Olá a todos! Lembram-se de mim? Aposto que não, já que não escrevo nada aqui no site (sem serem notícias e essas coisinhas chatas) desde 2019 – isto é, desde que saiu a primeira temporada de Yakusoku no Neverland (The Promised Neverland). Deveria ter vergonha na cara e resignar-me à minha insignificância? Se calhar deveria, mas cá estou eu a dar o peito às balas e a trazer-vos a continuação das análises semanais aos episódios.
Confesso, desde já, que é uma tristeza eu não ver o Norman desde 2019, e já reparei que no opening ele não aparece também, pelo que me terei de contentar com os nossos dois outros protagonistas. Sim, para quem não se lembra, o Norman é o melhor personagem do anime, sem possibilidade de discussão. Parece que estou a alongar muito esta introdução? Estou. A verdade é que cheguei ao final do episódio a sentir que não iria ter muito que dizer (ou talvez já tenha perdido o jeito à coisa).
O episódio um desta segunda temporada serviu aquilo a que se propunha: ser introdutório e relembrar-nos do enredo “demónios vs papinha humana e todo um novo mundo por descobrir”. Mas, como tudo é melhor de forma organizada, vamos lá ver as coisas por tópicos.
Vê aqui todas as opiniões semanais de Yakusoku no Neverland
Rumo ao desconhecido: A Floresta Encantada
Exactamente como o título que dei ao artigo, é algo que categoriza bastante bem o episódio: o completo desconhecimento por parte dos “nossos” personagens sobre o mundo lá fora. Aqui eles estão em completo pé de igualdade connosco, visto que ambos saberemos das informações à medida que forem aparecendo.
Deu para entender que, à existência dos demónios, a floresta em que se encontram tem tudo menos criaturas normais a que estamos acostumados. Desde as árvores proporcionalmente gigantes às que existiam na quinta, aos animais que, por algum motivo, são todos de espécie marinha. Vimos peixes que voam – e que se arrastam -, alforrecas, entre outras coisas esquisitas e que não existem à superfície.
Porque é que os animais têm todos esta característica, é a pergunta que mais importa aqui. E caso sejam assim só porque é fixe, vou ficar bastante chateada. Temos peixes que voam, pelo amor de deus, é bom que não seja tudo apenas por causa de uns “pózinhos mágicos” de perlimpimpim.
Dentre destas criaturas há uma em específico que me fez lembrar um peixe super estranho e nojento. (Vou pesquisar a ver se o encontro, se tiverem nojo com alguma das imagens abaixo é porque tive sucesso na busca)
Vida real, obviamente mais assustadora e nada kawaii:
Ora aqui está uma maravilha da natureza – um peixe e um sapo tiveram bebés e deu origem a isto: os mudskipper ou em português oxudercinae. Para quem quiser ver um vídeo sobre esta espécie clique aqui.
Uma outra curiosidade que vi foi que este peixe anfíbio é encontrado – não só, mas também – no sul do Japão o que pode fazer paralelismo o anime de alguma forma, já que eles dirigem-se para sul também.
Isto com certeza não servirá para coisa alguma, mas já não podem dizer que não aprendem nada no ptAnime.
Ainda sobre a floresta, foi dado bastante foco a uma flor branca que é, nada mais nada menos, a flor vermelha que os demónios usam nos humanos. Lembram-se da Conny e da Sister Krone? É a mesma! Ela é branca e quando, acho eu, suga o sangue da pessoa “ganha vida” e fica vermelha.
Na análise ao episódio oito da primeira temporada falei um pouco sobre esta flor e a sua função:
Fui então pesquisar mais um pouco sobre abate de animais e o tratamento da carne (peço desculpa desde já pelo que vou citar de seguida) e descobri o seguinte:
A sangria (Figura 7) feita de forma correta deve remover 60% do sangue do animal e os 40% restante ficará retido em músculos e víceras. Uma sangria mal feita causa putrefação da carne.
in Agais.com
Será que esta flor tem a função da pendura e da sangria que existe na indústria do abate dos animais? Pois já reparámos que os demónios não querem comer humanos por comer, tem tudo a ver com a qualidade da carne, com a maciez da mesma e a sangria no momento da morte caso seja mal feita “causa putrefação da carne”, invalidando o produto (a pessoa).
Esta será então a flor utilizada pelos demónios para, supostamente, preservarem melhor a carne. É tão “interessante” que a mesma se encontre ali tão pertinho das vítimas.
Falando em bichos…
E o CGI, Cátia?
Este foi um ponto que vi o “pessoal da internet” a queixar-se bastante: o CGI utilizado no episódio. Para ser sincera, não me fez muita confusão e quaaaaase que não se dá por ele. Além disso, e não sei se com vocês foi igual, mas eu parti-me a rir no momento em que este “monstro” apareceu! É impossível não achar aquela coisa toda desengonçada a cena mais engraçada de sempre. O CGI utilizado também vos incomodou?
Deixo aqui a nota como eu, talvez estupidamente, confundi este bicho com um demónio burro. Não parece fazer sentido existirem demónios acéfalos, devem ter todos intelecto (embora haja sempre os mais burrinhos como vimos na primeira temporada). E isto viu-se na cena de acção em que aparecem “demónios caçadores” que estão atrás dos miúdos e que devem ser os responsáveis por aquela zona: temos os demónios de 4 (vou chamá-los assim) e o homem do pau (kidding), que são racionais.
