Título: Overlord
Adaptação: Light Novel
Estúdio: Madhouse (Death Parade, Hunter X Hunter)
Géneros: Ação, Fantasia e Jogo
Ficha Técnica: Disponível
Overlord | Enredo
Cá estamos nós, mais um temporada mais um anime sobre imersão total numa realidade virtual. Um género que veio para ficar, mas que ainda tem que comer muita sopinha para se tornar em algo bom. Muitos foram os conceitos interessantes que surgiram nos últimos tempos, mas poucos ou nenhuns conseguiram vingar naquilo que prometeram (apesar da popularidade absurda que conseguem rapidamente atingir).
Overlord introduz um conceito narrativo invertido, e com ele surge mais uma premissa original e talvez promissora. Por norma, a personagem principal começa do zero, do nível básico. Através dela vamos conhecendo o jogo ou mundo virtual, e esta vai progredindo e avançando de nível. Porém, Overlord propõe-nos uma coisa diferente. E se a personagem principal já se encontrar no nível máximo? E se este não foi o início do jogo, mas sim o fim dele?
A obra inicia com o fim dos servidores do jogo. Momonga, um dos mais fortes jogadores aproveita os seus últimos momentos dentro da realidade que tantas alegrias lhe deu, até esta ser por fim encerrada. Por um erro qualquer, Momonga fica preso nesta realidade que deixa de ser virtual. Depois do sucedido ele começa a analisar tudo o que pode de modo a tentar entender o que aconteceu. Isto faz ponte para a característica mais positiva do primeiro episódio. A caracterização da personagem principal é fidedigna com aquilo que estipulam, na medida em que se ele é o mais forte do jogo, isso tem que ser mostrado através da sua personalidade, o que acontece através de diálogos, pensamentos e ações.
A narrativa no seu núcleo não é nada de novo em particular, sendo que não passa muito além daquilo que temos visto nos últimos tempos no que diz respeito a este género. Muitos dos elementos já foram abordados noutras histórias, e para já aqui não foram de forma diferente. Em contrapartida, estes mesmos elementos genéricos, servem de gatilhos para alguns pilares narrativos que já foram moldados noutras formas, que deram origem a conceitos diferentes, e que dependendo da forma como serão abordados, poderão vir a ser interessantes de modo a rivalizar com as já existentes populares narrativas deste género.
Overlord | Ambiente
Antes de irmos à análise, penso que devo clarificar uma informação que muitos não devem ter conhecimento. Alguém reparou que o início do episódio se encontra com queda frames, ou seja, a velocidade da animação fica mais lenta? Pois, isto não foi erro da Madhouse, mas sim das transmissões televisivas que estragaram o primeiro episódio em algumas partes, por isso esperemos que isto não se repita no segundo episódio.
Relativamente à produção visual propriamente dita, tendo em conta que é a Madhouse, esperava-se uma animação um pouco superior aquela que obtivemos, mas também é complicado dar um veredito mais concreto tendo em conta a problemática acima descrita. Todos os elementos do estilo de jogo MMORPG foram captados com fidelidade, e retratados com precisão. Os cenários e o trabalho de arte estão interessantes e criados com algum detalhes, imergindo-nos sem grande dificuldade naquele mundo. O design de personagens é certamente diferente e cativante tendo em conta o género da obra que aqui é abordada.
A interpretação da voz do protagonista foi bem executada, e mostra margem de progressão. Tendo em conta que Momonga não tem expressões, cabe à voz transmitir toda a emoção da personagem principal, o que será um ponto crucial para nos ligarmos ou não a este. A banda sonora apesar de não saltar ao ouvido, não é completamente ignorada, revelando-se pelo menos adequado ao género que representa.
Overlord | Potencial
Sem rodeios, este é um género que vai agradar sempre os gamers. À partida, se abordar os moldes do RPG de forma fidedigna e adicionar o ingrediente realidade virtual, então vai ter (inevitavelmente) público, e vai eventualmente tornar-se popular. Portanto, se gostas-te de Sword Art Online, No Game No Life, Log Horizon, Danmachi, e procuras mais obras do género, então estás no sítio certo, podes e deves começar a ver e dificilmente saíras insatisfeito.
Agora para o público geral (e gamer) mais exigente, que procura algo mais adulto, original, forte e surpreendente, provavelmente terá que fazer uma aposta. A narrativa revela alguns contornos que podem levar a algo bem acima da média, mas estes mesmos contornos podem levar a história pelos caminhos mais típicos. Portanto, aconselho-vos a esperar que a obra termine, não é algo que para já justifique o investimento semanal.
Análises
Overlord
A narrativa revela alguns contornos que podem levar a algo bem acima da média, mas estes mesmos contornos podem levar a história pelos caminhos mais típicos. Portanto, aconselho-vos a esperar que a obra termine, não é algo que para já justifique o investimento semanal.
Os Pros
- Conceito com alguns elementos inovadores que podem levar a narrativa na direção mais acertada.
Os Contras
- Apesar da inovação, a maior parte dos conceitos para já é muito genérica.