Nem contratempos, nem casualidades, nem nada me vai afastar de Mob Psycho 100. Posso ter entraves, mas assim que tenho tempo para ver Mob, podem crer que venho falar sobre isso.
“Sorte”, ou destino, quis que ao acumular os episódios #9, #10 e #11 eu pudesse ter direito a uma adrenalina única, sobretudo no que concerne ao episódio #11 que é simplesmente bombástico!
>>>ESTE ARTIGO CONTÉM SPOILERS!<<<
Mob Psycho 100 II – Opinião Episódio 9, 10 e 11
Eu vi estes episódios da seguinte forma: os episódios #9 e #10 funcionam como setup – apresentam ambos os lados da barricada e introduzem aqui e ali, os poderes e “bússola moral” de cada interveniente; já o episódio #11 é a queda dos dominó em toda a força, o despoletar do clímax, que sem dúvida culminará em mais um embate épico no episódio #12.
Embarquem então comigo nesta opinião enquanto tento sublinhar vários momentos/detalhes merecedores de [da minha] atenção ao longo destes 3 episódios.
Novo modo 100%!
Este é uma notinha rápida sobre a forma como começa o episódio #9. Props ao Dimple por conseguir desarmar aquela bomba, sabe-se lá o que podia acontecer se o Shigeo continuasse nesse estado. Contudo, a “mentira” do verdusco permitiu a Shigeo mostrar outra nova faceta em modo 100% – 100% Obsessão.
Sem dúvida drenante, este modo ultra focado de Mob permite-lhe ser um “radar esper” incrível. Adorei como o Shigeo continua a descobrir novos usos para o seu poder, mediante o seu forte desejo de executar algo. Vejo isto como mais um sinal da sua evolução e aqui, o seu intenso desejo de encontrar os causadores do desfortúnio que aconteceu no final do episódio #8, leva-o a tornar-se uma “beluga esper”.
Peças no Tabuleiro:
Com a excepção de Ritsu, que está a apoiar diretamente Sho na sua demanda para destronar o pai, vimos no hideout a força de resistência contra a Claw. Este grupo de misfits, a que chamo de Espengers – também podia ser E-Men mas dado o clima cinematográfico atual e o facto de achar piada colocar Reigen no papel de Nick Fury, prefiro a associação aos Avengers – é uma verdadeira salada russa de personalidades.
Não tenho muito a dizer sobre este setup e da forma como apresentam a Claw, uma vez que a narrativa a apresenta de forma direta. Contudo, e embora seja cliché, gostei de como introduziram os vilões através de um agente undercover e executaram o sleight of hand em termos de ocultar os verdadeiros elementos poderosos da organização. Destes, destaco o NEET, Serizawa, que parece uma variável desconhecida em termos de poder real e um outro do qual falarei mais abaixo.
Takes one to know one:
Aqui é só mesmo para meu próprio gáudio. Adoro ver como Reigen conhece Mob bem ao ponto de rapidamente entender o seu estado emocional e o que dizer para o fazer relaxar. Poor Mob…
Agora, não deixa de ser divertido para mim ver um bullshit artist a reconhecer o seu igual. Reigen topou logo o que o Dimple tinha feito e eu sorri bastante com aquele aparte.
Ryo Shimazaki – Boa introdução de personagem e poder:
Minutos antes, quando os Ultimate 5 são apresentados, a sua silhueta fica obscurecida. Gostei, não porque estavam verdadeiramente a tentar ocultar a sua identidade para uma surpresa num episódio posterior, mas porque acredito que isto era uma forma de “gozar” com o padrão. Ocultar uma personagem, deixando mistério, para no segmento a seguir a revelarem sem cerimónias.
Pondo isto de lado, o Jin Kaza…. quer dizer, o Ryo Shimazaki é um adversário fascinante. O poder dele dá azo a muita criatividade de apresentação, tal como vimos em imensos outros exemplos de arte, e gostei da maneira como o dele foi executado e expandido.
Bom confronto com o Teru para fechar o episódio!
Episódio 10 – Antecâmara de um Clímax muito aguardado
Este episódio é o que tenho menos a esmiuçar pois, em traços gerais, podia dizer que é tudo pompa sem circunstância. Tem a movimentação das peças para as posições certas do tabuleiro, mas nada do que acontece é determinante.
