Título: Prince of Stride Alternative
Adaptação: Manga
Produtora: Madhouse
Géneros: Comédia, Desporto, Vida Escolar
Ficha Técnica: Disponível
Prince of Stride Alternative | História
E se fosse possível diluir o clássico desporto da Estafeta no contemporâneo radicalismo do Parkour? Esta é essencialmente a questão colocada pela obra, dando origem a um novo desporto: o Stride. A história desenrola-se a partir da vontade da personagem principal, Nana Sakurai, em tornar-se a coordenadora da equipa da Honan Academy. Assim sendo, juntamente com Takeru Fujiwara (ou deveria dizer-se Haruka Nanase?), procura ingressar no célebre clube de Stride. Porém, o outrora nobre grupo de atletas encontra-se encerrado por falta de elementos.
A narrativa desenvolve-se desde este ponto, e o resto já devem imaginar tendo em conta a sua previsibilidade.
Prince of Stride Alternative | Enredo
Se estão aqui movidos pela esperança de ver mais um anime de desporto, de forma a saciar a vossa fome por mais uma temporada, garanto-vos desde já que se encontram no local errado. Pior, se estão aqui por acharem que esta poderá ser uma boa obra de entrada para o género, fujam. Se virem esta obra com essa mentalidade, com certeza que vão ficar com uma ideia errada sobre a estrutura de um anime de desporto.
Ainda que a narrativa contenha algumas semelhanças com o género, acaba por se desviar ao longo do desenvolvimento da mesma. São muitos os pontos que me apoiam nesta afirmação. O primeiro, e aquele que considero que se encontra à vista de todos, é o facto de Stride ser um desporto fictício. A realidade e fidelidade com que é tratado determinado desporto, é um dos pormenores mais importantes no que diz respeito a uma obra deste género.
Aliado a este grande desvio, encontram-se as personagens. Para uma obra de desporto atingir o sucesso, é estritamente necessário que as personagens sejam carismáticas, originais, bem caracterizadas, e claro, bem desenvolvidas ao longo da obra, o que por norma leva um título deste género a uma longevidade média ou superior. Em Prince of Stride, apesar das personagens conseguirem atingir alguns pormenores que as afastam do típico, continuam a ser 99% genéricas, revelando apenas 1% de dispersão relativamente aos moldes que cada uma representa.
Agora que deixamos isto de lado, estamos aptos para avançar para o que a obra realmente é. Prince of Stride é uma adaptação de um Visual Novel cujo público-alvo são jovens do sexo feminino. Esta obra tem um conceito realmente interessante, que explorado com a abordagem certa, poderia dar origem a algo original e interessante. Porém, não é isso que aconteceu, nem é isso que vai acontecer. É uma obra que usa um desporto fictício como disfarce para o fan-service subtil, que mais tarde será transformado em muito dinheiro para que a Madhouse possa continuar a criar obras de grande valor artístico.
Prince of Stride Alternative | Ambiente
Quem já jogou o clássico Ridge Racer Type 4? E quem já jogou o Mirrors Edge? E que tal um casamento entre as sonoridades electrónicas, essências minimalistas e designs “racing”, para vos expor visual e sonoramente o peculiar ambiente que se faz sentir em Prince of Stride?
A menina prodígio da Madhouse – Atsuko Ishizuka – vai provavelmente conseguir agarrar-nos ao ecrã em todos os episódios, mesmo que a narrativa seja completamente vazia. Na única oportunidade que tivemos para ver o dito Stride em ação, foi possível verificar que as sequências estão muito bem executadas. Contudo existem elementos com larga margem de progressão, como por exemplo certos enquadramentos ou até a fidelidade dos movimentos corporais. Acredito que se estes casos forem aprimorados, podemos esperar sequências com nível mais elevado relativamente ao que foi visto neste primeiro episódio.
A corrida em si é frenética e os movimentos estão bem captados. As personagens ganham uma expressão corporal única e individual, agarrando os pequenos detalhes das personalidades e transmitindo-os na estratégia de corrida, conferindo deste modo sequências mais orgânicas. A iluminação e coloração incomum é já uma assinatura da Ishizuka. Deverão reconhecer esta atmosfera de outras obras como No Game No Life e de Sakurasou Pet na Kanojo. Aqui continuam muito bem aplicadas, mas continua a ser um aspeto que poderá ser ou não ao vosso gosto.
Prince of Stride Alternative | Potencial
Eu sei que abordei o fan-service como uma característica da narrativa e visual da obra, mas não se afastem (pelo menos do primeiro episódio) por causa disso. É, como eu referi em cima, subtil. Está na quantidade certa para ser agradável para quem foi criado, e tolerável o suficiente para o restante público. Se o Stride como desporto conseguir ter mais relevo que estes aspetos, e com um ligeiro desenvolvimento das personagens estereotipadas, leva-me a crer que a obra poderá segurar algum potencial que a possa elevar a um título ligeiramente acima da média.
Toda a produção técnica teve e terá um grande peso na obra ao logo da sua adaptação. Sem a boa execução ambiental, não haveria muito sentido em recomendá-la. Dito isto, e se não se enquadram no público-alvo da narrativa, no mínimo passem os olhos nas sequências de Stride, pois acredito que as poderão apreciar como fãs de animação, sem ter que ver a obra completa.
Análises
Prince of Stride Alternative
Toda a produção técnica teve e terá um grande peso na obra ao logo da sua adaptação. Sem a boa execução ambiental, não haveria muito sentido em recomendá-la. Dito isto, e se não se enquadram no público-alvo da narrativa, no mínimo passem os olhos nas sequências de Stride, pois acredito que as poderão apreciar como fãs de animação, sem ter que ver a obra completa.
Os Pros
- Produção Visual
Os Contras
- Enredo
- Personagens