Tokyo Ghoul surge na temporada do verão de 2014, como adaptação (ansiada por muitos) da obra original em formato manga. Foi produzida pelos estúdios Pierrot, muito conhecidos por obras como GTO, Bleach e Naruto.
A quantidade de fãs que a obra original albergava, aliada ao excelente primeiro episódio que entregou ao público, colocou esta obra sobre os holofotes. Terão conseguido obter os resultados esperados?
Tokyo Ghoul | A História
A narrativa leva-nos a conhecer um estudante universitário, Kaneki. Este e o seu grande amigo, Hide, conversam à mesa de um café sobre o melhor local para levar alguém num encontro. Ao longe uma televisão anuncia mais um ataque de Ghouls, no entanto nem ligam muito, como se já fosse algo comum. Após vários diálogos chegam à conclusão que não percebem nada de encontros. Ainda assim, Kaneki ganhou coragem e acabou por marcar um encontro com Rize Kamishiro, num restaurante.
Após o encontro, Kaneki acompanhou-a a casa, e foi neste momento que Kamishiro revelou a sua verdadeira forma: Ghoul. Ataca-o de uma forma violenta e sem qualquer tipo de simpatia. Ataque este, que acaba por mudar todo o rumo da vida de Kaneki.
Enredo
Analisando o enredo desta pequena obra como algo exclusivo do anime, então a narrativa brilhou. Em poucos episódios inseriu conceitos complicados, mas sempre acompanhados por uma explicação pragmática e de fácil entendimento. Conseguiu estruturar uma narrativa com introdução, desenvolvimento e conclusão. Aprofundou as personagens a nível emocional, contou-nos o passado dos protagonistas, descortinando de forma inteligente os seus medos provenientes do passado, e mostrando numa quantia equivalente, o porquê das motivações de cada uma. E conseguiu algo muito importante, manter as espetativas, que o belíssimo primeiro episódio criou no público.
Toda a premissa, bem como a teia de acontecimentos a que esta dá génese, cria um conjunto de elementos interessantes que a curta longevidade da animação não consegue explorar ao seu máximo, nem retirar toda a sua complexidade e profundidade. O que por sua vez se torna um aspeto negativo (que poderá ser temporário), pois uma obra com muito pano para mangas não deveria parar tão precocemente. Como disse, e poderá acontecer, este poderá ser um aspeto negativo esporádico no caso de ser produzida uma segunda temporada para completar esta primeira história.
Por outro lado, e vendo a obra como aquilo que ela realmente é – uma adaptação – Tokyo Ghoul não brilha assim tanto. As qualidades mantêm-se praticamente todas as que foram referidas em cima, assim como aquelas que foram referidas no artigo das primeiras impressões. No entanto, os aspetos negativos, através deste olhar, acentuam-se. O enredo foi muito apressado, na medida que não dá espaço suficiente para o espetador interiorizar o que acabou de ver e já está a ser injetado com mais informação e novos acontecimentos, o que na manga acontece com uma melhor estrutura, com mais pausa e muito mais desenvolvimento em todos os elementos que envolvem a construção da narrativa.
Ambiente
Todo o visual está apetitosamente agradável. O character design mantém o seu traço original, não sofrendo quase alterações nenhumas, o que é logo um ponto favor, sendo que é um dos fatores da obra que salta à vista em ambos os formatos (Manga e Anime).
A qualidade do visual nos primeiros episódios, é claramente superior (nas cenas de menor ação) em comparação com o mesmo tipo de cenas que se encontram nos restantes episódios, o que mostra um pouco de desleixo. Contudo, a qualidade de animação, desenho e coreografia nas lutas e cenas de maior ação manteve-se sempre muito forte, bem construída e muito coesa.
Mas toda esta arte, animação e qualidade ambiental, ficam perdidas quando nos aparece o seu maior inimigo: a censura! Estamos a ver um seinen, esperámos realidade, brutalidade, muito sangue, cenas violentas e viscerais. A quantidade de censura que foi inserida em cada episódio chega a ser absurda, o que acaba por dizimar por completo e de forma constante todas as grandes cenas que Tokyo Ghoul nos têm para proporcionar. Portanto, um anime seinen com elementos caraterísticos do horror com praticamente 100% de censura, retira-lhe a essência toda, é como assistir a Shoujo romântico que não contenha romance na narrativa.
A qualidade das composições sonoras, enaltece com muita força as cenas dramáticas, assim como as lutas, aumentado toda a componente frenética.
Tokyo Ghoul | Juízo Final
Tokyo Ghoul possui uma premissa e universo fantásticos, aliados a um bonito e polido ambiente, com personagens extremamente carismáticas e bem desenvolvidas. Ainda assim, é de longe uma boa adaptação, ou até um seinen no sentido mais puro da palavra. Contudo, Tokyo Ghoul como um todo encontra-se um anime fabuloso que vos irá entreter e surpreender. Se são fãs de Seinen, esta é uma obra incontornável ao vosso reportório, e que com certeza não se irão arrepender de ter assistido.
The Review
Tokyo Ghoul
Premissa e universo fantásticos, aliados a um bonito e polido ambiente, mas...
PROS
- Premissa
- Universo
- Ambiente
- Banda Sonora
CONS
- Falta de desenvolvimento de algumas personagens
- Final inconclusivo
- Conceito não está totalmente aproveitado
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