Ainda estou para tentar entender como raio o Srº emo-kun, aka Ray, conseguiu fugir de demónios que estão apoiados em quatro patas e são muito maiores que ele, logo avançam mais depressa. É que aliado a isso ainda temos o facto do Ray não conhecer nada daquela floresta e andar às cegas e aquele ser, possivelmente, o território de caça deles. Mas pronto, para bem da plot a gente acredita que sim, o Ray corre tal e qual uma chita (ou que os demónios estão a brincar com a comida como as minhas gatas fazem).
Sobre estes demónios também houve uma questão que me fez confusão e que, se calhar, pode até ser facilmente explicada. Mas…
Porque é que os demónios não utilizam tecnologia?
Tem algum lógica existir um mundo cá fora onde é possível criar algo como a caneta que o Norman lhes deixou (que foi trazida pela Sister Krone – que a encontrou lá no centro de estágio onde fez formação antes de virar Irmã e que pertence ao William Minerva), mas os demónios ainda façam uso de espadas e força bruta? Talvez não seja necessário mais que isso para caçar humanos? Talvez. Mas havendo a possibilidade de com uma arma conseguirem caçar as suas presas mais facilmente e em menor tempo, porque não fazer isso?
Isso levanta muitas questões. Porque fica-se a pensar se foi só para que os demónios ficassem cool e fosse mais difícil para estes apanharem as crianças, se é um furo no enredo e a mangaká se esqueceu deste pormenor ou se, e seria muito interessante, se eles não pudessem utilizar tecnologia por serem demónios ou por estarem ali na “floresta encantada”. Isto até que acaba por lembrar um pouco Attack on Titan e o facto dos Marleyans fazerem uso dos titans como a sua arma de defesa e conquista e não utilizarem outros mecanismos como estão a fazer as outras nações – aliás, minto, porque em algumas situações eles muniram os titans com alguns materiais de combate, no entanto pretendem continuar a fazer uso deles mesmo já tendo assumido em reuniões que não chegavam para o efeito.
Falando em tecnologia não nos podemos esquecer da pista mais poderosa que eles têm em mãos:
A caneta do William Minerva
Nunca pensei que esta caneta guardasse tais possibilidades – é um sinal da evolução da tecnologia daquele mundo em 2045. Aqui o engraçado é como tudo está ligado, desde o nome Minerva (a deusa romana das artes, do comércio e da sabedoria, cujo símbolo é uma coruja), o símbolo das corujas em todos os livros existentes na biblioteca dentro da quinta e agora a mesma coruja no holograma que aparece aqui – não esquecendo que a caneta entrou dentro da quinta através da Sister Krone que, “sem querer”, a apanhou no centro de estágio. De certeza absoluta que ela foi propositadamente colocada ali para a Krone (ou alguma das crianças) acabar por a levar para dentro de alguma das quintas e chegar ao seu destino final: a crianças de alto nível, extremamente inteligentes e que conseguiriam decifrar os códigos e fugir e revolucionar aquele mundo.
Mas o bonito seria isto ser tudo uma emboscada para levar as crianças para um local onde pudessem ser facilmente apanhadas pelos demónios. Mas não me parece o caso. Precisamos de algo a que nos agarrar e que faça sentido para que a história desenvolva.
Outro facto que me faz considerar que este William Minerva seja um amigo e não um inimigo foi a existência do livro “As Aventuras do Ugo“, que tem o símbolo da coruja, ter servido para que conseguissem obter água potável da planta (da imagem) e não se arriscassem a ir até ao rio. O mesmo também fala sobre todos os animais que eles viram ali na floresta. Será um verdadeiro guia de sobrevivência naquele mundo e, com sorte, terá informações sobre tudo o que precisam de saber durante as várias etapas.
Mas vamos ao que realmente vos interessa e ao que encerrou o episódio.
Quem são os demónios que apareceram no final?
Uma vez mais, Yakusoku no Neverland teve que terminar um episódio com um cliffhanger, como é habitual. Não sei no entanto se este foi assim tão bem conseguido. Sei lá… parece-vos que estes demónios lhes irão fazer mal? Pelo que me deu a entender, eles estão à margem da sociedade de demónios e vão contra o que eles fazem. Estarão ali com certeza para ajudar quem conseguir fugir das quintas – até porque não os mataram quando tiveram a oportunidade e alimentar 15 bocas não fica lá muito barato. Estaremos perante os primeiros demónios vegans? Fica a questão.
Serão também muito importantes para o enredo, já que a miúda-demónio aparece no poster promocional da temporada.
Teremos resposta a isso no próximo episódio, pelo que não teremos de esperar muito. Quais são as vossas considerações?
Pensamentos Finais
(aka o local onde digo barbaridades)
- Apresento-vos os novos membros do PAN
- Ray, vamos com calma…
- Não me acredito, fizeram clone falhado do Norman
- Uma forma positiva de vermos os nossos problemas. Aprendam com a Emma
- A sério, esta gaja não existe
- P’ra jantar, p’ra jantar, p’ra jantar... (Querem saber do que falo? Cliquem aqui)
- Eu a fugir das minhas responsabilidades
Dou por aqui terminada a minha primeira análise semanal ao anime. Espero ter conseguido extrair o máximo possível nesta análise até porque, se virmos bem, não aconteceu assim tanta coisa. Foi um episódio meramente introdutório.
O que acharam deste primeiro episódio? Digam-me tudo nos comentários!
Lê aqui outras análises a episódios semanais!