O GPS seria o melhor amigo do ptAnime caso tivesse encontrado a EB Manuel António Pina, mas não aconteceu, e ainda hoje censuro-o por isso. Depois de algumas chamadas e uma longa caminhada sob um sol digno da Arábia Saudita, chegamos ao nosso destino: Central Comics Fest 2016!
A tristeza pela mudança de local era óbvia, afinal parte do sucesso da edição anterior deveu-se ao maravilhoso espaço escolhido: a Casa das Artes do Porto! Provida de um cenário deslumbrante repleto de jardins com sombras frescas, tornou a fasquia desta edição difícil de suportar com os calorosos 37ºC daquele fim de semana.
O ambiente inicial era bastante semelhante à edição anterior, equipa muito simpática, super “boa onda” e os participantes entusiasmados para mais um encontro relaxante e divertido, num evento que preza pela diferença num mar de convenções todas elas semelhantes.
Os ingredientes para mais uma edição de sucesso estavam reunidos, excepto por um fator que se viu determinante: o espaço. A escola não possuía qualquer tipo de ar condicionado, não detinha jardins com sombra ou belos locais para fotografar os cosplayers, em suma, uma antítese das maiores qualidades da edição no ano passado.
A agravar a situação, o pior dos azares assolou a escolha do lugar: o fim de semana de 23 e 24 de julho foi um dos fins de semana mais quentes do ano. Só esse fator prejudicou, e muito, as atividades e sobretudo a participação dos cosplayers que se viam completamente a sufocar com o calor insuportável daquele dia.
Não obstante, acredito inclusive que a falta de aderência no segundo dia do evento se devesse a isso mesmo, a temperaturas muito pouco suportáveis. Ninguém podia prever um fim de semana como esse em termos de temperaturas, no entanto, a falta de ar condicionado deveria ter servido de alerta para a criação de um plano B para salvaguardar partidas da natureza.
As atividades e palestras foram de elevada qualidade. Com convidados de luxo e com uma promoção intensiva do que melhor se faz em Portugal nos mais variados tipos de arte, o Central Comics Fest continuou a demarcar-se das demais convenções nesse quesito. Sejam livros, jogos, projetos inovadores ou ilustradores em ascensão, pudemos comprovar em primeira mão o variado leque de qualidade latente em Portugal.
Cosplay de qualidade com selo português
Escusado será dizer que o cosplay voltou a preencher o evento de cor e magia por entre os corredores e anfiteatro da escola. A qualidade desta arte em ascensão não parou de surpreender ao longo dos dois dias de evento. A cada esquina mais um fantástico cosplayer desejoso por mostrar o seu trabalho árduo. Independente do calor, a força de vontade e amor à arte prevaleceram e concederam, uma vez mais, um espectáculo único.
O concurso de cosplay do Central Comics Fest 2016, o Eurocosplay de Portugal, voltou a ser o ponto alto do primeiro dia do evento. As apresentações foram todas elas originais e dentro de um vasto leque de géneros, desde Anime (com o skit de No Game, No Life), Disney (Brave – Indomável), jogos (League of Legends e Warcraft) e comics (Batman). Os 5 participantes competiram para representar Portugal em Londres com as suas atuações originais!
A vencedora foi a maravilhosa cosplayer Sara “ymna” R., que inclusive representou Portugal na Anime Con, no concurso Clara Cow’s Cosplay Cup, na Holanda.
Até para o ano, Central Comics Fest!
Depois da fantástica edição do ano passado, as expetativas eram indubitavelmente elevadas. O espaço foi sem dúvida a maior desilusão do evento e que, com certeza, influenciou todos os outros parâmetros bem como determinou a maioria dos feedbacks dos participantes.
Realizar um evento em pleno verão é complicado, e dos riscos inerentes a essa escolha está o tempo e a capacidade de contornar algo que somos incapazes de prever. No entanto, no meio de tanto azar não podemos esquecer as qualidades da organização e de toda a simpatia e divertimento com que nos tornaram a mimar. São poucos os eventos em Portugal que primem por uma proximidade quase que familiar entre convidados, atividades, cosplayers e público geral. E mesmo com todas as adversidades e escolhas menos felizes, a verdade é que a margem para melhorar é imensa!
E vocês, o que acharam do evento?