Título: Mayonaka no Occult Koumuin | Midnight Occult Civil Servants
Adaptação: Manga
Estúdio: LIDENFILMS
Temporada: Primavera 2019
Demografia | Género: Shoujo | Mistério, Demónios, Sobrenatural, Fantasia
Mayonaka no Occult Koumuin – Análise
Quando dei início à minha “exploração” da temporada de primavera de 2019 a sinopse de Mayonaka no Occult Koumuin despertou o meu interesse.
Em suma, a história segue a vida de uma das equipas que compõem a Nighttime Regional Relations Department, o departamento responsável por lidar com os assuntos paranormais. Os seres que fazem parte do “oculto” são chamados de Another e vão desde nomes do folclore japonês passando por deuses astecas e nórdicos. Estes habitam nas sombras da humanidade, sem que a mesma tenha sequer ideia da sua existência.
O trabalho deste departamento é garantir que os dois “mundos” não colidem e que os “Another” não provoquem qualquer tipo de dano nos humanos e nas suas estruturas.
O grande problema é que a língua dos Another é imperceptível para os humanos e o humano normal não o consegue ver!
A Diplomacia Entre Espécies
É aqui que o nosso protagonista se destaca: Miyako Arata consegue perceber a língua dos Another e, como tal, dialogar com os mesmos! Uma habilidade única que permite dar início a uma espécie de “diplomacia entre espécies”.
A série acompanha o dia a dia de um escritório que gere os problemas entre humanos e Anothers, como tal a cada episódio temos uma situação nova, mais ou menos complexa, a ser resolvida. O tema base é sempre o mesmo: o diálogo.
Mas não se enganem, a série não é só “paz e amor”. Esta tenta demonstrar as dificuldades do entendimento, o poder das perspetivas e do receio pelo desconhecido. Em boa verdade, até reforça que muitas das vezes o falar a mesma língua não significa que se entendam, e muito menos que alcancem um consenso. São pequenas histórias que demonstram alguns dos contornos das relações humanas e motivam-nos a ser um pouco melhores.
Como já deu para perceber a premissa é bastante simples e o seu conteúdo bastante similar com a maioria dos contos de fantasia. Em boa verdade, Mayonaka no Occult Koumuin não tem nada de extraordinário do ponto de vista narrativo.
Contudo, e ao mesmo tempo, assume contornos de uma obra terna que nos ensina algo mais no final do dia sem nos maçar ou exigir uma atenção que as nossas mentes não estejam dispostas a dar. É uma fábula de folclore japonês onde aprendemos o poder da palavra, para o bem e para o mal.
O lado menos bom…
Esclareço-vos desde já que não é um anime de ação de nos arrebatar e muito menos um romance de nos prender o coração. É um misto de slice of life de fantasia com uma pitada de drama q.b., cujas personagens não são muito trabalhadas e, salvo o protagonista, não há de facto uma evolução.
Pessoalmente isso não me fez espécie, penso que é bastante claro o foco da série nos contornos da diplomacia e não tanto no desenvolvimento de personagens ou de qualquer tipo de linha narrativa. Com isto, não raras vezes senti que a informação me “caiu do tecto” e não consegui sentir ligação com a série como um todo. Em suma, acabei por gostar das “histórias” (ou mini-arcs) mas não consigo dizer que gostei do anime.
O Ambiente
No que diz respeito à animação Mayonaka no Occult Koumuin é competente. Cada departamento fez o seu trabalho de forma simples e eficaz. Existem uns frames um pouco “toscos“, com as personagens com um ou outro defeito anatómico mas nada que salte muito à vista ou que seja memorável. Temos uma ou outra cena, inclusive, muito bem desenvolvida com destaque para a fotografia e coloração.
O que mais me agradou dentro dos aspetos técnicos foi a banda sonora. Apesar de não se sobrepor à narrativa, quando a ouvíamos com atenção ficava-nos no ouvido e era extremamente “on point” com o que se estava a passar. Uma vez que aborda personagens de mitologias fora do Japão é delicioso ouvir melodias do mundo inseridas num anime!
Juízo Final
Em suma, não é um anime que vos recomende se tiverem algo de melhor para assistir nas vossas listas. Eu gostei de o ver apenas porque gosto da temática e via-o quando estava demasiado cansada para ver outra série qualquer. O não ter uma linha narrativa principal acaba por tornar a obra estranha e, como não temos tempo para nos ligar às personagens ou a “história” é interessante e nos prende ou acabamos aborrecidos.
Claro que há pelo menos dois “arcs” que nos prendem do início ao fim que valem muito a pena assistir, até porque são uma interpretação de mitologias ocidentais. Salvo isso não há muito sumo a colher.
Análises
Mayonaka no Occult Koumuin
Uma história que segue a vida de um dos departamentos responsáveis por lidar com os "Another", seres paranormais que habitam este mundo e... não falam a língua dos humanos!
Os Pros
- Alguns arcs
- Conceito
Os Contras
- Não existir uma linha narrativa coesa