Título: One Punch Man
Adaptação: Manga
Produtora: Madhouse
Géneros: Ação, Comédia, Paródia, Sci-Fi, Seinen, Sobrenatural e Super Poderes
Ficha Técnica: Disponível
One Punch Man | Enredo
One Punch Man conta-nos a história de um herói, que tem como objetivo derrotar diversas abominações que surgem no planeta Terra. Estas, são personificações dos desleixos da humanidade. Caros leitores, não me abandonem já. Tenho plena consciência que a palavra “herói” pode causar uma certa aversão. Afinal vivemos numa época em que nos atiram heróis para a cara, esperando que esbanjemos o nosso orçamento mensal neles. Para quem não conhece o material fonte, já deve estar a pensar: “caramba, mais uma história de super-heróis, já não me chega a quantidade de narrativas ocidentais focadas neste assunto!”. Desenganem-se, One Punch Man não chegou até aos pequenos ecrãs para vos servir comida mastigada. Esta obra foi criada com intuito de vos servir uma receita completamente fresca!
Existe aqui uma noção sóbria da arquitetura narrativa, que constrói todos os pilares de uma história básica de heróis. Tal facto, dá génese a uma abordagem atípica e original ao conceito de herói, e àquilo a que fomos habituados a comer – principalmente nos últimos tempos. A personagem da fatídica linha kármica do “Zero a Herói” já foi escrita, já foi filmada, já foi desenhada, já foi animada, já foi capturada e transmitida vezes sem conta. Porém, One Punch Man tenta abordar esta premissa de um outro ângulo: “E se o nosso herói iniciar a história forte o suficiente, de modo a que já não exista ninguém capaz de o derrotar?”, “E se contar-mos uma história da perspectiva de um herói, que não tem um inimigo à altura?”.
Por norma é-nos contada a viagem até se formar o herói complexo, os seus sofrimentos, o seu caminho de pedras, e uma vez que o produto está completo, a história termina. Com One Punch Man recebemos o: “e depois disso, o que acontece?”. O que nos poderá mostrar um herói que já não tem mais nada a aprender?
One Punch Man | Ambiente
Todo este palavreado acima descrito, é muito bonito quando apenas um escritor e um desenhista se encontram na equação. Quando se começa o diálogo para avançar com a adaptação, nós como espectadores pensámos logo: como é que se captura esta essência tão única e tão própria?
É certo que o material fonte consegue expressar toda a sua peculiaridade de forma independente. Mas, é necessária uma noção dos estereótipos presentes em muitas obras do género em questão, para conseguir transplantar o órgão narrativo para um corpo visual, que realmente se adequa a todo este carisma criativo. Posso afirmar com toda a certeza que a operação foi um sucesso! A Madhouse executou o transplante com uma harmonia majestosa, que reúne a qualidade de todos os seus departamentos.
De todos os aspetos técnicos que se encontram em grande nível, existe alguns que vale mesmo a pena mencionar, mesmo que ainda seja um pouco cedo para o fazer. É de louvar a composição das coreografias das sequências de batalha, que demonstraram uma grande fluidez de animação, conjugada com um brilhante trabalho de câmera. A grande noção de espaço e de profundidade de campo, intensificou o frenetismo destas batalhas épicas. Ajudou ainda a definir com precisão, a diferença de proporções entre os inimigos colossais e a personagem principal.
One Punch Man | Potencial
O nível de potencial desta obra é extremamente elevado, a todos os níveis de todos os departamentos. Em contrapartida, este mesmo potencial é diretamente proporcional à margem de erro que pode ocorrer. Toda a minha análise e previsão é retirada apenas da visualização do primeiro episódio, e do olhar de alguém que não leu o material fonte.
A premissa pode realmente estar a ser desenvolvida de um ponto de vista nunca antes visto e ao mesmo tempo absolutamente cativante. Ainda assim, este aspeto pode tanto jogar a favor, como facilmente jogar contra. A estrutura de “Zero a Herói” tem realmente muito para contar, mesmo que de forma repetitiva. Contudo, se já temos o herói desenvolvido, existirá realmente margem para acrescentar um ponto? Terá esta originalidade funcionado como episódio isolado, ou conseguirá realmente desenvolver e oferecer uma visão única?
É inegável o nível de comédia que nos foi fornecida, assim como é difícil negar o grande divertimento e satisfação gratificante, que os primeiros vinte minutos que esta tão aguardada série nos forneceu. Todavia, assim que o episódio termina, é também muito difícil esconder o pensamento que me começou a corroer. Irá a comédia cair na repetição? Irá a situação episódica manter-se? Teremos realmente um fio condutor? A sensação de perigo será alguma vez sentida?
O potencial está mais que garantido, agora só nos resta esperar pela execução!
One Punch Man | Trailer
Análises
One Punch Man
O potencial está mais que garantido, agora só nos resta esperar pela execução!
Os Pros
- Premissa peculiar.
- Abordagem criativa.
- Produção ambiental.
Os Contras
- Nada de relevante a apontar.