi, contudo é provavelmente um dos que mais me desiludiu.
Quando fiz as primeiras impressões do anime, eu disse convictamente que Mayoiga tinha “pano para mangas”, mas também frisei que havia vários aspetos críticos em redor da sua produção. No fundo eu acreditava mesmo que este anime pudesse surpreender-me e revelar-se incrível. Claramente, as minhas expectativas estavam altas demais. A quantidade de conteúdo interessante que foi desperdiçado em apenas doze episódios é realmente lamentável. E o pior é que fenômenos como este acontecem cada vez mais.
Concluindo, não encontro um motivo válido para recomendar Mayoiga. Se querem algo de terror, têm Another do mesmo diretor e se querem mistério têm uma data de obras muito boas ao vosso dispôr.
Análises
Mayoiga
Um anime recheado de conceitos únicos, que acabaram por ser desperdiçados devido a um roteiro mastigado e um desenvolvimento de personagens pobre.