Nome: Ni no Kuni II: Revenant Kingdom
Produtora: Level-5
Distribuidora: Bandai Namco
Plataformas: Playstation 4, Windows
Género: JRPG, Ação, Estratégia
Horas de Jogo: 40
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom – Análise Playstation 4
A muito aguardada e adiada sequela do mágico Ni no Kuni finalmente está disponível! Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é um JRPG cheio de coisas para descobrir e fazer. Será que a Level-5 conseguiu superar-se a si própria neste segundo título?
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom | Enredo
O enredo de Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é, numa palavra, infantil. Não no sentido de mau, básico ou acriançado. É infantil como quem diz mágico! O personagem principal, com o fabuloso nome Evan Pettiwhisker Tildrum, é o jovem rei de Ding Dong Dell.
Se o nome vos soa familiar, então é porque jogaram o primeiro jogo. De facto, todo o enredo e história estão cheios de referências ao Ni no Kuni. No entanto, não se preocupem! Não precisam de o ter jogado para perceberem ou desfrutarem de Ni no Kuni II: Revenant Kingdom!
Neste capítulo, o jovem Evan procura unificar o titular país de Ni no Kuni e reinar sobre toda a gente. Os motivos estão envoltos em spoilers, mas parece a motivação de um vilão, não? Realmente, depois de tudo o que aconteceu, o enredo de Ni no Kuni II: Revenant Kingdom podia perfeitamente ser a história de origem de um final boss!
Mas graças à encantadora magia dos escritores inspirados pelo estúdio Ghibli (que não esteve envolvido na criação desta vez, contando apenas com alguns ex-membros), a aventura de Evan é repleta de esperança, determinação e da velha luta contra o mal! Com a ajuda de vários companheiros, entre eles o Presidente dos Estados Unidos, Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é um conto encantador da ambição de um jovem para melhorar o mundo.
Infelizmente, o enredo que começa de forma simples mas forte perde bastante gravitas no fim. Talvez porque esteja habituado a jogos mais “sérios”, mas o final de Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é simplesmente… o que se estava à espera. Não há grandes revelações (tirando a identidade de um misterioso rapaz de cabelo azul), nem grandes decisões morais.
No entanto, o final “sem sal” não destrói a experiência! É um jogo com personagens encantadores, momentos fantásticos e engraçados, que me fez sentir como uma criança a olhar para magia pela primeira vez!
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom | Jogabilidade
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom está repleto de coisas para fazer, como o bom JRPG que é! E não só o básico, como side-quests e áreas opcionais para explorar! Como o enredo anda em torno de criar o nosso novo reino, então é mesmo isso que fazemos! Reminiscente a Age of Empires, Ni no Kuni II: Revenant Kingdom incorpora um sistema de criação e gestão do nosso reino! Temos de criar edifícios como lojas, ferreiros e escolas, descobrir cidadãos para povoar o reino e decidir onde é que eles vão trabalhar. Isto tudo, claro está, vai trazer vantagens para o resto do jogo. Equipamento, items e até mesmo cenas extra são as recompensas por expandirmos o nosso reino!
Também contamos com um sistema de simulação de batalhas de guerra. Controlámos o nosso Evan em modo chibi a comandar um exército, decidindo que unidades enfrentam quais à base de um simples sistema de vantagens em triângulo, como pedra-papel-tesoura. É assim que conquistámos novas áreas para expandir Evermore, o nosso novo reino!
Uma adição que achei particularmente com charme, foi o Leafbook. Uma óbvia paródia ao Facebook, com o Leafbook podemos ver o que os cidadãos do nosso e dos outros reinos estão a dizer. O que os preocupa, o que está a acontecer, e até mesmo as reações ao desenrolar do enredo. É uma adição muito interessante que dá uma nova vida ao que se passa em segundo plano. Os nossos súbditos não são apenas números, mas sim pessoas com gostos, preocupações e fetiches com monstros selvagens. Como cereja no topo do bolo, até podemos dar Likes nos posts!
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom | Combate
A pior coisa no primeiro Ni no Kuni, na minha opinião, era o combate. Aquele sistema de batalhas por turnos gerou muita confusão, frustração e insatisfação num jogo que estava muito próximo da perfeição. Felizmente, a Level-5 ouviu os fãs! O combate em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é agora em tempo real. O sistema de combate é muito semelhante ao de Tales of Berseria. Podemos escolher quem controlámos e mudar a meio da batalha, usar ataques de curto ou de longo alcance, e usar magia e ataques especiais. É divertido… de início.
O problema da extrema dificuldade do primeiro jogo foi resolvido, mas passamos do 80 para o 8. Em Ni no Kuni II: Revenant Kingdom, é quase impossível de perder.
As batalhas são demasiado fáceis, e a facilidade eventualmente se transforma em aborrecimento. A nossa magia recupera-se rapidamente, somos invulneráveis enquanto rebolámos, e usar items de recuperar a vida é feito instantaneamente, através de um menu de pausa. E não há nenhuma opção de mudar a dificuldade. O jogo é assim, e pronto. Talvez seja para apelar a qualquer jogador, mas é para isso que servem os níveis de dificuldade.
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom | Estética e Som
Os visuais de Ni no Kuni II: Revenant Kingdom são o que provavelmente fez muita gente se interessar pelo jogo. Segue os passos do primeiro jogo, com o estilo do icónico estúdio Ghibli e o nível de polimento visual que o acompanha. Os locais e mapas são coloridos, luminosos até em sítios tenebrosos, e acrescentam à sensação de estarmos a jogar um conto de fadas. A minha única lamentação é já não haver as cutscenes completamente em anime como no primeiro jogo. Mas é compreensível, pois o estúdio Ghibli não esteve directamente envolvido na sequela.
Em relação à musica, só há duas palavras: Joe Hisaishi.
Se nunca ouviram falar dele, de certeza que já ouviram o trabalho dele! O compositor residente dos estúdios Ghibli dá o seu talento para Ni no Kuni II: Revenant Kingdom. A banda sonora está repleta de flautas melodiosas e pratos dramáticos que encaixam perfeitamente nos visuais e temática do jogo. Nada de menos seria de esperar do compositor de Totoro, Spirited Away, Howl’s Moving Castle, entre outros! Não há nada de mau a apontar no departamento sonoro do jogo!
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom | Juízo Final
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom pode parecer à primeira vista um conto de fadas para miúdos. E isso é porque o é! Mas isso não quer dizer que não possa, nem deva, ser desfrutado por graúdos! Apesar do final tépido, Ni no Kuni II: Revenant Kingdom é uma experiência mágica que pode agradar a todos! Afinal, o que é mais mágico do que fazer um adulto sentir-se criança outra vez?
E se alguém gozar com vocês por estarem a “jogar um jogo de putos”, existe uma variedade de coisas que lhes podem mandar enfiar em orifícios.
Análises
Ni no Kuni II: Revenant Kingdom
Uma história simples e encantadora, repleta de personagens engraçados e com charme, Ni no Kuni II: Revenant Kingdom dá ao jogador uma aventura visualmente deliciosa e completa. Com muito para fazer e descobrir, só perde pela falta de dificuldade nas batalhas e pelo final simples mas sem sal da história.
Os Pros
- Visuais espantosos
- Todas as queixas do jogo anterior foram melhoradas
- Ação, exploração e estratégia num só jogo, tudo bem implementado!
Os Contras
- Demasiado fácil
- Enredo perde a força no final
- Já não há cutscenes em anime