Título: Musaigen no Phantom World
Adaptação: Light Novel
Estúdio: Kyoto Animation (Clannad & After Story, K-on!,Lucky☆Star)
Géneros: Ação, Fantasia, Sobrenatural
Ficha Técnica: Disponível
Musaigen no Phantom World | Opening
Naked dive – SCREEN mode
https://www.youtube.com/watch?v=QPGZU-gnqkY
Musaigen no Phantom World | Enredo e Personagens
Baseado numa novel com o mesmo nome, Musaigen no Phantom World é um dos animes mais aguardados da sua temporada. Produzido pela Kyoto Animation, uma das companhias mais ilustres da indústria, a obra compromete-se a ser um misto de ação e fantasia.
A história toma lugar num futuro próximo, num mundo criado pela imaginação humana. O que os homens chamariam de fantasmas ou monstros aparecem, e são chamados de “phantoms”. O protagonista, Haruhiko Ichijo, é um primeiranista da Academia Hosea juntamente com a sua colega mais velha Mai Kawakame, que luta contra phantoms através da sua habilidade “Espírito dos cinco elementos”, Izumi Reina, que possui a habilidade “Devorador de Phantom”, e Koito Minase que luta sozinha contra os phantoms. Eles vivenciavam os altos e baixos da vida escolar até que um certo acidente lhes revela a verdade à cerca desse mundo.
Continuando na minha saga em busca de uma premissa cativante, Phantom World possuí uma sinopse com uma linha muito ténue entre o interessante e o básico demais. A verdade é que o que nos é dito acerca da história é vago demais, não chega para torná-la realmente apelativa. O que concede um hype tremendo ao anime é, sem sombra de dúvidas, o nome que está por detrás da adaptação animada. A Kyoto Animation é uma produtora ridiculamente conhecida e dona de muitos “best-sellers”.
Phantom World apresenta-nos uma realidade alternativa. Sabemos que dez anos antes aconteceu um “apocalipse” e que daí para a frente a mente humana foi alterada. Agora, humanos e monstros convivem em harmonia. Contudo existem alguns phantoms que não gostam de viver em comunidade e decidem atacar a população. Um dos pontos negativos do anime está aqui. A premissa apresentada não cativa o suficiente para convencer alguém, pois pouco se entende dos conceitos da trama até à visualização do primeiro episódio.
Porém, o anime tem uma asserção curiosa e significativamente original. Apesar de não fugir muito a definições já conhecidas, conseguiu inovar em alguns elementos. Nomeadamente os phantoms, que tanto podem tomar a forma de mechas ou de adoráveis fadas.
O primeiro episódio concedeu-nos muita informação, alguma um tanto quanto confusa. Introduziram três personagens de imediato e estipularam as suas funções na obra desde início. Mostraram-nos que apesar do dito mundo ser revolucionário e divertido, nem tudo são rosas e existem, aparentemente, alguns percalços nas suas vidas como estudantes. Apesar de nos terem introduzido na realidade alternativa, ficamos a conhecer muito pouco sobre os phantoms – foi o único ponto que não frisaram nem deram destaque.
Na minha opinião, a informação talvez pudesse ter sido melhor organizada e, pessoalmente, teria deixado alguns detalhes para um segundo episódio. Um percurso mais linear poderia ser uma opção mais favorável. No entanto, conseguiram despertar o meu interesse com a abordagem feita, então não vou criticar exageradamente este ponto.
Portanto, no que diz respeito a narrativa e enredo o anime tem poucas falhas a apontar, mas a Internet arranja maneira de crucificar uma obra se esta é demasiado apelativa. Segundo os nossos ilustres críticos de fórum, o problema de Phantom reside no fan service. Sim, o anime tem tendências ecchi, não dá para o negar. Mas não é exagerado, não se interrompeu a história para mostrar seios. E a pura realidade é que as cenas “pervertidas” são originais, então, arranjem algo mais plausível para apontar como defeito.
