Título: SK8 the Infinity
Adaptação: Original
Produtora: Estúdio BONES (Soul Eater, FMA Brotherhood, My Hero Academia)
Temporada: Inverno 2021
Género/Demografia: Desporto, Comédia
SK8 the Infinity – Primeiras impressões
Nesta temporada de inverno, o difícil é escolher os animes que valem a pena ver. Com animes de alta qualidade a estrear esta temporada (como a quarta temporada de Attack on Titan e a segunda temporada de Promised Neverland, entre outros) este anime original dirigido pela realizadora Hiroko Utsumi pode passar despercebido. Conhecido pelo seu trabalho em Banana Fish e Free! , não pude deixar de ficar curiosa com este novo projeto, que reúne profissionais de animação que considero de destaque.
A primeira coisa que me chamou a atenção deste anime foi o desporto em destaque: o skate. Pessoalmente nunca vi um anime que se centrasse neste desporto e devo confessar que desconheço grande parte deste universo. Desejosa por algo “refrescante” não pude deixar de clicar no botão “play” para dar uma oportunidade a esta série!
*Estas primeiras impressões contêm spoilers pelo que aconselho a todos a verem o primeiro episódio – vale a pena! – ou passarem para o fundo do artigo e lerem a partir do título “Potencial”*
Uma narrativa muito cool
Nunca pensei que um primeiro episódio me pudesse prender assim desta maneira! Ficamos desde já a conhecer Reki, o nosso protagonista completamente obcecado por tudo o que tem a ver com skates! Com umas vibes de protagonista descuidado e adepto de situações perigosas, Reki introduz-nos na questão do “sentido da felicidade”, algo que considero bastante interessante! Estava à espera de alguma teoria genérica sobre “heróis e amizade” mas felizmente não foi esse o caso!
O nosso outro protagonista, Langa, um estudante de intercâmbio metade canadiano, metade japonês, da mesma turma de Reki, passa por alguém um tanto “cabeça no ar” e distraído. Apesar disso, é fora do ambiente escolar que Reki e Langa se encontram e trocam impressões. Nota-se que Reki quer partilhar a sua paixão desesperadamente com alguém, mas Langa mostra-se um completo ignorante na matéria (tal como eu). Na verdade, o que desperta a atenção de Langa de forma muito cómica, é o seu interesse num part time job que acaba por lhe ser oferecido na mesmo loja de skates onde Reki trabalha.
É através deste trabalho, que Langa é lançado de forma “abrupta” para todo um universo da cultura urbana associada ao skateboarding que se concretiza na emblemática corrida “S” que, pela explicação de Reki, é altamente exclusiva e perigosa! No entanto, graças à falta de cuidado de Reki na entrega do skate encomendado por um dos participantes da corrida (numa típica troca de sacos), Langa voluntaria-se a correr o louco percurso de S contra Shadow, um antagonista meio Joker meio lutador de wrestling à moda antiga.
Para nossa surpresa, Langa tem um segredo debaixo da manga! Ele é um praticante de snowboard experiente e depressa toda a gente fica completamente pasmada com as suas habilidades fantásticas! Também eu fiquei pasmada com a leveza refrescante desta animação e narrativa, que não peca pela simplicidade! Nota-se um planeamento cuidado de uma história que nos deixa pistas subtis que neste caso, ajudam a entender o comportamento de Langa nesta corrida, sem recorrer a uma exposição direta do passado da personagem.
O Estúdio BONES arrasa… novamente
O meu grande destaque vai para a animação fenomenal que me captou imediatamente! Não só o design de personagens é extremamente apelativo, como remete imediatamente para toda uma paleta variada de cores, característica da cultura urbana, dos gratifies e dos gangs, totalmente concordante com a vibe do anime.
No ponto de vista técnico, se já esperava uma animação exímia do estúdio BONES, as minhas expetativas foram altamente superadas! As cenas de skate são simplesmente estrondosas, o que faz com que as habilidades de Langa pareçam ainda mais “rad “!
Este episódio fez-me mesmo questionar “como é possível a animação ter chegado a este ponto?”. SK8 the Infinity é um espetáculo visual que, talvez sendo “over the top“, mantém a atenção do espetador nos momentos que importam e não cai em pormenores desnecessários só para fazer “show off“. Arrisco-me a dizer que é a animação que faz sobressair a narrativa e cria todo um sentimento de hype para o que irá acontecer a seguir!
Quanto à banda sonora, não podia ser mais adequada! Completamente ajustada a toda a energia radical que a série invoca, as composições de Ryo Takahashi (conhecido pelo seu trabalho no anime ACCA, que muito aprecio) têm o destaque merecido, a oportunidade de brilhar e a capacidade de tornar o ambiente da série ainda mais estonteante e cool!
Relativamente ao tema de abertura, Paradise por Rude-a, é simplesmente viciante! É uma daquelas openings que dá vontade de ouvir vinte vezes. Já o tema de encerramento, Infinity por Yuuri, é pura comédia envolta numa atmosfera tropical tipo Reggae que quase me fez esquecer que ainda estamos no inverno!
Sk8 the infinity – Primeiras impressões
Potencial
Com uma animação e banda sonora apelativas e muito bem executadas, SK8 the infinity é, na minha opinião, um anime com grande potencial. Se tivesse que apontar algum aspeto que pudesse vir a ser negativo… diria a possibilidade destas personagens e narrativa não serem bem desenvolvidas e caírem numa superficialidade estereotipada. Porém, não me parece ser esse o caso, e tenho confiança nas capacidades da BONES e de toda a equipa envolvida neste projeto.
Por alguma razão, sinto que este anime pode cair no esquecimento por existir no mesmo espaço de tempo de outras grandes estreias… mas considero que vale muito a pena dar uma oportunidade a esta obra original, que faz questão em demarcar o seu cast de personagens e a sua vibe própria! Estou muito curiosa por saber mais sobre as aventuras radicais de Reki e Langa!
E vocês, o que acharam deste primeiro episódio? Será este anime a hidden gem desta temporada de inverno? Deem a vossa opinião!
Podes consultar AQUI todas as opiniões semanais de Sk8 the Infinity.
Análises
Sk8 the infinity
Com uma banda sonora e animação muito bem executadas, este novo anime original do estúdio BONES promete momentos muito radicais e engraçados! Será a "pérola escondida" desta temporada?
Os Pros
- Animação fantástica
- Temática invulgar
- Banda sonora muito radical
- Personagens interessantes
Os Contras
- 23 minutos foram pouco
- Pode passar despercebido esta temporada