Título: Musaigen no Phantom World
Adaptação: Light Novel
Estúdio: Kyoto Animation (Clannad & After Story, K-on!, Lucky☆Star)
Géneros: Ação, Fantasia, Sobrenatural, Comédia, Slice of Life
Ficha Técnica: Disponível
Musaigen no Phantom World | Enredo e Personagens
A história toma lugar num futuro próximo, num mundo criado pela imaginação humana. O que os homens chamariam de fantasmas ou monstros aparecem, e são chamados de “phantoms”. O protagonista, Haruhiko Ichijo, é um primeiranista da Academia Hosea e juntamente com a sua colega mais velha, Mai Kawakame, derrotam estes monstros. Na sua jornada conhecem Izumi Reina, que possui a habilidade de devorar Phantoms, e Koito Minase que luta sozinha contra os phantoms.
Phantom é um anime baseado numa Light Novel editada pelo mesmo estúdio que produziu o anime, a Kyoto Animation. Quem já vê anime há algum tempo e conhece minimamente a nossa amada indústria, sabe perfeitamente o que significa uma obra produzida pela KyoAni: Primor técnico, histórias soberbas e tramas inesquecíveis. Depois de hits de vendas como Clannad, Suzumiya Haruhi no Yuuutsu e K-On!, qualquer anime produzido por este estúdio tem uma excelente rampa de lançamento. Phantom não foi exceção: todos nós esperávamos mais uma obra com qualidade acima da média.
Após assistir ao primeiro episódio, julguei que o anime teria tudo para ser mais um sucesso. Porém, já nessa altura muita gente demonstrou descontentamento em relação à quantidade de fan service de Phantom. Pessoalmente, não acho que as cenas ecchi sejam um ponto negativo da obra. Na verdade, com o passar dos episódios, acabei por entender uma coisa: o fan service foi só uma estratégia para tentar acrescentar algo numa trama que não tinha quase nada.
Fail atrás de Fail
Vamos começar pelo início, quando o anime começou a ser produzido a Light Novel ainda só tinha um volume, pelo que o guião de Phantom é praticamente original. Para terem noção do quão “mastigada” foi a adaptação, posso-vos dizer que existem personagens no anime que não existem na novel. Sem a existência de uma linha narrativa coerente, o anime tornou-se numa obra de fillers e episódios que pouco ou nada se relacionam entre si. Em animes de comédia tosca este tipo de iniciativas costuma resultar, o problema é que Phantom não é um anime engraçado. A história em si é bem-humorada a maioria do tempo, mas não chegou a fazer-me rir.
Depois de um começo agridoce o anime decidiu começar a desenvolver as personagens. No entanto, as personagens de Phantom têm traços demasiado genéricos e é difícil gostar de alguma delas. Face a esta realidade, é complicado considerar que os protagonistas evoluíram. Tentaram dar-lhes backstory e até conseguiram que o espectador criasse alguma empatia pelos mesmos, mas isso não revoga o facto de no geral, serem personagens vazios.
Quando todos estes aspetos negativos se aglomeram temos como resultado um anime entediante que não oferece o mínimo entretimento. Temos um bando de adolescentes sem carisma a viver percalços num universo de fantasia, repleto de conceitos que não foram explorados. Temos uma história com um início, mas com uma linha narrativa sem coesão alguma. O único ponto positivo que vejo de facto nesta obra são os últimos episódios. No entanto quando digo “os últimos episódios” refiro-me aos últimos três. Sendo que o anime tem treze, é muito questionável se vale a pena aturar dez capítulos secantes para encontrar um finalzinho minimamente bem feito, onde podemos vislumbrar vagamente a qualidade das histórias da KyoAni.
Musaigen no Phantom World | Ambiente
Quando falamos do visual de Phantom, podemos finalmente olhar e dizer “Isto é KyoAni!”. Com cores límpidas e garridas, o cenário futurista do anime torna-se convincente. As personagens são trabalhadas sem exageros, com um traço preciso e com design igualmente bonito. Porém, a Internet não perdoa e houve certas falhas que não passaram despercebidas como poderão confirmar na imagem abaixo.
As coreografias das batalhas são deslumbrantes e elaboradas, sendo que os cortes são extremamente fluidos e os ângulos de câmera têm tendência a focarem-se nos peitos das personagens femininas. Fazem-nos esquecer o precário enredo enquanto nos deleitamos com uma grafia de excelência tão própria da KyoAni.
Também vale salientar o seguinte: vocês acham que os seios dos ecchis vão contra todas as leis da gravidade e da física moderna? Eu sou da mesma opinião e digamos que em Phantom isso é levado ao extremo. Os movimentos dos peitos neste anime é algo indiscernível, e bizarro sinceramente.
A banda sonora de Phantom é decente, apenas isso. Adoro o tema de abertura e até acho piada à ending, mas ficamo-nos por aí. A música ambiente é apenas um mero adereço. Se não estiver lá, sinceramente ninguém da conta. Uma coisa é verdade: com lutas tão primorosas, quem precisa de banda sonora emocionante? Pura e simplesmente a banda sonora nada acrescenta ao enredo e não emociona ninguém. Mas vendo o lado positivo, não é tão decadente como a trama.
Musaigen no Phantom World | Juízo Final
Depois de ponderarmos isto tudo vocês devem estar a perguntar-se: Phantom tem alguma coisa que se aproveite? Depende do ponto de vista. Se vocês são espectadores que começaram a assistir anime recentemente e que ainda não têm padrões muito elevados, a probabilidade de Phantom vos divertir é alta.
Afirmo isto porque muitos dos problemas que eu vi no anime são fruto de uma longa vida de otaku. Já vi personagens destas um milhão de vezes e infelizmente já vi demasiados animes da KyoAni para me saciar com tão pouco.
Acho que é óbvio que eu não gostei de Phantom World e que é, de longe, o anime mais fraco do estúdio. Porém entendo perfeitamente que este tipo de obras vá resultar para um público mais inexperiente. Concluindo, se pretendem ver este anime porque são fãs da KyoAni, fujam para as montanhas. Se só querem algo para passar o tempo, tentem, pode ser que resulte.
Análises
Musaigen no Phantom World
Os Pros
- Produção visual
Os Contras
- Enredo episódico
- Personagens vazias
- Comédia forçada