Quem é fã de Final Fantasy que ponha a mão no ar! Esta saga, que de “Final” não tem nada, já é mais velha do que muitos de nós! O que quer dizer que já há inúmeros títulos dos quais podemos dizer bem e mal. Eles são tantos, que para esta lista só vão constar os jogos principais da franquia. O que quer dizer que não vou classificar os Online (XI e XIV) nem as sequelas e spin-offs.
Assim sendo, aqui fica a minha lista dos Top 13 Final Fanatsy. Repito, minha lista! Opinião pessoal, blá blá blá! E antes que rolem os vossos olhos até ficarem a olhar para o cérebro: Não, o Final Fantasy VII não está em número 1. Vamos a isto! Mas atenção, podem existir SPOILERS para cada um dos títulos!
Top 13 jogos da série Final Fantasy
13- Final Fantasy IV
Muita gente gosta do Final Fantasy IV e eu consigo perceber porquê. Habitantes da Lua contra os da Terra. Um misto de sci-fi com fantasia medieval. Lanças, Feitiçeiros, Naves! Mas apesar do universo interessante, a execução da história foi muito fraca. O protagonista, Cecil, afinal tem um pai que é da Lua! Choque! O vilão afinal não é o vilão! Está a ser controlado! Duplo choque! E é irmão do protagonista! Choque vezes 3! E como cereja em cima do bolo, tudo acaba na perfeição. Os terrestres ganham! O Cecil casa com a sua amada! O vilão frenemy diz adeus ao Cecil e vai embora com a Lua para outro lado. Bocejo.
Mas este não é o pecado principal de Final Fantasy IV. Este título é especial por ter estragado o meu divertimento com vários Final Fantasies seguintes. Pois foi neste que foi implementado o ATB, ou Active Time Battle system. Isto, para quem não sabe, faz com que as lutas sejam por turnos mas… em tempo real? É horrível, e não é por turnos. É dependente de uma barra que anda para ali. Na melhor das hipóteses, é uma seca por termos de esperar que alguém tenha a barra cheia para atacar. Não. Não estou para isso! Final Fantasy IV é o pior Final Fantasy pelo enredo fraco e pelo crime da ATB!
12- Final Fantasy IX
Mas o IX não fica muito atrás! De facto, estive muito indeciso entre o IV e o IX para último lugar, mas foi de facto a criação da ATB que me convenceu. Mas em termos de enredo, o IX ganha o prémio. O prémio de maior treta. É simplesmente aborrecido, e durante as primeiras 15 horas a única motivação que tive para jogar foi: “isto é um Final Fantasy, quero jogar isto”. Não há propriamente nada que motive os personagens até bem a meio do jogo e as partes mais interessantes (a backstory do Vivi) são poucas e espaçadas.
A sério, se Final Fantasy IX se chama-se “Homem Macaco com o Cio”, ninguém o jogava. E era um título bastante descritivo. É a minha firme teoria que este jogo só tem a popularidade que tem por causa da fama da série onde se encaixa, e da overdose de nostalgia pelos jogos anteriores que transmite em algumas cenas. Não escolhi aquela imagem à sorte, ao fim de contas! Não se gosta de Final Fantasy IX pelo que ele é. Gosta-se pelo quanto ele nos faz lembrar dos anteriores.
E ainda para mais tem a estúpida da ATB também!
11- Final Fantasy XII
Confesso que, tal como muita gente, eu estava super hyped para este Final Fantasy. Lembro-me que o comprei 3 dias antes de ele sair oficialmente, numa loja pequenita que já fechou. Havia 2 cópias na montra, e eu corri até a minha mãe para lhe pedir dinheiro como um viciado em cocaína com um dealer em saldos. Comprei o jogo e devorei-o completamente.
Devem achar, pela minha opinião da ATB, que não gostei de Final Fantasy XII por causa do combate em semi-tempo real, mas não foi isso. Não me importei com o combate, porque era admitidamente não por turnos. Foi original. Na verdade, eu acabei o jogo e não desgostei, mas…não gostei. Não fica na memória. É o Final Fantasy mais olvidável de sempre. E mais tarde apercebi-me porquê: é basicamente um remake de Star Wars!
