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Há 70 anos o Presidente Syngman Rhee, o primeiro e último presidente do governo provisório da República da Coreia, acreditava que a unificação do país era um objetivo. Em 2023 a unificação continua a ser um objetivo e uma esperança nacional.
Embora se tenha mantido este desejo ao longo dos tempos, as percepções de quando e como o alcançar vão mudando. Os políticos e historiadores têm debatido questões como que sistema político se deverá efetivar? Será uma república unificada, mas com dois modelos governativos diferentes? A população quererá uma unificação já ou no futuro?
Através da história do país percebemos que, ao longo dos anos, as vontades de unificação foram sendo mais ou menos favoráveis.
Em 1960, após o armistício, o clima de desconfiança para com o Norte era evidente. Neste ano, quando se faz a primeira sondagem pública sobre a unificação do país, dos 2,400 inquiridos sobre o método a adotar para unir as duas Coreias, 61% disseram-se “inseguros” e 19% acreditavam que o melhor método seria “eleições gerais nas duas Coreias sob vigilância das Nações Unidas”.
Em 1969 com a criação do Conselho de Unificação Nacional, hoje Ministério da Unificação, o público volta a ser inquirido sobre a concretização da unificação. Dos 2,014 inquiridos, 90% afirmaram que a “unificação era necessária”, sendo que, 38,5% acreditava ser “possível dentro dos próximos 10 anos”.
Nos anos 80, em plena Guerra Fria, as hostilidades entre os blocos capitalistas e comunistas e, as hostilidades nas relações bilaterais entre Norte e Sul, afetam a perceção pública quanto à unificação. Em 1984, um ano após a tentativa de assassinato do então presidente sul-coreano, Chun Doo-Hwan, com recurso a um dispositivo explosivo norte-coreano, o público volta a ser inquirido. 48% acredita que a unificação é “impossível” e 76,5% diz “odiar a Coreia do Norte”.
Com a queda do Muro de Berlim, a desagregação da União Soviética e a abertura das relações entre os blocos capitalistas e comunistas, em 1988, os inquéritos mostram que a percentagem de inquiridos que “odeia a Coreia do Norte” decresce de 76,5% para 59,4%. Também as percentagens dos inquiridos que achavam a unificação “impossível” sofre um pequeno decréscimo de 48% para 43,6%.
Em 1999, o ambiente das relações bilaterais era favorável por força da eleição do presidente sul-coreano Kim Dae-Jung, um ano antes. Nesse ano foram realizadas novas sondagens dirigidas pelo Instituto da Unificação Nacional da Coreia. Os resultados mostraram que 82,58% dos inquiridos concordava com a “necessidade de unificação”, sendo que desses, 6,25% eram a favor da “unificação imediata”.
Em 2005 é eleito o segundo líder sul coreano da ala liberal fazendo com que as relações entre ambas as Coreias continuem a harmonizar-se. Neste ano as sondagens mostram que 49,2% da população sul-coreana concorda com a noção de que “a unificação das Coreias é uma tarefa a ser cumprida”.
Atualmente o agravar das relações bilaterais entre as Coreias, o medo de um possível ataque nuclear e a incerteza da capacidade militar norte-coreana faz com que o desejo de unificação enfraqueça e que se opte pela coexistência pacifica como solução.
No 70º aniversário do fim dos confrontos militares entre ambas as Coreias, é notório de que a população já se habituou a viver com a península divida. Embora haja a esperança de que no futuro a unificação seja possível, há imensos fatores que têm de ser acautelados para que não haja um novo conflito. Os grandes desafios recaem sobre a política e os aspetos sociais. Se a unificação se tornar uma realidade há que considerar que o norte da península vive numa ditadura rígida há mais de 70 anos. A adotar uma democracia toda a população teria de passar por um largo período de adaptação. E, por falar em adaptação, a população norte coreana vive num país com anos de atraso em relação ao sul. As pessoas são privadas das liberdades mais básicas, passam grandes necessidades, são privadas da realidade, muitas não tendo noção do que se passa no exterior e interior do país. O choque cultural a que esta população estaria sujeita é, neste momento, incalculável.
A ser possível a unificação, o estabilizar das relações bilaterais e o diálogo entre ambas as partes é fundamental. Mostra toda a história do país que quando o clima é de incerteza e medo, a população recua no desejo de voltar a ser uma Coreia, mas quando há harmonia e abertura o objetivo fica mais perto de alcançar.
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