Algo que poucos mencionam e que se revelou o grande se não do anime, foram as personagens. As cenas de ecchi pouca ou nada afetam a trama, agora personagens clichés têm implicações bem mais graves e é nisso que devemos focar. Ichijou Haruhiko é um rapaz comum, o seu único diferencial enquanto protagonista será o facto de adorar literatura clássica – não é típico e isso agradou-me. Porém, não exibiu nada de realmente extraordinário, então mora em mim aquele medo de ele ser apenas mais um main. Kawakami Mai foi a que mais gostei. Esta, além de peitos ridiculamente grandes de onde provém o seu poder, tem tendências tsundere. Luta de maneira irrepreensível e aparenta ser determinada e confiante. Izumi Reina é a loli de serviço e com um poder bastante estranho. Esta tem o poder de “comer” phantoms. É doida por comida e aparenta não ser muito inteligente.
Ou seja, as personagens não são más, mas não são impressionantes. Têm características e comportamentos genéricos. Teria sido bem mais inteligente se tivessem mostrado algum backstory. Como tal não ocorreu, fazemos figas para que estas ganhem mais personalidade com o passar dos episódios.
Musaigen no Phantom World | Ambiente
A Kyoto Animation sempre foi elogiada e vangloriada pelas suas produções técnicas. Não se esperaria menos da sua mais recente aposta. Com cores límpidas e garridas, o cenário futurista do anime torna-se convincente. As personagens são trabalhadas sem exageros, com um traço preciso e com design igualmente bonito. A primeira cena de luta pareceu-me bem conseguida. Não senti aquele desvirtuo típico que os mechas costumam possuir quando parecem saídos de um anime completamente diferente.
Os temas principais da banda sonora do anime superaram as minhas expectativas. Costumo adorar as músicas que abrem os animes da Kyoto e desta vez não foi diferente. Mesmo que não planeiem ver Phantom, aconselho-vos a ouvir o tema de abertura – afinal música de qualidade ninguém dispensa. A ending é igualmente agradável e viciante.
Quanto à música ambiente propriamente dita pode-se dizer que, aparenta ser daquela que está lá só para enfeitar. Não torna a experiência mais ou menos interessante, mas também não realça os pontos positivos do anime.
Musaigen no Phantom World | Potencial
Musaigen no Phantom World é um anime com um tremendo potencial e com tudo a seu favor para dar certo. Seja os nomes por trás da sua produção, o brilhante trabalho técnico e mesmo a sua premissa.
Existem animes que conseguem logo evidenciar um enredo coerente e exibir personagens apelativas. No caso de Phantom, ou nos mostravam o mundo alternativo ou seria um tiro no escuro. Porquê? Porque o foco do anime é essa realidade diferente. Uma realidade que nós não conhecemos. Até que ponto faria sentido adiarem a “visita guiada” ao cenário da obra para capricharem nas personagens?
Sem dúvida que em muitos casos, principalmente Slice of Life, os protagonistas fazem o anime. Mas em casos como o referido, dificilmente seria essa a jogada mais perspicaz. Daí eu considerar mais sensato esperar do que julgar a história.
Não quero com isto dizer que Phantom não precise de esmerar-se nas suas personagens – óbvio que não o defenderei caso não o faça e estarei aqui para lhe apontar o dedo. Contudo, enquanto anime de ação e fantasia ganhou totalmente a minha aprovação. Mostrou lutas consistentes, primor na sua grafia e poderes exóticos.
Em suma, se ainda estão indecisos no que assistir no tenebroso frio que se faz sentir por estes lados, Phantom World é um dos (poucos) animes a considerar nesta temporada de Inverno. Acredito que ainda exista muita coisa para mostrar e desenvolver ao longo de treze episódios. Então, let’s go. Nunca me deixaste ficar mal, Kyoto, acredito que ainda não vai ser desta que despontarás. Falaremos então daqui a três meses. Rezem daí que eu rezo daqui para tudo dar certo.
Análises
Musaigen no Phantom World
Os Pros
- Enredo original
- Produção visual
Os Contras
- Personagens sem aparente diferencial