A épica série Pokémon chegou ao ptAnime! Deliciem-se com a análise a uma das animações mais marcantes de sempre. Vai ser analisada apenas a primeira temporada: “Pokémon Indigo League”. Talvez as outras fiquem para depois.
Pokémon Indigo League | A História
É um novo dia na aldeia de Pallet e Ash Ketchum está muito entusiasmado pois amanhã é o seu décimo aniversário. Quando os rapazes fazem dez anos, o Professor Oak (perito da cidade com fama mundial) já lhes pode dar o primeiro Pokémon para que estes iniciem a sua jornada. Ash, um rapaz determinado e imprudente, tem um sonho: tornar-se no maior mestre de Pokémon. Apesar de ser precipitado ele tem um bom coração e luta sempre do lado do bem.
Na manhã do grande dia, Ash adormece. Isto porque ficou acordado até bastante tarde e mesmo quando conseguiu adormecer, perdeu-se nos sonhos com o Pokémon que ia escolher. Quando chega ao laboratório do Professor Oak, ainda em pijama, todas a opções já tinham sido levadas.
Desapontado, o rapaz pergunta já sem esperança se há algum restante. O Professor diz-lhe que sim, apesar de ter uns problemas. Sai então da pokébola um Pikachu.
Apesar de não se darem muito bem no início, juntos vão desde cedo enfrentar perigos, viajar por lugares esplêndidos, encontrar amigos fantásticos, inimigos cruéis e conhecer criaturas para além da fantasia mais delirante.
Preparem-se para conhecer o incrível mundo dos Pokémons!
Pokémon Indigo League | Ambiente e Enredo
O universo Pokémon é único! Satoshi Tajiri, criador do jogo e consequente série, desenvolveu juntamente com a sua equipa os primeiros 150 pokémons. Muitos deles foram baseados em animais reais e por isso podem ser comparados no nosso mundo. Inspirando-se na captura, coleção e troca de insectos que fazia quando era jovem, Tajiri teve a ideia de criar um jogo onde se fazia isso mesmo.
A empresa, que viria a ser a Game Freak, criada em 1982, lançou em 1996 os jogos Pokémon Red & Blue que viriam a vender milhões de cópias. Já que o jogo se deu tão bem, decidiram criar a animação, que fez de Tajiri um milionário. Ainda hoje, Pokémon dá todas as semanas nas televisões japonesas, ficando sempre em boas posições no ranking de audiências de anime. Os últimos jogos a serem lançados, Pokémon Black 2 e Pokémon White 2, continuam a ser um sucesso de vendas.
Falando agora um pouco do anime, nele podemos ver toda a vida de Ash Ketchum, na sua busca pelo título de maior mestre de Pokémons do mundo. Juntamente com os seus amigos que tudo vão fazer para o ajudar, podemos ver todas as maravilhas de Kanto. As paisagens esplêndidas, as batalhas emocionantes, os ensinamentos e lições que a série mostra e o incrível mundo dos Pokémon fazem com que “Pokémon Indigo League” tenha sucesso imediato.
Pokémon ficou conhecido pelo “Quem é este Pokémon?”. Será preciso dizer o que é?
A música que acompanha a narrativa acrescenta aquele toque de excelência. Além disso, quem é que não conhece a grandiosa primeira abertura protagonizada pelo Henrique Feist? A abertura japonesa é bem diferente, mas nem por isso deixa de ser muito agradável.
Ao invés de um encerramento, havia o PokéRap. No fim de cada episódio, o nome de trinta Pokémons era cantado, num total de cinco versões (totalizando os 150). A música era de tal maneira cativante que fazia com que os nomes ficassem marcados na mente de quem a ouvisse.
Pokémon Indigo League | As Personagens
Começando pelo protagonista, Ash Ketchum, ele pode ser indicado como um rapaz extrovertido, impulsivo e benevolente. Tem o objectivo de se tornar no maior mestre de Pokémons de todos os tempos e ganhar a Liga Indigo. É acompanhado nas suas viagens por Kanto pelo seu fiel companheiro Pikachu. O rato eléctrico é conhecido pelos seus poderosos relâmpagos.
Com Ash viajam Misty e Brock, dois grandes amigos que se juntaram a ele na sua jornada. Misty está com Ash para que ele lhe devolva a bicicleta que destruiu no primeiro episódio. Ela tem o grande sonho de se tornar na melhora treinadora de Pokémons do tipo água do mundo. É normalmente simpática, mas pode ficar mal-humorada muito facilmente. Demonstra uma paixão secreta por Ash que, apesar de poder ser correspondida, nunca mostrou sinais de evolução.
Brock é o garanhão mal sucedido. Tem como meta ser o melhor tratador de Pokémons do mundo. É bastante hábil na preparação de alimentos, tanto para Pokémons como para humanos, assim como noutras tarefas da lida da casa. É carinhoso e sabe exactamente o que fazer para ajudar um Pokémon ferido, assustado ou com dificuldades em progredir. Apaixona-se por cada mulher bonita que vê e tem um fraquinho especial pelas enfermeiras Joy e pelas agentes Jenny.
Expert em Pokémons e na sua criação e desenvolvimento é o Professor Oak. O seu vasto conhecimento é notável. Na aldeia de Pallet, onde ele reside, cuida e estuda centenas de Pokémons com a intenção de entender e tornar melhor a interacção entre eles e os humanos. Tem um neto que se chama Gary Oak: o grande rival de Ash. Ao longo da série, as picardias entre os dois são constantes, pois um quer ser sempre melhor que o outro.
