Título: Taimadou Gakuen 35 Shiken Shoutai
Adaptação: Light Novel
Produtora: Silver Link
Géneros: Ação, Ecchi, Fantasia, Harem, Militar, Romance, Sobrenatural
Ficha Técnica: Indisponível
Taimadou Gakuen 35 Shiken Shoutai | Opening
Embrace Blade – Afilia Saga
Taimadou Gakuen 35 Shiken Shoutai | Enredo
O esquadrão 35 da Antimagic Academy é uma organização especializada em recrutar caçadores de bruxas, cujo trabalho é encontrar e neutralizar quaisquer ameaças mágicas.
O problema do anime surge quando descobrimos que os nossos protagonistas fazem parte de um grupo apelidado de “Small Fry Platoon”, uma equipa formada por pessoas egocêntricas e com problemas emocionais, que juntas teriam tudo para dar errado. No fundo, os nossos heróis são os “renegados”. Quando os outros ilustres membros do esquadrão não têm com o que se preocupar, o seu passatempo de eleição é tirar proveito da (aparente) inutilidade dos pequenos incompreendidos.
Como fã assumida de ecchis e de ação, Taimadou foi dos poucos animes da sua temporada que me despertou algum interesse. Assim, engrenei na aventura acompanhada por elevadas expectativas.
Então vamos começar pelo início, Taimadou é um anime de doze episódios adaptado a partir de um manga com dez volumes. Exato, os problemas principiaram mesmo antes da estreia da obra. Não quero ser mal interpretada, porém, não tinha como correr bem.
Taimadou tem realmente um plano de fundo cativante e consegue diferenciar-se dos demais do seu género pelo simples facto de possuir a vertente militar. Contudo vamos ser francos: não é por um anime ter uma característica peculiar que este vai ser automaticamente uma obra de arte.
Apesar disso o anime trazia consigo um dos maiores clichés dos ecchis: a questão típica de um harem e de protagonistas femininas com seios desenvolvidos. A meu ver, isto está longe de ser um defeito. A história que nos havia sido apresentada parecia intrigante e as personagens em apenas vinte minutos tinham ganho a minha aprovação. Então não existia motivo para criticar a obra, uma vez que esses aspetos banais não estavam a condicionar o seu desenvolvimento.
Taimadou auto propôs-se a ser um anime fenomenal. Despertou a curiosidade dos espectadores e prometeu um enredo único.
Os problemas começaram quando descobrimos que o anime era, na verdade, constituído por pequenos arcos. Falamos de uma trama com doze episódios. Pessoalmente, parece-me inadequado contar mini-historinhas em vez de criar uma trama completa com início, meio e fim e fazer os poucos episódios valerem a pena. Contudo Taimadou fez precisamente o contrário.
As aventuras dos nossos heróis duravam pouco mais de dois ou três episódios, tornando-se assim excessivamente rápidas e estupidamente previsíveis. A verdade, é que ao assistir o anime as coisas fluíam bem, mas no final do episódio sentíamos que faltava alguma coisa. Conforme a história avançava e novos percalços apareciam, era evidente que algo não fora bem desenvolvido.
Taimadou não possui um enredo coerente e sim pequenos fragmentos que aglomerados acabam por funcionar como “história”. O problema é que as cenas de drama, por exemplo, não se chegam a tornar tristes porque não há tempo para interiorizar a dor das personagens. No mesmo instante conhecemos o passado de um protagonista, vemo-lo sofrer, reerguer-se e já pronto para a próxima batalha. O pouco tempo existente fez com que não houvesse profundidade, era tudo demasiado superficial para emocionar.
Porém, não foi só esse parâmetro que a falta de tempo condenou. A própria narrativa sofreu lacunas graves. Muitas explicações foram suprimidas para conseguir que os doze episódios bastassem para contar a história toda. Houve episódios desnecessariamente confusos, onde aconteciam muitos eventos sem fundamento. Num momento a história girava em torno de uma personagem, no minuto a seguir o foco passava a ser o ecchi.
Realmente a história e os conceitos do manga estão todos interiorizados no anime. Só que em apenas doze episódios não existia maneira de elaborar algo coeso e bem produzido. Principalmente com o tempo gasto nas cenas pervertidas e em episódios que pouco ou nada contribuíram para a trama principal.
Taimadou Gakuen 35 Shiken Shoutai | Personagens
As personagens são possivelmente a única coisa que conseguiu ter salvação depois de todos os problemas referidos acima. Apesar de terem sido afetadas pela superficialidade com que os problemas foram tratados, são inegavelmente interessantes.
Nenhuma delas é atípica, todos os protagonistas possuem características já conhecidas. Começando pelas duas tsunderes, Mari e Ootori. São super estereotipadas, contudo devido à sua história (apressada) e à sua construção tornam-se cativantes.
