Orange Live Action | Análise

Filme: Orange
Diretor: Kojiro Hashimoto
Escritores: Ichigo Takano (manga), Arisa Kaneko
Guionista: Arisa Kaneko
Cinematografia: Atsuhiro Nabeshima
Data de estreia: 12 de dezembro de 2015
Duração: 139 minutos
Distribuidor: Toho
País: Japão

 

Orange foi um dos títulos que mais marcou o ano de 2016 nas mais variadas vertentes. A obra original (manga) conquistou um público afinco, tendo arrecadado lugares de topo tanto no oriente, como no ocidente. Quanto ao anime, desde logo foi nomeado como uma das adaptações mais esperadas da temporada de verão de 2016.

Quase que simultaneamente, uns meses antes, estreia a adaptação live action da franquia Orange!

 

 

 

Orange Live Action | Enredo

Toda a gente possui arrependimentos na vida. Quem não aceitaria a oportunidade de mudar o passado se o pudesse fazer? Quando a jovem de 16 anos Takamiya Naoh recebe uma misteriosa carta, alegando ser da sua versão com 27 anos, a sua vida dá uma reviravolta. A carta diz-lhe para manter sobre vigia o novo estudante, chamado Naruse Kakeru, que irá juntar-se à turma.

 

 

A premissa extremamente sugestiva abre portas para uma narrativa que começa amena, tão amena que por momentos parece “mais um romance escolar japonês”. Tudo gira em torno de uma protagonista “sem sal”, uma bonequinha de pouca personalidade que perambula seguindo com mais ou menos exatidão, o que a carta diz. No entanto, e felizmente, aos poucos a qualidade da história original surge para salvar o que seria um deslize cinematográfico.

 

 

Mas Orange Live Action é bom ou mau?

Orange live action trata-se de uma boa adaptação da obra original, tão boa que segue as linhas lentas e quase que rotineiras do manga original. Isto é mau? É quando vemos um filme repleto de situações que isoladas acabam por saber a pouco, sendo o seu significado apenas absorvido por quem conhece a história original.

 

 

 

Claro que há grandes momentos, e como referi em cima o desenvolvimento evoluiu ao longo do filme, sobretudo quando apostaram numa adaptação da história em vez de uma transcrição minuciosa das cenas originais. A conjugação passado-futuro foi bastante bem conseguida tendo em conta a conjuntura da adaptação, e apesar da alteração ter-me causado bastante comichão (quem leu a obra original entenderá), criou um ambiente capaz de agarrar o espetador mesmo não conhecendo a história.

 

 

Orange Live Action | Elenco

As semelhanças físicas e a fantástica caracterização de todos os protagonistas pouco puderam fazer pela pobre interpretação da protagonista. Na minha opinião, apesar da Naho ser realmente uma “atadinha” e irritantemente tímida, a interpretação soou-me mais a alguém com défice mental funcional do que propriamente a de uma adolescente de 16 anos com timidez severa.

 

 

Quanto ao restante elenco, das poucas vezes que estiveram presentes, pudemos comprovar uma qualidade de representação ao nível da obra em questão. Desempenharam o papel com mestria, de tal forma que no final era impossível imaginarmos outros atores a representar esses mesmos papéis.

Elenco principal:

– Naho Takamiya: Tao Tsuchiya
– Kakeru Naruse: Kento Yamazaki
– Hiroto Suwa: Ryo Ryusei
– Takako Chino: Hirona Yamazaki
– Saku Hagita: Douri Sakurada
– Azusa Murasaka: Kurumi Shimizu

 

 

Orange Live Action | Juízo Final

A adaptação, como tantas outras, é passível de dividir opiniões. Para os fãs mais afincos, a tristeza por ver determinadas cenas corrompidas poderá ser o suficiente para diminuir a qualificação, no entanto num panorama geral a obra original foi adaptada com o rigor possível.

O que pecou, na minha opinião, foi isso mesmo: o rigor quase que literal que cortou a fluidez irremediavelmente. Apesar de não ser um filme mau, foi salvo maioritariamente pela premissa. Pelo que as expetativas devem ser comedidas conhecendo ou não a obra original.

Em suma, Orange conseguiu agrupar os ingredientes necessários para conquistar o público alvo, sendo um filme ideal para os amantes de romance escolar japonês. Para alguém com gostos mais exigentes e sem um grande apreço por esse género, será um risco que poderá ou não valer a pena dependendo da sua ligação à obra original.