Por fim, mas não menos importante, está o Team Rocket, nomeadamente os três elementos mais notáveis – Jessie, James (de sublinhar o trocadilho com o famoso bandido Jesse James) e Meowth.
Jessie é a mandona do grupo. A rainha do drama, quer ser sempre o centro das atenções e tem um temperamento diabólico. Normalmente é ela que engendra os planos, quase sempre com o objectivo de apanhar Pokémons raros, e também o Pikachu de Ash, que se revela muito forte. James tem um carácter mais atencioso e ingénuo (prova disso é que é sempre vigarizado pelo vendedor de Magikarps). Para além disso, é sempre influenciado pelos seus companheiros para os seus planos maléficos. Meowth aprendeu a falar e a andar sobre duas patas para impressionar uma gata de Hollywood (local onde ele vivia), mas após ter sido rejeitado decidiu juntar-se ao Team Rocket.
Episódios Banidos e Polémicas
Como todas as séries de sucesso, Pokémon tinha que ter polémicas e episódios banidos. Um episódio é banido quando tem conteúdo que é considerado impróprio para ser exibido. Normalmente um simples corte na cena resolvia, mas nestes casos as partes consideradas impróprias incluíam grande parte da cena deixando-a curta ou sem sentido.
O pior caso aconteceu nesta primeira temporada, no episódio 38 “O Soldado Elétrico Porygon”, que estreou no dia 16 de dezembro de 1997. Nele, quando Ash e os seus amigos estão com um Porygon numa espécie de “Cyber Espaço”, Pikachu usa o ataque “Choque Trovão” para explodir com uns mísseis. Para conceberem a explosão causada pelo “Choque Trovão”, foi usado um efeito que deixava o ecrã a piscar azul e vermelho. Como o efeito especial usado fez com que o flash de luz ficasse bem mais forte que o normal (acendendo e apagando em intervalos menores que 20 vezes por segundo), centenas de crianças foram parar ao hospital com ataque epilépticos. A série ficou fora do ar durante algum tempo e, 4 meses após a sua exibição, a produtora assumiu a culpa e o episódio foi banido no Japão e nunca chegou sequer aos EUA. É quase crime dizer que isto foi bom, mas foi uma grande campanha de publicidade, já que toda a gente falava no assunto. Já dizia Oscar Wilde “A única coisa pior do que ser falado é não ser falado.”. E não acaba por ser mesmo assim? Afinal, qualquer publicidade é boa publicidade.
Há episódios que foram exibidos normalmente em todo o mundo, mas após os ataques do 11 de setembro de 2001, isso mudou. Entre eles o episódio 19 “Tentacool & Tentacruel” e o 23 “A Torre do Terror”. O primeiro foi banido porque nele aparece um Tentacruel gigante a destruir prédios (tal como sucedeu no ataque) e porque há uma personagem que usa armas. Já o segundo é apenas pelo título lembrar a data. Ambos foram dobrados e exibidos normalmente em Portugal.
No episódio 18, o James veste-se de mulher para participar num concurso de biquínis que está a acontecer na praia. Ele veste algo que se assemelha a seios e, alegadamente, isso estaria a influenciar o homossexualismo. Ainda chegou aos EUA, mas esteve pouco tempo no ar. O episódio 35 também foi censurado porque mostra várias armas (muitas delas apontadas à cabeça do Ash) e o Meowth aparece vestido de Hitler.
Por fim, temos o episódio 65. Nele aparece a Jynx com a sua aparência normal (pele escura, lábios grossos e cabelo claro), mas essa imagem foi considerada racista e o que era para ser exibido como episódio 39, acabou por ser transmitido fora da ordem, tornando-se no número 65. Isto gerou confusão porque fez com que se criassem erros factuais. O Ash tem neste episódio (65) um Charmander e no 64 tinha um Charizard. Ambos foram ao ar normalmente (apesar de desordenados) nos Estados Unidos e em Portugal.
Pokémon Indigo League | Juízo Final
Esta série, na minha ótica, não é daquelas que se recomenda, mas sim das que se diz que qualquer altura para a recordar é boa. Afinal de contas, quem é que nunca ouviu o sonante nome “Pokémon”? Para mim, “Pokémon Indigo League” é, sem sombra de dúvida, a melhor série Pokémon de sempre e tenho receio que nunca consigam fazer nada igual. Vejam esta primeira temporada, que tem um princípio, um meio e um fim, e relembrem um dos animes que marcou a geração de 90. Eu só de ouvir o genérico fico logo todo arrepiado, e devo dizer que aqui está uma história muito bem desenvolvida.
Para aqueles que nunca viram, ou já não se lembram, vejam e não pensem no preconceito “Anime é para crianças”. Pokémon é, sem dúvida, mais infantil que muitas séries, mas não é por isso que deixa de ser uma das melhores peças de animação de todos os tempos.
Termino a análise com este pedaço de nostalgia.
Análises
Pokémon: Indigo League
Um dos animes que marcou a geração de 90 em Portugal e no resto do mundo pelo universo apresentado.
Os Pros
- O universo criado.
- A dobragem portuguesa das músicas que acompanham a obra.
- A banda sonora de uma maneira geral.
Os Contras
- A censura e a polémica em torno de alguns episódios.