Título: Mayoiga (The Lost Village)
Adaptação: Original
Produtora: Diomedea (Mondaiji, Akuma no Riddle)
Géneros: Mistério, Drama
Ficha Técnica: Indisponível
Mayoiga | Opening
“Gensou Drive” – Ami Wajima
https://www.youtube.com/watch?v=UHanxmrm3hk
Mayoiga | Enredo e personagens
Sendo um anime de índole original, Mayoiga conta-nos a história de trinta jovens traumatizados com o seu passado e descontentes com a sua vida. Então, juntos, decidem embarcar numa jornada nova e dirigirem-se para uma vila misteriosa chamada Nanakimura. Esta vila é conhecida como uma “utopia”. Porém, nem tudo é o que parece e a aventura poderá tornar-se algo sinuoso e bizarro.
Pessoalmente, Mayoiga foi dos animes que mais me despertou interesse e daqueles que eu mais esperava esta temporada. Não podemos negar o facto de que a premissa obscura chama à atenção. Depois de assistir o primeiro episódio, posso afirmar com convicção que a minha curiosidade e ânsia por mais aumentou exponencialmente.
No primeiro contacto com a obra são-nos apresentadas trinta personagens. De maneira rápida e sucinta ficamos a saber o nome delas e um pouco dos seus problemas. Deste modo conseguimos entender que existem diferentes personalidades e traumas diversificados. Enquanto uns sofreram assédios sexuais, maus tratos ou violência psicológica, outros estavam apenas entediados com a sua rotina e decidiram apanhar aquele autocarro. Porém todos têm uma coisa em comum: querem um recomeço.
Personagens dementes num universo sombrio
Algo muito interessante é que, ao contrário do que seria de esperar, nenhum deles pensa realmente no suicídio. Mesmo tendo sofrido no passado, eles nunca consideraram essa a saída mais viável. Em vez disso, conheceram pessoas que assim como eles não eram felizes e decidiram marchar em busca de uma vila que nem sequer é sinalizada no mapa.
Apesar de alguns parecerem mais sóbrios da realidade do que outros, é visível o quão danificado está o psicológico de algumas personagens em concreto. Revolta, ódio, fragilidade e outros sentimentos negativos são notórios nas suas atitudes. E sejamos sinceros: é preciso ser um tanto quanto insano para deixar a escola, a família e os amigos e acreditar que tudo o que sempre se desejou se encontra numa vila no meio do monte que quase nada se sabe sobre.
Outro fator que também cativou a minha atenção foi a comédia. Apesar de ser um anime com uma carga emocional evidente, existiram cenas extremamente engraçadas. O que é bizarro. Porque quando parei para pensar, eu estava na verdade a rir da demência das personagens. O que é cruel e rude. Contudo, foi inevitável.
As dúvidas que surgem
Perante a sinopse cativante e um primeiro contacto que nos faz afincar ainda mais a curiosidade, Mayoiga vê-se circundado de dúvidas. Não é o enredo em si que deixa os espectadores reticentes e sim todas as controvérsias que parecem existir na sua produção.
Primeiro, a Diomedea é um estúdio mediano. Fez alguns animes engraçados, mas nada excelente e digno de aplausos. Para ajudar temos trinta personagens que serão supostamente abordadas em doze episódios. Pelo que deram a entender, quiseram que conhecêssemos todas, mesmo dando mais ênfase a meia dúzia, todas tiveram o seu momento no primeiro episódio. É aqui que surgem as primeiras teorias da conspiração: sendo um anime de drama, matarão vinte personagens no segundo episódio e posteriormente vão desenvolver os sobreviventes.
É complicado fazer uma previsão, principalmente pelo facto do anime intitular-se apenas como uma obra de mistério e drama, como já referi. Nos primeiros vinte minutos da série pareceu-me que, este ser classificado como Seinen, Psicológico ou Terror seria uma opção mais sensata.
Mayoiga | Ambiente
Imerso numa escuridão tenebrosa, o primeiro episódio mostrou uma produção visual mediana – como já seria de esperar do estúdio em questão. O design das personagens é preciso e limpo. Apesar de serem trinta intervenientes, são bem diversificados e têm fisionomias variadas.
Contudo, não tendo havido momentos em que o foco não fosse as personagens, torna-se árdua a tarefa de argumentar sofre a qualidade visual do anime. Se bem que este tipo de obras não exige um orçamento muito elevado. Nestes casos, uma arte/animação que se mantenha na média é aceitável.
A banda sonora mostrou, desde cedo, ser um dos pontos fortes do anime. O tema de abertura é excelente e provavelmente dos melhores da temporada. É pesado como o universo do anime. No geral, a banda sonora manteve-se tão “cerrada” como a noite em que se passou o episódio. Era dramática e penso que esta já antevê o quão sério o enredo será. Contudo, naqueles momentos em que eu confessei ter-me rido, a música enveredou por outro caminho. Sendo tão alegre e dançante como se de um Slice of Life colorido se tratasse.
Mayoiga | Potencial
Potencial e pano para mangas, Mayoiga tem. Com uma premissa peculiar e personagens dementes que conquistam a nossa atenção, o anime pode ir longe. Agora se isso realmente vai acontecer é complicado afirmar. O estúdio em si não inspira grandes confianças e tratando-se de uma obra de teor original com apenas doze episódios, é normal que se crie uma desconfiança relativamente ao seu sucesso.
Pessoalmente, quero acreditar no êxito e no progresso coerente deste anime. Talvez porque o primeiro episódio realmente me prendeu e porque há muito tempo que uma série não me conquistava só com vinte minutos. Se por um lado criei um hype imenso no meu coração, por outro sou avassalada por um medo que uma produção infeliz leve o enredo cativante por água abaixo.
Mayoiga | Trailer
https://www.youtube.com/watch?v=8O2YI-C0x3w
Análises
Mayoiga
Os Pros
- Personagens
- Banda Sonora
Os Contras
- Circunstâncias de produção duvidosas