Kusanagi, o líder do harem, é um protagonista lutador e determinado. Retardado o suficiente para empunhar uma espada quando toda a gente à sua volta recorre ao uso de armas moderníssimas. Porém as suas típicas atitudes de virgem com medo de seios deixaram a desejar nas cenas de ecchi.
O que pessoalmente achei mais bonito nesta área, foi a ligação entre eles. Quando um sofria, todos sentiam a sua dor. Eram muito unidos e trabalhavam juntos independentemente do propósito. Apesar de se tratar de um harem, nem tudo girava em torno da figura masculina. O que é de facto, um aspeto interessante.
Mesmo sendo um pouco clichés, o seu backstory faz-nos gostar deles. No entanto, não posso afirmar que algum me tenha marcado excessivamente. Mas encontram-se claramente acima dos personagens típicos de ecchi.
O principal vilão da história também aparenta ser um sujeito interessante e fácil de odiar. As suas atitudes são completamente abomináveis e condenáveis. Tem uma personalidade um pouco cliché, mas cumpriu bem o seu papel de mau da fita.
Taimadou Gakuen 35 Shiken Shoutai | Ambiente
A meu ver, a Silver Link já fez melhor no que diz respeito à produção visual de um anime. Como exemplo concreto disso podemos usar Fate/Kaleid e Rakudai Kishi no Cavalry. Obras com um primor técnico louvável, com lutas incriveis e supreendentes. As personagens, visualmente, são um tanto quanto feias e pouco detalhadas. Em cenas onde aparecem todas no mesmo plano a qualidade das suas expressões é medíocre. As lutas e cenas de ação são engraçadas. Mas estão longe de ser das melhores da temporada. O único ponto realmente louvável é o realismo das armas usadas nas batalhas. Possuem um pormenor impressionante e algumas são muito inovadoras.
A banda sonora de Taimadou é simplesmente inadequada para o tipo de anime. Não, as músicas não são más ou ensurdecedoras, apenas não se encaixam num anime de luta e ação. Não acho que seja aceitável que durante as batalhas se lembrem de colocar música de rancho folclórico. Essa brincadeira condenou muitas das cenas, que perdiam totalmente o ambiente propício a um confronto de armas modernas. Sem contar que já ouvi temas de abertura menos alegres e dançantes em animes de magia e de fadinhas. A banda sonora não se encaixa, NADA no género do anime.
Algo curioso que só vim a constatar depois foi o facto de a produtora ter lançado três animes na temporada de Outono. Pode não parecer uma proeza notável, mas pensem comigo: a MadHouse – que é possivelmente o melhor estúdio da atualidade – lança, geralmente, um anime por temporada e talvez seja por isso que as obras produzidas pela empresa sejam visualmente, muito superiores às da concorrência.
A mim parece-me que existiu muito trabalho para um orçamento reduzido. Uma vez que Rakudai graficamente é espantoso e Shomin Sample tem uma arte bastante aceitável. E a minha teoria da conspiração ganha ainda mais força quando tomei conhecimento que na temporada de Inverno do próximo ano, a Silver Link vai-se manter fora do pequeno ecrã e que não possui grandes títulos para 2016.
Não gosto de divagar, mas realmente parece-me que a ganância da produtora fez com que não houvesse tempo para fazer três obras de qualidade a todos os níveis. Além de esta não ter um historial por aí além.
Taimadou Gakuen 35 Shiken Shoutai | Juízo Final
Taimadou era um anime com um tremendo potencial acompanhado com personagens cativantes que se perdeu por não possuir duas temporadas. A história do anime é realmente boa e interessante e afasta-se significativamente das linhas de um ecchi comum. O problema foi e sempre será o tempo. Tempo esse que condiciona e limita grande parte das obras da atualidade.
Mesmo que eu realmente simpatize com os protagonistas, não sei até que ponto esse parâmetro sustenta o anime. Sinceramente, não vale a pena o seu visionamento. Não com a quantidade de obras de notória qualidade que existe ao nosso dispor.
Não é só a Silver Link que tem sido vitima da sua própria ganância. Nas últimas temporadas vários animes deram-me a sensação de terem sido feitos em cima do joelho. Elaborados sem um planeamento prévio e consistente. A indústria está cada vez mais competitiva, preocupando-se mais em assegurar o lançamento de muitas obras e não prezando a qualidade das mesmas. São raras as vezes em que uma produtora aceita fazer duas temporadas do mesmo anime e isso é um erro medonho.
Acredito que Taimadou pudesse tornar-se um anime de qualidade acima da média, mas este acabou prisioneiro da má adaptação da Silver Link. Assim, é só mais um ecchi que cairá no esquecimento rapidamente junto com tantos outros. A produção infeliz e a falta de tempo levaram-no a um fracasso iminente.
Análises
Taimadou Gakuen 35 Shiken Shoutai Análise
Uma obra com um tremendo potencial condenado por uma triste e precária produção.
Os Pros
- Algumas personagens
Os Contras
- Prisioneiro da má adaptação da Silver Link
- Potencial desperdiçado