Resident Evil 7 é o tudo ou nada da Capcom para tentar salvar a franquia que deu origem ao survival horror. A perspetiva de primeira pessoa e o abandono do enredo dos jogos anteriores foram uma aposta arriscada. Vamos ver qual foi o resultado!
Resident Evil 7 | Enredo
Se estavam à espera de mais Umbrella Corporation, do Leon, da Jill, do Chris, então lamento desiludir. Resident Evil 7 centra-se em Ethan, um cidadão normal à procura da sua mulher desaparecida, Mia. Seguindo pistas, Ethan chega a uma casa aparentemente abandonada no sul dos Estados Unidos, dando lugar a um setting do género Southern Gothic. O que Ethan, nem o jogador, esperavam, é que encontrar Mia demora apenas 10 minutos. Escapar dali, e descobrir os mistérios por detrás da casa dos Baker, é que é a parte divertida assustadora. E como não podia deixar de ser, armas biológicas, vírus e parasitas estão presentes.
Resident Evil 7 | Jogabilidade
Mia desapareceu há 3 anos, e Ethan recebe um vídeo dela, avisando-o para não a procurar. Faz lembrar Silent Hill 2, não é? Essa é das primeiras impressões que Resident Evil 7 transmite. Abandonando a ação desenfreada dos últimos 3 jogos (dos quais só o 4 se aproveita…), Resident Evil 7 parece ser o que o famoso trailer P.T. do Silent Hills prometia. O terror é subtil, crescente, com a visão de primeira pessoa a colocar o jogador responsável por todas as ações de Ethan. Enquanto que o primeiro minuto do anterior Resident Evil era uma fuga de helicóptero com tiros e explosões. Resident Evil 7 começa como um moderno walking simulator. Nada acontece, apenas o cenário mostra pequenas promessas do que está para vir.
Mas não pensem que a essência do jogo mudou! Pelo contrário, voltou às origens! Resident Evil 7 tem várias referências para os fãs do primeiro jogo. Os puzzles voltaram, sendo uma parte importante para progredir na história. Olhar para o mapa é essencial para não nos perdermos. Documentos espalhados mostram pormenores essenciais para perceber o enredo na totalidade. E, como se devem lembrar dos jogos da franquia dos anos 90, uma arma já não vale grande coisa. Balas são escassas, os inimigos resistentes, e mais vale fugir do que nos armarmos em Rambo. Não encarem isto como um First Person Shooter, porque não é.
Resident Evil 7 também nos apresenta elementos de jogabilidade originais e muito bem conseguidos. Ver cassetes põe-nos no lugar de quem está a filmar. Há uma sequência em que perdemos todas as armas e temos de escapar de um quarto fechado. Perseguir uma criatura paranormal com apenas um indicador de proximidade no relógio. Tudo isto foi uma baforada de ar fresco não só na franquia como no género de terror no geral. Tenho a dizer que Resident Evil 7 é dos melhores jogos de terror dos últimos tempos.
Resident Evil 7 | Estética e Som
Resident Evil 7 não é um jogo leve no departamento gráfico. Mas a necessidade de um computador poderoso justifica-se quando vemos o jogo em ação. Exceto uns ligeiros erros nas texturas do cabelo, os gráficos são sublimes. Hiper-realismo mistura-se com um uso de mestre de level e sound design para um resultado surpreendente: um corredor, uma esquina, nada a acontecer, mas mesmo assim eu estou borrado de medo.
Também de notar que Resident Evil 7 é o mais violento e gráfico da série. Decapitações, esfaqueamentos, explosões de corpos, lutas de motosserra, tudo proporciona um ambiente que não é para os de estômago leve.
A música é inexistente salvo os créditos e a intro. E ainda bem. O ambiente do jogo foi feito para silêncio, ruídos distantes, insetos a rastejar, e o repentino tocar de um telefone. Resident Evil 7 precisa de ser jogado com headphones para ser desfrutado ao máximo. Dos melhores momentos é quando temos de avançar num corredor escuro enquanto chove lá fora e ouvimos passos no andar de cima. O jogo também tem compatibilidade com realidade virtual, se tiverem um Oculus Rift ou o Playstation VR. Eu não experimentei esta função, mas acho que não estaria vivo para escrever isto se tivesse experimentado.
Resident Evil 7 | Juízo Final
Os produtores estudaram o terror contemporâneo e conseguiram refazer o primeiro Resident Evil de uma forma moderna e fresca, que vai apelar aos fãs originais e talvez aos novos. Foi divertido, assustador e entusiasmante do início ao fim, e vai ser um jogo que eu vou recomendar a toda a gente que me pedir jogos de terror. E se são fãs de Silent Hill ou do universo SCP, preparem-se. Vão adorar este jogo.
Análises
Resident Evil 7
Resident Evil 7 é o tudo ou nada para tentar salvar a série. A câmara frontal e o novo enredo foi uma aposta arriscada.
Os Pros
- Muito assustador
- Jogabilidade inovadora e entusiasmante
- Mete medo
- Sound design feito por Deus
- Borrei as cuecas
Os Contras
- Enredo dispersa um pouco a temática central de Resident Evil