Título: Tokyo Ghoul Root A
Data de Estreia: 09/01/2015
Produtora: Studio Pierrot
Tipo de Adaptação: Manga
Género: Ação, Seinen, Sobrenatural
Ficha Técnica: Disponível
Tokyo Ghoul Root A | Opening
“Munō” – österreich
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Antes de me debruçar no processo de esmiuçar o primeiro episódio, existem determinados aspetos que devem ficar claros. Para começar, tenho que constatar, que Tokyo Ghoul vai ser o Sword Art Online/Attack on Titan da temporada de inverno de 2015, relativamente ao hype que recebeu durante o tempo de espera, e também agora visível com o estouro decorrido após o primeiro episódio. Infelizmente, a parte maioritária dos comentários que tive o desprazer de ler, foram descabidos de conhecimento prévio relativamente a esta segunda temporada da obra conhecida como Tokyo Ghoul.
Com esta explicação que se segue, tenho o então o objetivo de expor esta informação, e quem sabe esclarecer algumas visões deturpadas. Ishida Sui, criador da obra original no formato manga, acompanhou o processo criativo da primeira temporada como criador. No entanto, nesta sequela, Ishida mergulha a 100% no projeto, tomando assim as rédeas da escrita do enredo.
Mas então Tokyo Ghoul Root A é ou não uma adaptação da obra original?
Sim e não. Sim porque na verdade, todo o universo e personagens são os mesmos e adaptados do segmento original. Não, porque a narrativa desta sequela será algo completamente original. Tal como o nome indica √A (Root A), que traduzido em português significa raiz A, a temporada irá prosseguir numa rota completamente original escrita por Ishida Sui, que como já referi, é nada mais nada menos que o seu criador original.
Quais as consequências disto?
- Significa material fresco original e “oficial”, até para os leitores da manga.
- Um fim completamente diferente.
- Novos confrontos. Novas problemáticas. Novas controvérsias.
- E por fim e mais importante, um diferente olhar do escritor perante a obra.
Agora, falando um pouco mais especificamente para os leitores da manga, se gostaram do que o mangaka criou na manga, porque não esperar que faça algo diferente mas com a mesma ou até com qualidade superior?
Tokyo Ghoul Root A | Enredo
A história retoma exatamente do ponto onde nos deixou. Esta parte do anime apresenta-se como uma sequela, todavia, dá mais a sensação de ser um segundo cour, do que realmente uma segunda temporada da obra.
Toda a desenvoltura do episódio tem como objetivo terminar o arc anterior enquanto nos mostra a transformação física e psicológica de Kaneki. Este vê-se finalmente livre da tortura, e com esta, vemos uma personagem completamente reformulada. Mais decidida, mais fria, vingativa e claramente com uma personalidade mais vincada. Temos a possibilidade de confirmar isto, quando Kaneki coloca a máscara, aceitando assim por completo o seu lado Ghoul devidamente maturado. Porém, vamos deixar de lado o que toda gente conseguiu ver, e vamos analisar um pouco os momentos com mais destaque neste episódio.
Hide, o grande amigo de Kaneki não foi deixado de lado neste episódio. Apesar do tempo reduzido de ecrã ao qual teve direito, mostra aquilo que sempre mostrou: uma enorme preocupação sobre Kaneki, e uma boa capacidade de compreensão sobre os acontecimentos relativamente aos Ghouls. Neste ponto desenvolve-se a primeira questão. Se o escritor se deu ao trabalho de inserir alguns momentos desta personagem, leva-nos a crer num possível relevo ao longo da temporada, portanto, qual o papel que lhe será atribuído?
Temos a oportunidade de ver alguns membros da policia mais old school em ação contra um dos executivos da Aogiri Tree. Neste confronto é introduzido uma nova espécie de Quinque, que apesar de protótipo fornece uma capacidade de defesa absurda. Aqui obtemos a segunda questão. A flexibilidade de produção de Quinques está então confirmada. Que mais géneros de armas iremos ver?
A zanga dos irmãos Kirishima prossegue numa batalha sem limites, chegando ao ponto de vermos Ayato a devorar sem piedade a Kagune da irmã. Kaneki surge para marcar a sua posição, levantando a terceira questão, qual o interesse dele com a Aogiri Tree?
Disto saltamos rapidamente e com grande efemeridade para uma pequena demonstração de luta de Uta, Yomo e Tsukiyama contra um executivo da Aogiri Tree, em que o único resultado que tem é dar-nos ainda mais vontade de os ver a batalhar, e de os vermos serem levados aos limites extremos.
Por fim, e para terminar esta análise um pouco mais detalhada sobre o enredo deste primeiro episódio, vamos aos dois momentos que mais o marcaram. Em primeiro lugar a despedida de Kaneki com Touka, foi simplesmente um dos momentos mais bem construídos da série e que dá aso a muitos arrepios. Consequentemente este momento conduz-nos ao último, quando se confirma que Kaneki se alia à Aogiri. Entregando-nos então a questão final, quais as razões que levaram Kaneki a associar-se à organização que tem como objetivo a erradicação da humanidade? Dizima-la no núcleo? Ou simplesmente entender as razões desta?
Tokyo Ghoul Root A | Ambiente
A nível de visual, é notável uma evolução nos mais variados aspetos. Primeiramente o character design sofreu um aprofundamento detalhado, dando deste modo uma maior dimensão e realismo às personagens. Foi também resolvida uma das maiores problemáticas da temporada anterior: a censura visual. Pois bem, podem esquecer as cenas excluídas, ou as cenas que sofrem contrastes absurdos para não entendermos o que está a acontecer visualmente nos momentos mais crus. A segunda temporada entrega-nos um episódio limpo, agressivo, com uma palete de cores mais viva e brilhante, dando génese a um ambiente mais imersivo e polido.
Além disto, não poderia terminar a análise ao ambiente sem mencionar as duas grandes metáforas visuais que se mostraram geniais, e ao mesmo tempo subtis, encarecendo o episódio em grande escala. A primeira, acontece quando Kaneki está a lutar contra Ayato, um bando de corvos levanta voo apenas do lado do plano de Kaneki. Ora, o corvo significa transformação pessoal, inteligência, uma nova visão sobre algo, perseverança que leva a grande flexibilidade na adaptação de situações novas. Este simbolismo visual não poderia ter sido mais adequado, de modo a mostrar todo o desenvolvimento interior que Kaneki sofreu, e que se encontra atualmente a sofrer.
Por outro lado, por último e não menos genial, o momento da despedida de Touka e Kaneki. Nesta sequência visual, começa a nevar. A neve simboliza frieza, morte e um novo começo de algo, que é exatamente o caminho que a personagem principal começou. Um caminho frio, solitário, que tem que percorrer para poder “renascer”.
Tokyo Ghoul Root A | Potencial
A nível de potencial, as possibilidades são imensas. Pelo o que nos foi entregue neste primeiro episódio, e contando que a qualidade será exponencialmente positiva, então teremos uma temporada preenchida de intriga, excelentes confrontos, construídos sobre uma base de pormenores e simbolismos.
Não obstante, e comparando este primeiro episódio, com aquele que iniciou a primeira temporada, este não se encontra nada longe da carga dramática transmitida na temporada anterior. O que por sua vez me leva a acreditar numa temporada igualmente boa, ou até superior à sua antecessora.
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Análises
Tokyo Ghoul Root A
Os Pros
- Ambiente e algumas personagens
- A Banda sonora é o ponto mais forte em todos os aspetos
Os Contras
- Falta de gestão e inconsistência em todos os departamentos
- Falta de rumo