Ainda assim há momentos de Mob Psycho 100 a ser Mob Psycho 100 que não posso deixar passar.
Mestre Monkey D. Arakata Lelouch Noya-san:
Tanto nome conhecido no subtítulo… Vamos por partes e talvez vos consiga passar a minha “chalupice”:
- A associação ao Luffy tem a ver com as pessoas que gravitam em volta do Reigen, mesmo depois de terem sido adversários. Sim, é sob pretextos falsos e equívocos sobre a real identidade do nosso charlatão, mas verdade seja dita, Reigen é uma figura que atrai pessoas à sua volta que procuram a sua orientação e sabedoria… cough cough.
- A motivação para Reigen comandar os Espengers contra a Claw pode ser mundana – hey, ele tem que olhar por si e as seguradoras são o verdadeiro inimigo – mas a forma como ele os organiza, por algum motivo, trouxe-me à memória Lelouch a comandar os Sutherland no episódio #2 de Code Geass R1.
- Quanto ao Noya-san, é preciso explicar? Não pois não? Sendo assim deixo só aqui o momento!
Sho e a sua Equipa de Resistentes:
O Minegishi pode ser demasiado forte para os 3 psíquicos RGB que acompanham Sho, mas gostei do mix de poderes e da forma como se complementavam em termos de ataque, defesa e recuperação. O Minegishi nem sonha o que o espera no episódio #11.
Reigen, Dimple e o Body Improvement Club vs Red Hu… Shibata:
Este embate tem tudo para ser marcante, sobretudo em termos de alma, coração e comédia, mas também em termos técnicos.
Adoro a coreografia sempre que Dimple incorpora alguém. Quando possui Mob, gosto imenso que adopte um estilo Bruce Lee, inspirando-se claramente na indumentária de escola e corte de cabelo do Shigeo. [pode ser visto no clip acima quando falei nos dotes do Reigen para o voleibol]
Quando mais tarde possui o líder do Body Improvement Club, é uma luta mais crua mas na qual Dimple tira todo o partido dos músculos reais de Goda, facto que ele mesmo sublinha quando “quebra” finalmente Shibata.
Do ponto de vista da comédia, se há Reigen, há risos. Já para não falar que Reigen e Dimple têm uma química excelente.
Agora, quem é que precisa de uma maldição em aerossol? É que claramente dá muito jeito. Só Reigen para se lembrar de algo assim e para o usar não apenas nos minions, como no calmeirão. Depois o que se segue é aquela panóplia de sorte e azar e comédia à qual Reigen e Dimple já nos habituaram.
Saltando para o confronto final, cada vez gosto mais do Body Improvement Club e a forma como Goda protege o corpo de Mob e tudo aquilo que ele diz, todo o reconhecimento da progressão do nosso Shigeo, é enternecedor e serve de boost para encerrar o episódio de uma forma bem positiva e cheia de POWAAAAA! Não só pelos músculos, como pelas palavras e as ideias que ficam.
Episódio 11 – DAMN SON! Ver, rever e rever e rever.
Depois do episódio #5, este foi o que mais deu vida às redes sociais, esta temporada. Mas entende-se perfeitamente. Trajado nas suas vestes battle shonen, o anime espremeu delicioso néctar dos combates good vs evil que já aguardávamos.
Com pitadas de momentos de personagem aqui e ali, o core do episódio são mesmo os confrontos e nesta parte da opinião eu vou tentar focar-me nesse core.
Round 1 – Ritsu vs Shimazaki
Este confronto permite-me falar de um pouco da psique e evolução de personagens, antes de falar dos ataques psíquicos. Antes do confronto com Shimazaki, adoro a troca de palavras entre Ritsu e Sho e como constatamos o crescimento de Ritsu, quando ele explica o que o “une” a Sho.
Depois, o combate é muito bom, sobretudo porque tem mais kokoro do que de técnica. A espaços, o mais importante do confronto é o choque de ideias e o que Ritsu diz, do que os ataques que estão a ser executados. Mas a animação não é descurada, e gostei imenso como embate introdutório.
“Interrompendo” este combate, e agora este argumento, está a belíssima sequência de Sho a subir até ao último andar da torre.
