Título: Prince of Stride Alternative
Adaptação: Manga
Produtora: Madhouse
Géneros: Comédia, Desporto, Vida Escolar
Ficha Técnica: Disponível
Prince of Stride Alternative | Opening
“Strider’s High” – O×T
Prince of Stride | Stride como Desporto?
As primeiras impressões que escrevi sobre Prince of Stride servem perfeitamente como análise. Grande parte dos pontos de vista, críticas e previsões mencionados ganharam forma ao longo da temporada. Porém houve um elemento que, com escasso sucesso de execução, se desviou ligeiramente do previsto. Sugeri o afastamento do público que possui um tempo reduzido de exposição ao género de desporto, pois Prince of Stride poderia tingir erradamente a visão sobre o mesmo. Em contrapartida este conselho provou-se ligeiramente desviado da realidade assim que consumi a obra toda. Aliás, é importante que percebam que só irão conseguir digerir Prince of Stride se a vossa experiência neste campo for mínima.
Portanto, apesar de Prince of Stride abordar um desporto fictício, foi escrito sobre a estrutura narrativa de uma obra deste género. Falhou mais do que acertou, mas o mérito da tentativa não lhe deverá ser retirado. Sobre o desporto, os episódios criaram um bom desenvolvimento exponencial. É-nos informado todo o funcionamento, tanto da modalidade como das equipas, através das batalhas que a Honan teve que travar. Cada corrida foi uma escada essencial, para nos mostrar os erros que não se devem cometer no Stride e o que se pode fazer para evoluir. Todavia, existe um limite até onde o desenvolvimento do tema pode ir sem personagens interessantes capazes de o acompanhar.
É precisamente neste ponto que Prince of Stride perde todo o valor. O peso do fracasso das personagens estereotipadas, agarra na réstia de qualidade do enredo e afoga-a lentamente. Existe uma clara tentativa de desenvolvimento das personagens, que se revelou completamente forçada. Por consequência os diálogos são vazios, pobres e muito pouco reais. Alguns nem se conseguem adequar à situação que presenciamos. Tudo isto acaba por nos retirar, com uma infeliz frequência, toda a imersão narrativa provida pelo interessante desenvolvimento do Stride.
Para rematar o assunto: Stride, por estranho que pareça, funcionou muito bem como desporto. Contudo, não tem músculo suficiente para conseguir ombrear com a forte competição do género.
Prince of Stride | Ambiente competente mas Limitado
“Quem já jogou o clássico Ridge Racer Type 4? E quem já jogou o Mirrors Edge? E que tal um casamento entre as sonoridades electrónicas, essências minimalistas e designs “racing”, para vos expor visual e sonoramente o peculiar ambiente que se faz sentir em Prince of Stride?
A menina prodígio da Madhouse – Atsuko Ishizuka – vai provavelmente conseguir agarrar-nos ao ecrã em todos os episódios, mesmo que a narrativa seja completamente vazia.”
Assim o disse nas primeiras impressões, e assim aconteceu. A realização da obra surpreendeu a cada episódio, com pormenores de cinematografia que ajudaram a gesticular com maior clareza o que era suposto transmitir ao público. Porém, e ainda que este elemento tenha o seu grande relevo, não foi suficiente.
Estes enquadramentos ajudaram na comunicação de pequenos e subtis segundos, não mais que isso. Mas quando aplicados nas sequências de corrida, que são precisamente o foco da obra, rapidamente atingiram o seu limite. A razão para tal encontra-se na restrição que existe na animação relativamente à fidelidade dos movimentos corporais, que por sua vez não ultrapassaram a repetição cíclica de um ou dois movimentos diferentes. Esperava-se uma maior evolução que conseguisse acompanhar a visão da realizadora, mas isso não foi possível, conferindo um ambiente competente, sólido, com alguma progressão, mas limitado (muito provavelmente) pela condição financeira.
Existiram surpresas agradáveis que nos fizeram esquecer que Prince of Stride nasceu para ser transformado em muito dinheiro, para que a Madhouse possa continuar a criar obras de grande valor artístico. Não existe aqui paixão coletiva num produto criativo, existe “apenas” o profissionalismo de um grande estúdio.
Prince of Stride | Juízo final
Para que não hajam dúvidas, esta obra tem dois alvos como público: o feminino e o inexperiente em obras de desporto.
O feminino é claramente o principal alvo pelas mais variadas razões, que apesar de subtis não passam despercebidas. E claro, esta é uma adaptação de um jogo para esse mesmo público, é natural que a adaptação mantenha a mesma essência.
Para os inexperientes no género não é uma porta de entrada, mas se já viram um ou dois animes de desporto (mais fraquinhos), é sem dúvida algo que assegura um bom valor de entretenimento. No caso desta linha já ter sido pisada, não vejo uma única razão que possa argumentar para vos aconselhar a visualização de Prince of Stride.
Análises
Prince of Stride
Para os inexperientes no género não é uma porta de entrada, mas se já viram um ou dois animes de desporto (mais fraquinhos), é sem dúvida algo que assegura um bom valor de entretenimento. No caso desta linha já ter sido pisada, não vejo uma única razão que possa argumentar para vos aconselhar a visualização de Prince of Stride.
Os Pros
- Parte da produção visual
- Desenvolvimento do Stride como Desporto
Os Contras
- Narrativa
- Personagens genéricas