Tokyo Revengers – Primeiras impressões

A nova temporada de animes trouxe grandes adaptações, mas atrevo-me a dizer que uma das melhores é o Tokyo Revengers.

Tokyo Revengers – Primeiras impressões

A história segue Takemichi Hanegaki enquanto navega no passado, voltando ao tempo da infância, para prevenir a morte de Hinata Tachibana no futuro, ao infiltrar-se num gangue de delinquentes.

Com maior detalhe:

Absorvido num mundo sem rumo e confiança, Takemichi Hanagaki descobre que a namorada do básico morreu, pelas mãos de um gangue perigosíssimo, deixando-o a questionar ainda mais a vida que leva, mas não por muito tempo, uma vez que o protagonista também encontra o seu fim.

Porém, entre piscares de olhos, Takemichi acorda doze anos no passado, exatamente no período onde ainda vivia a relação com a Hinata (namorada).

 

 

Com o engenho narrativo definido, parte a história do nosso protagonista, que tem a oportunidade não só de salvar o presente ao mudar as linhas do passado, como de aprender que mais do que salvar o presente, muito terá que superar no passado.

O objetivo é simples, impedir que o gangue se forme e isso obrigá-lo-á a lutar com punho cerrado, pelas linhas do passado e resgatar não só a namorada, mas também ele próprio, e o que iremos descobrir ao longo da temporada.

O Melhor Anime da Primavera

A obra criada por Ken Wakui e galardoada pelo 44th Kodansha Manga Award é muito original na desconstrução do tema de viagens no tempo, ao misturar elementos muito vivos como gangues, lutas, sacrifício e evolução pessoal.

Não li a manga e não sei o que esperar, mas tenho grandes expectativas. A construção do presente pelo passado abre portas a muitas histórias e a personagens muito interessantes. O efeito borboleta é muito forte e simplesmente não sei o que esperar, o que me deixa entusiasmado.

Só espero que a história chegue ao patamar do Sun-Ken Rock e que tenhamos lutas ainda mais vibrantes. Por agora estou muito contente com a direção e, inclusive, a animação desses momentos.

Não se deixem levar pelas comparações com ERASED. Tokyo Revengers vibra muito mais e é tão transformativo que realmente não sabemos o que esperar.

Sinto-me agarrado à personagem enquanto a vejo crescer e perder os seus receios, a ganhar convicção e a lutar, literalmente a lutar, para alcançar um futuro melhor. Futuro esse que completa a personagem e dá pulsação à vida que anteriormente vivia de forma incompleta. Talvez esta oportunidade tenha outro sentido, algo mais ligado à personagem e ao verdadeiro futuro que deveria ter alcançado.

Pelas palavras de Takemichi:

I’m not finished yet. This isn’t nearly enough to fix 12 years of being a lazy good for nothing. I ran and ran. Ran and ran. I’m not going anywhere! I got a damn good reason not to, the Tokyo Manji Gang. Kiyomasa, if you wanna win, you got no choice but to kill me and I am not gonna lose.

A história é incrivelmente mastreada ao utilizar o conceito da viagem do tempo para criar um mundo vivo e rico de personagens. Aqui destaca-se, sem dúvida, a melhor qualidade deste anime.

Não me sinto forçado a acompanhar as personagens, a história flui de forma muito natural, mas agarra-me completamente. A riqueza das personagens não existe pela história, mas sim pela individualidade de cada personagem, que entre presente e passado, podem alterar-se e, com isso, a nossa perceção e preferências.

Esta unicidade é bem encapsulado pelo cuidado na criação das personagens. Nos animes é sempre possível apanhar a personagem principal, mas aqui cada personagem à sua maneira tem um design próprio, não desvanecem esteticamente, mesmo que não tenham para já relevo.

Tokyo Revengers – Primeiras impressões

Pontos finais

Nesta análise não vou apontar pontos fracos, estou completamente a bordo do hype. O título tem que merecer jus, por isso dou nota 10.

Quem não estiver a ver este anime, está a perder uma peça de shounen de excelente qualidade.

Já vi quantidades imensuráveis de shounen, tanto que fico cansado das demais iterações. A história conseguiu agarrar-me pelo impacto causado principalmente no episódio 4, na antecipação do que poderá surgir e pelo uso das personagens como um verdadeiro motor da história (ainda que com os típicos troupes shounen), e isto gerou o apelo de querer ver mais e ver o que acontece.

Em tempos de consumo e oferta ilimitada, uma característica muito importante é conseguir sentar o leitor e ansiá-lo pelo próximo episódio.  Só espero que não desiluda…

Deixo só um conselho. Ignorem o episódio 0 que é um apanhado dos primeiros três episódios. De resto, usufruam, divirtam-se e deixem os vossos comentários.

Gostaria especialmente de saber o que pensam do “paradoxo” de voltar atrás no tempo. É bem explicado como funciona, mas o primeiro momento não tem grande justificação. O que permitiu voltar ao tempo na primeira vez?