Voltando à “vaquinha morna”, gosto que a argumentação do Shimazaki revolva em torno de levar o younger brother para o Dark Side e a resposta de Ritsu é ao nível das que mais gosto na obra. Ritsu explica tudo, não há sub-texto que precise de clarificação e eu adorei a sua realização em finalmente entender os esforços do seu irmão para ser normal, em vez de usar os poderes para tudo, e à conclusão a que chegou – de lapidar:
Round 2 – Mob dá [seriamente] uma Lição!
Mob sempre teve personalidade, embora a reprimisse como reprimia as suas emoções. Contudo, agora que está notoriamente “crescido” e com ideias bem formadas, é tão bom ver Mob a dar lições aos bestinhas que por lá andam. Este Mob jamais deixaria passar em branco, gentinha a usar os seus poderes para o mal ou a brincar com habilidades assim. Serious Mob is a dangerous Mob!
E ele mantém essa atitude e assertividade no confronto com Minegishi:
O combate entre eles baseia-se muito em Mob fintar os ataques dos minions e das plantas de Minegishi, até ao momento que o Mestre Pókemon de Espíritos Malignos, Matsuo, aparece, culminando na libertação do seu Mega Gengar, a.k.a Mogami Keiji – He’s baaaack.
Mogami não é mesmo para brincadeiras, overleveled e overpowered, arruma rapidamente com a questão numa bela sequência de animação, durante a qual o que mais me atrai são as cores!
Depois, a troca de palavras que tem com o nosso Shigeo, faz recordar que as suas interações nos episódio #4 e #5, fizeram a diferença e marcaram o percurso de ambas as personagens.
Mob e a sua esperança na humanidade é simultaneamente ingénuo e enternecedor, mas adoro o que Mogami lhe diz. Palavras que vão acompanhar Mob até ao final do episódio e até ao próximo:
Round 3 – Espengers vs Shimazaki:
Há tanto para falar de todo este combate, incluindo o embate mais prolongado entre Teru e Shimazaki, mas imagens valem mais que palavras, então vou mesmo tentar partilhar os momentos que mais gostei acompanhados de algumas palavras, que não sejam tudo uhh e ahh.
Antes de começar a minha galeria de momentos salivantes, quero deixar a nota de que gostei imenso da forma sistemática, por tentativa e erro e “água mole em pedra dura”, que os rebeldes executaram para fazer ajoelhar o incrível Shimazaki.
Se este segmento acima não diz tudo, o que diz!? Adoro a geometria de toda a cena, adoro as luzes, adoro toda a movimentação das personagens e a forma dinâmica como o foco de acção transita de momento para momento. E que dizer daquela sequência com a arma em POV – DDG (drop dead gorgeous).
A ação cimenta bem como Shimazaki é um extraordinário adversário e como requer todo o esforços de todos os oponentes.
Eis então que ele vira o foco para Teru, cuja astúcia e capacidade de análise representam um trunfo para o vergar.
Estava-me a coçar para falar disto desde o episódio #9, mas foi aqui que este detalhe mais chamou a atenção: a maneira como o anime retrata o poder e teletransporte de Shimazaki. É muito usual em anime ter personagens que usarem uma versão deste poder. Geralmente, o foco está no alvo que vê a personagem desaparecer e a câmara muda para o local onde esta vai aparecer. Aqui, nada muda a não ser o background, o que transmite imediatamente a ideia de teletransporte de uma forma super fresca e cativante. Amei!
Em termos de combate, é muito bom. Teru mune-se da experiência acumulada de cada encontro que já teve com o Shimazaki e no meio da “surra” que está a apanhar, continua com o cérebro a trabalhar até ao ponto em que consegue entender como o “monstro” se movimenta. Good job!
Daí, conseguem finalmente derrubar o Ultimate no lindíssimo combo que vemos acima. Mas, e isto sim surpreendeu-me, Shimazaki revelou ser mais que um mero mini-boss, transcendendo a sua arrogância de “gajo com poder”, para efetivamente mostrar o seu poder “a sério”. Taditos dos Espengers.
Mas um “Deus” está a caminho! A chegada de Mob à cena é fantástica: começando pela encenação e terminando na banda sonora. Gosto mesmo como o tema musical de Mob inicia no momento exato e acompanha toda a realização por Shimazaki, de que um ser com poder OVER 9000 acaba de entrar em cena!
