Título: Shingeki no Bahamut: Genesis
Adaptação: Jogo de Cartas
Produtora: MAPPA
Géneros: Ação, Magia, Fantasia
Shingeki no Bahamut: Genesis – Opening
EXiSTENCE – SiM
Shingeki no Bahamut: Genesis – Enredo
Mistarcia é um mundo mágico onde humanos, deuses e demónios vivem juntos. No passado, Bahamut, uma poderosa criatura prateada e com asas, ameaçou destruir o local, mas sucumbiu diante das três espécies que deitaram para trás das costas as suas diferenças e conseguiram reunir forças para a aprisionar. Posto isso, a chave capaz de libertar Bahamut foi divida em duas partes, uma que ficou na posse dos deuses e a outra na posse dos demónios. O propósito desta atribuição era mesmo evitar a união destas duas espécies e, consequentemente, a libertação de Bahamut.
Dois mil anos mais tarde, a paz reinava em Mistarcia, até ao dia em que uma jovem rapariga decide roubar a parte da chave que se encontrava na posse dos deuses. Este acto inesperado vai causar um rebuliço entre as três espécies nunca antes visto.
Já fiz muitos artigos de primeiras impressões, mas este é o primeiro em que tive que ir buscar a sinopse oficial da obra, traduzi-la e colocá-la aqui, para eu próprio perceber aquilo que “Shingeki no Bahamut: Genesis” aborda. Isto já depois de ter visto os dois episódios transmitidos.
O foco no trio protagonista da série: Favaro, Amira e Kaisar tem sido tão grande que a produção não parece nada preocupada em esclarecer os espectadores sobre a base dos acontecimentos que dão vida a este anime. Supostamente, seria um erro grave, correto? Pois bem, enganem-se! Por incrível que pareça, essa necessidade de se perceber onde estamos e o que está a acontecer ainda não surgiu. Por duas razões: pela atenção redobrada sobre as personagens; e, diga-se, estas têm mérito em fazer esquecer tudo o resto. E pelas batalhas já exibidas entre humanos e demónios, onde deu para ver que tudo pode acontecer;
Com tanta atenção nas personagens, sobre cada uma delas posso deixar aqui a minha primeira impressão. Favaro é um jovem fugitivo e habilidoso que tenta a todo custo fugir aos problemas que ele mesmo cria depois de satisfazer os seus interesses. A obsessão de Kaisar em colocar-lhe as mãos em cima é evidente. Coisa boa ele não lhe fez, resta saber do que se trata. Envolvido em tantas peripécias, Favaro demonstra grande capacidade de evasão aos problemas, ao mesmo tempo que consegue divertir a plateia com as suas atitudes. Está também comprovado que o rapaz não olha a meios para salvar a pele. Depois de fazer um pacto com Amira, Favaro tenta livrar-se dela a todo o custo a partir do momento em que se apercebe do real poder da jovem. O seu ar belo e inocente escondem na perfeição as suas transformações físicas, que lhe conferem um poder incalculável e fazem com que a rapariga não tenha medo de quem quer que seja.
Com a presença de um vigarista que se envolve em toda e mais alguma aventura, uma jovem de ar angelical, e um louco obcecado que anseia por um “ajuste de contas” com quem já o tramou de alguma maneira, quem é que se vai querer preocupar com o tema desta história? Encaixar uma aventura atrás da outra parece ser o mais importante, ficando as suas circunstâncias e contornos para um plano mais secundário. Este é o lema dos primeiros episódios de Shingeki no Bahamut: Genesis.
Shingeki no Bahamut: Genesis – Ambiente
Definitivamente, a MAPPA está a tentar marcar a diferença nesta temporada de animes com os seus estilos animados bem peculiares. A “Garo: The Animation” junta-se esta obra, cujos desenhos adoptam um estilo que parece mais uma mistura de anime com cartoon. O resultado foi positivo, particularmente nas criaturas míticas e demónios que aparecem, onde o nível de detalhe é acentuado. E porque falar neste género de criaturas é falar em batalhas e confrontos, de salientar os efeitos animados destes momentos que são de encher o olho. Amira, por exemplo, consegue transformar-se naquilo que à partida será um demónio e que oscila de um momento para o outro de uma figura mais bela para outra mais horrenda. Estas transformações consecutivas e seus poderes associados, que mudam de segundo a segundo, são a demonstração de que a produtora sabe aquilo que está fazer. Ainda bem que assim é, pois combates e duelos travados serão os factores de maior atenção no anime.
No que às cores diz respeito, é engraçado perceber-se como na mesma figura ou edifício uma só cor abunda em muitos tons diferentes. Veja-se o laranja em Favaro ou o branco-rosa em Amira. Uma ideia nada comum, com resultados positivos até ver.
A banda sonora, das poucas vezes que tem aparecido, tem cumprido, sendo ainda muito cedo para uma avaliação de valor a este aspecto. Mais momentos de interesse e de grandes decisões precisam-se para tal. Sobre o opening e ending é de salientar o contraste aplicado. Uma abertura que se pode qualificar de “hiperativa”, no que à música e ao vídeo diz respeito, para depois aparecer um encerramento muito mais suave e melodioso, também com Amira no centro das atenções.
Shingeki no Bahamut: Genesis – Potencial
Ainda está para vir o dia em que se vai perceber finalmente a base histórica de “Shingeki no Bahamut: Genesis”. Algo que se tornou desnecessário até à data, fruto da boa exibição das personagens principais e das suas aventuras interligadas. Porém, será algo fundamental nas próximas semanas. Caso os resultados apresentados sejam positivos, poderá estar aqui uma obra de qualidade extrema, dependendo ou não se vai conseguir manter o nível elevado em todas as outras caraterísticas relevantes para a avaliação deste projeto.
Independentemente do que se passe daqui em diante, a MAPPA já merece alguns elogios pelos trabalhos inéditos que tão bem preparou para esta temporada de outono. O efeito surpresa foi um sucesso. Com boas estreias é mais fácil obterem-se resultados finais de qualidade. Que este seja mais um desses casos.
Shingeki no Bahamut: Genesis – Trailer
Análises
Shingeki no Bahamut: Genesis
Uma obra que, talvez devido à ausência de um guião sólido, tem apostado sobretudo na irreverência e na originalidade, quer nos conteúdos da história, quer nos aspectos mais técnicos. Com bons resultados neste trabalho mais arriscado, a série tem futuro ainda incerto, mas promissor.
Os Pros
- A capacidade das personagens em conquistar a atenção do espectador, tornando o enredo (ainda por desenvolver) pouco relevante.
- A arte.
- A animação.
Os Contras
- Ainda por descobrir.