Título: Owari no Seraph
Adaptação: Manga
Produtora: Wit Studio
Géneros: Shounen, Sobrenatural, Drama
Ficha Técnica: Disponível
Opening Owari no Seraph
X.U. – SawanoHiroyuki e Gemie
Enredo
Baseado no manga da autoria de Takaya Kagami (criador de Densetsu no Yūsha no Densetsu, Itsuka Tenma no Kurousagi) e arte de Yamato Yamamoto, Owari no Seraph narra a história de um mundo onde um vírus desconhecido mata toda a população humana, com a excepção das crianças menores de 13 anos. Essas mesmas crianças terminam escravizadas por vampiros, sendo reduzidas a meros depósitos de sangue. Yuichiro Hyakuya é o único humano a escapar vivo da Cidade dos Vampiros e possuiu um só objetivo: tornar-se forte o suficiente para destruir todos os vampiros.
A premissa pouco inovadora não deixa de cativar face aos vários elementos nela pertencentes, repletos de potencial individual, todos juntos criam uma trama interessante e por onde é esperada uma forte carga dramática e quiçá batalhas de suster a respiração.
Embrenhados num cenário citadino deslumbrante, somos apanhados de surpresa por um repentino caos de morte e destruição. Tropas rompem um ambiente infernal, maravilhosamente representado sob tela, esculpindo o que seria a primeira de muitas deslumbrantes cenas. Entusiasmados por absorver cuidadosamente todas as cenas e primórdios de uma carga dramática que se avizinhava próxima e efusiva, somos interrompidos por uma fugacidade de desenvolvimento difícil de acompanhar e sobretudo saborear.
Em apenas 23 minutos tentaram expor-nos uma quantidade absurda de enredo. Sem medir a quantidade de informação que era transmitida, a má gestão narrativa contaminou o primeiro confronto com a obra como se de um verdadeiro vírus se tratasse. Num verdadeiro trampolim de sensações e cargas dramáticas muito pouco aproveitadas, os momentos cénicos de desenvolvimento obrigatório acabaram negligenciados face à necessidade forçada de expor mais um pouco todo o universo. Um momento claro é quando é introduzido o passado de Yu, mais informação, mais quebra narrativa, sobre algo que merecia o seu devido destaque noutro episódio.
Ambiente
Sendo o Wit Studio o responsável pela animação da franquia, já se fazia esperar um derradeiro espetáculo cinematográfico, enriquecido por um ambiente polido e um design magnífico, ou não seriam eles os produtores por trás de grandes obras como Shingeki no Kyojin ou o filme Hal. A contrastar com o défice de fluidez narrativo somos agraciados com uma fluidez na animação francamente acima da média.
Apesar da censura, o clímax episódico é atingido com um primor visual de suster a respiração, conseguindo transmitir e fazer sentir num momento, grande parte do potencial sustido desta obra sobre deslumbrantes frames.
Sem nenhum defeito significativo a apontar nesse quesito, somos contemplados por um episódio polido, brilhante de um rigor e transparência muito próximos do real. Numa obra tecnicamente a cima da média, a banda sonora fica aquém das expetativas. Sem variar muito dos sons orquestrados a coincidir com o momento que o representam, nenhum marco é estabelecido.
Potencial
Um primeiro encontro com a obra possuiu um sabor efémero e descuidado, como se nos fosse apresentado a mais requintada das ementas sem o sabor que lhe é devido. As peças para a construção do que poderá ser, um dos melhores shounen da temporada estão lá, no entanto a má gestão dos vários elementos daquele enorme universo não dão garantias ao espetador quanto aos episódios futuros. O limbo promovido pela salada de informação exposta deixa sérias reticências aos mais cépticos e descrentes, contudo o reportório de elevada qualidade da produtora envolvida fornece a esperança necessária para continuar a seguir a série.
Os vários elementos e a composição do universo Owari no Seraph proporcionam um leque alargado de possibilidades de desenvolvimento e sobretudo novas formas de explorar a narrativa. Tendo isso em mente sugiro a obra não pelo que foi demonstrado neste primeiro episódio mas com base em todo o potencial ainda latente da franquia.
Análises
Owari no Seraph
Uma obra com uma primazia e rigor técnico que contrasta com uma miscelânea de enredo aquém das expetativas.
Os Pros
- Animação.
Os Contras
- Enredo com muitos temas;
- Dúvida no desenvolvimento de uma premissa complexa.