Ainda que atrasado em relação ao momento atual de Pokémon, não seria sensato saltar para o presente da franquia sem primeiro refletir um pouco sobre o seu passado. Por esta razão, hoje é dado mais um passo nesse sentido, com esta análise a Pokémon Liga Johto.
Pokémon Liga Johto | A História
A pedido do Professor Oak, Ash faz-se à estrada para se encontrar com um outro cientista altamente conhecido neste universo, Kurt. O objetivo é entregar-lhe a Bola GS. Apesar de ter o mesmo formato da pokébola normal, esta apresenta a cor laranja e as suas caraterísticas são desconhecidas. Como já deu para perceber, Kurt é o eleito para investigar o objeto misterioso. Todavia, esta é apenas uma missão complementar de Ash na sua nova jornada.
No plano principal desta série está a Liga Johto. Uma competição que Ash, ao tomar conhecimento também por intermédio do professor Oak, vai no imediato fazer-se ao caminho. Nesta primeira fase do evento exige-se o tradicional: conquistar crachás de vários ginásios que mais tarde deem acesso à fase final do torneio.
Estará Ash à altura deste novo desafio?
Pokémon Liga Johto | Enredo
Também conhecida pelo nome “Pokémon: The Johto Journeys”, esta terceira série de Pokémon veio confirmar o que já se fazia sentir em “Pokémon: Aventuras nas Ilhas Laranja”. Isto é, definitivamente, o anime está a tomar um rumo muito mais orientado para o público infantil do que para o adolescente ou adulto. Parece que foi esta a melhor forma encontrada pelos responsáveis para rentabilizar a franquia. Ou pelo menos assim pensavam eles por esta altura (ano 2000).
Até à data, a lista de pokémons ficava-se pelos 151, apesar de já ser visto um outro para além disso. Com Pokémon Liga Johto, o universo ficou bem mais alargado e chegou aos 251. A este incremento de 100 novas criaturas pode-se chamar a segunda geração de pokémons. Ora este é o primeiro grande indicador da aposta da OLM (Oriental Light and Magic). Grande parte dos novos pokémons são bem mais “acriançados” do que os da geração anterior. Miltank, Wooper, Chikorita, Cyndaquil e os próprios Togepi e Marill, que já apareceram antes mas pertencem a esta lista, comprovam isso mesmo.
O segundo grande indicador diz respeito ao conteúdo da trama. Sinceramente, dos 41 episódios de Pokémon Liga Johto, arrisco dizer que nem 10% deles suscitaram o meu interesse por o conteúdo ser demasiado infantil. Então se retirar os dos combates de Ash nos ginásios, esta percentagem decresce ainda mais. Lembram-se da questão dos episódios banidos que foi abordada na análise à primeira temporada? Pois bem, aqui a censura é nula ou quase nula, fator que inevitavelmente está associado a este indicador.
Voltando agora à questão da Bola GS mencionada na introdução. Apesar desta permanecer um mistério, traz com ela uma novidade para a franquia. Na região Johto existem uns frutos especiais, chamados apricorns, que nascem a partir de umas árvores exclusivas daquele local. Com muita ciência à mistura, estes frutos dão origem a pokébolas com caraterísticas muito particulares. Fast Ball, Heavy Ball, Moon Ball, Lure Ball e Love Ball são alguns exemplos. Como os nomes sugerem, umas são mais adequadas do que outras para a captura de certos tipos de pokémons. A Fast Ball, por exemplo, concede a qualquer treinador uma maior probabilidade de captura de pokémons velozes e detentores de grande agilidade do que qualquer outra.
Pokémon Liga Johto | Ambiente
No que se refere à vertente musical, durante a série as músicas reproduzidas continuam a ser mais ou menos as mesmas de episódios anteriores. Todavia, e como era de esperar, o opening voltou a mudar nesta jornada por Johto. Uma abertura que se revelou uma desilusão em termos musicais, neste que vinha a ser um dos aspetos de marca de Pokémon. Não foi um opening vivo e cheio de alegria, pois as músicas escolhidas – e estou a falar da versão inglesa e portuguesa – deixaram muito a desejar.
Já a parte visual tem algo de curioso. O opening e o ending apresentam um desenho mais carregado e uma palete de cores mais alargada do que Pokémon nos tinha habituado até à data. Fica a ideia de ser uma melhoria gráfica que não se faz sentir em Pokémon Liga Johto. Isto porque durante a transmissão dos episódios em si, as técnicas aplicadas são as mesmas das séries anteriores. A parte da animação também não foge à regra.
Ainda assim, nada disto interfere com a variedade de ambientes naturais e citadinos por onde Ash e companhia passam durante a sua jornada. A diversidade das paisagens (e dos pokémons como é normal!) continua a ser um ponto de referência nesta franquia, que chega às preferências de todo e qualquer espectador.
Pokémon Liga Johto | As Personagens
Depois da permuta entre Brock e Tracey Sketchit nas aventuras pelas Ilhas Laranja, o homem que se apaixona com mais frequência de todo o elenco está de volta! Isto no que diz respeito à parte humana. Mas num universo como este os pokémons têm mais importância para a história. Neles se fazem sentir as maiores alterações. Ao longo da série, assistimos a uma remodelação dos pokémons de Ash, como resultado de vários acontecimentos que aqui não vou referir para evitar spoilers. O treinador vai deixando para trás alguns dos seus velhos companheiros para outros tomarem o seu lugar.
Ao analisar esta questão com atenção, ela tem bastante sentido. Se nesta série entram em ação pokémons da segunda geração, eles têm que ter a maior parte do tempo de antena. Até o próprio Team Rocket foi alvo de mudança, já que agora tem Wobbuffet no seu arsenal. Um pokémon altamente estúpido, mas extremamente cómico pela sua postura e expressões faciais.
Pokémon Liga Johto | Juízo Final
Assim termina a análise a mais uma temporada de Pokémon, cuja aventura só terá fim na próxima: “Campeões da Liga Johto” (Johto League Champions). Marcada pela inserção de uma segunda geração de pokémons no seu universo, a trama está ainda mais apelativa para os mais novos e menos para os mais velhos.
A passagem de Ash, Misty e Brock pelos vários ginásios é o tradicional, ainda que nesta temporada esteja em défice. Dois ginásios em 41 episódios é bastante pouco, quando as Ilhas laranja tiveram quatro ginásios em 36 episódios mais o duelo final. As novas pokébolas em termos práticos representam zero, pois apenas tentam forçar algo de diferente.
A parte visual parecia querer adotar um estilo diferente das séries anteriores, mas ficou-se pela alteração ao openinge e ending. Um estilo certamente mais moderno, mas que dá a ideia de ter uma componente também mais infantil.
Resumindo, pessoalmente considero “Pokémon Liga Johto” a série mais fraca até à data. Porém, não deixo de ter em conta que esta é a primeira metade de uma aventura que só irá findar na temporada seguinte de Pokémon. Pela primeira vez, e ao contrário da Liga Indigo e das Aventuras nas Ilhas Laranja, esta grande jornada foi dívida em duas partes. Como tal, resta esperar que “Pokémon: Campeões da Liga Johto” tenha feito uso da base construída ao longo desta terceira temporada para proporcionar melhores momentos a todos os seguidores da franquia.
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Análises
Pokémon Liga Johto
Depois de duas temporadas orientadas para vários tipos de público, "Pokémon: Liga Johto" vem prestar atenção exclusiva aos mais novos.