O que eu não esperava eram duas coisas:
- RKO (Reigen KO) outta nowhere – aparece do nada e com uma barrage de ataques derruba o super-psíquico.
- Shimazaki, que graças ao seu poder conseguia antecipar a movimentação dos que o rodeiam, juntar-se ao clube dos que se equivocam na apreciação de Reigen, só porque não se apercebeu da sua presença. ahahaha, classic!
Aftermath:
Antes da Fanboy Zone e das Notas Finais, quero apenas destacar a troca final de palavras entre Mob e os restantes. Tal como disse acima, as palavras de Mogami acompanharam Shigeo até ao final do episódio e vão perdurar no próximo. Mob tem uma firma percepção do seu poder agora e, para bem dos que ele mais gosta, aprendeu que tem que ser duro.
O que ele diz pode ser difícil de ouvir, mas é a verdade e mostra novamente um degrau transposto na escada de evolução do nosso Shigeo.
Fanboy Zone:
- O nome do episódio… Fogo, tenho saudades de Rick & Morty:
- Mob Psycho e a Câmara dos Segredos:
- Tristeza, já ninguém respeita um plano para dominar o mundo por parte de um megalomaníaco – Toichiro, o ‘Edgelord’:
- “Onde estão os pais?” um novo retro RPG!
- Concordo: Omurice is love, omurice is life:
- Isto sim é que foi um soco, até a maquilhagem tira da cara. Isso ou uma homage ao The Mask:
- É impossível conter as associações que o nosso cérebro faz e aquele ataque combo do início do episódio #11 fez-me lembrar de algo muito recorrente em Nanatasu no Taizai, onde Gilthunder e Howzer fazem algo semelhante mas com relâmpago e vento:
- Shimazaki vestiu o seu melhor fato de Shizuo (Durarara)
Notas Finais:
Acho que deu para entender perfeitamente ao longo desta opinião os meus sentimentos relativamente aos episódios – VEJAM TUDO, sobretudo o episódio #11.
Mesmo assim, quero deixar umas notas finais sobre eles e até mesmo tocar em pontos não esmiuçados durante o texto.
- Claw podia chamar-se Hand, Finger ou o que fosse. A sua ideologia, plano final ou objetivo não importa. Aliás como vimos ao longo dos episódios, “dominar o mundo” não só é cliché como apenas parece interessar ao líder da Claw. Podia ser outro objetivo qualquer, o que importa é que é uma força de oposição. Por isso é que eu acho que a obra se serve da motivação mais comum de todas, para gozar um pouco com ela.
- Mob Psycho 100 e o seu ADN shonen – pertence à demografia e tem vários elementos que o colocam num arquivo com obras com essa genética. Passa muitas vezes ao lado, dado o foco no crescimento do nosso protagonista enquanto pessoa e a sua desconexão com os poderes que possui, algo que noutras obras seria o foco e o elemento que faria o nosso herói evoluir. Ainda assim Mob está nessa estante e usou bem as “vestes” embelezando-as com elementos só possíveis nesta obra.
- Confronto Sho contra o seu pai, Toichiro Suzuki – Achei claramente que este episódio tinha o intuito de retratar a derrota do boss que era o Shimazaki. Daí que a derrota dos outros dois Ultimate tenha sido tão rápida, ainda que brilhantemente executada. No que toca ao líder e ao NEET, penso que dá bem cedo para sentir que são os final bosses e que portanto este episódio não iria mostrar demasiado de ambos, de modo a deixar o fogo de artifício para o episódio desta segunda-feira. Posto isto, o confronto de Sho com o seu pai foi muito interessante e deixou transparecer tanto as capacidades de Sho, como o poder absurdo do seu pai. Quanto a Serizawa, estou mortinho por vê-lo a combater com o Shigeo, tal como os momentos finais do episódio deixam antecipar.
É já esta segunda-feira que o episódio #12 vai chegar. Chegará também o final da temporada? Espero que não, mas caso se verifique, estou a contar com um episódio fenomenal para fechar em grande esta temporada, desta incrível adaptação.
E tu, que achaste deste episódio? A nível de animação e combates, sentes que superam o que vimos no episódio #5?
Deixa nos comentários a tua opinião!
Mob Psycho 100 II – Opinião Semanal