Protagonista que está farto do sítio em que está e quer sair dali. Um império que está em guerra com o reino. Uma princesa que temos de salvar. Um familiar do protagonista morto (o Anakin está, para todos os efeitos, morto). Um agente do império mascarado que revela ser um familiar de um dos protagonistas (ao menos não foi do Vaan, mas mesmo assim). Um gajo carismático com uma nave e um companheiro não-humano. Custa a acreditar que é do mesmo escritor de Vagrant Story…
10- Final Fantasy II
“Se não está estragado, não mexemos!” exclamaram os executivos da Square Soft ao começarem a criar Final Fantasy II. E de facto não mexeram muito. Em quase nada. Quatro protagonistas. Um imperador malvado. Têm de ir buscar mythril em vez de cristais, desta vez, vá lá. Os personagens têm direito a nome agora. Há dragões! E… é basicamente isso. O bem derrota o mal. Os bolsos da Square estão cheios. Tudo está feliz.
Só não vai mais para baixo na lista porque dou a reconhecer que foi o segundo jogo após o sucesso que foi o Final Fantasy I, o jogo que salvou a empresa. Ainda não tinham a reputação cimentada. Arriscar era assustador, etc. Exploraram melhor alguns conceitos de enredo, como protagonistas com personalidade e falas, vilões que se redimem. Foi um título de transição, por isso não sou muito crítico em relação a Final Fantasy II. Também tenho de dar valor ao facto que foi o primeiro Final Fantasy em que morreu um protagonista (temporário, mas mesmo assim) a meio do jogo.
Mas se a ATB tivesse aparecido aqui, ai! Ia para o fim da lista.
9- Final Fantasy XIII
Aqui já começo a entrar na parte dos títulos que eu até quero gostar, mas eles não me deixam. E o Final Fantasy XIII é mesmo o jogo que define isso. Tem o ATB que melhor está implementado, que até consigo engolir. Summons fantásticos. Gráficos fenomenais. Personagens interessantes. Mas… a execução…
É uma salsada! “Olhem, aquilo é um Fal’Cie! Eles criam L’Cie! Que se não cumprirem a sua missão transformam-se em Cieth!”. Um conselho: tornem os vossos termos mais diferentes foneticamente. Senão eu não sei do que raios estão a falar.
“Ah, mas Ricardo, minha besta astral, eles fazem isso! Existe o Gran Pulse e o Cocoon! São termos diferentes para os dois mundos!”, dizem vocês enraivecidos. E eu digo, sim. De facto são diferentes. E para eu saber porque raio é que há um mundo a flutuar no céu de outro, e porque é que existem deuses, tenho de ir aos extras e ler sobre isso.
Amigos, eu gosto de comida. Também gosto de tecnologia. Mas não me diriam para comer um telemóvel. Por isso peço-vos, apesar de eu amar livros, não me ponham a ler um jogo. É para isso que existem as Visual Novels, e é por isso que eu não as jogo.
8- Final Fanatsy I
Tudo o que é cliché hoje em dia foi original a certo ponto. E apesar de na minha opinião ter “envelhecido” mal, o primeiro Final Fantasy deve ser jogado por todos os fãs pelo que representa. Foi o jogo que salvou a Square Soft da falência (daí o nome, eles pensavam que ia ser o último jogo que iam lançar). É o mais simples que um jogo pode ser, mas na altura foi revolucionário. Combate por turnos, 4 personagens, uma história de salvar o mundo da escuridão usando o poder da luz e dos cristais. Um clássico.
Mas desconstruindo o que era a norma dos jogos concorrentes da época, como LoZ, o enredo começa com a missão de salvar uma princesa, mas isso não é nem sequer o início. Os outros jogos eram bastante conservadores na sua missão. Tens de salvar a princesa, e o jogo acaba. Não em Final Fantasy! Quando salvas a princesa, parabéns, acabaste a introdução. Agora começa o jogo a sério, vai derrotar os 4 fiends, recuperar os cristais e salvar o mundo. Em 1987, isto era semelhante a ter um jogo novo depois de acabar o primeiro.
Se ao menos os títulos seguintes não tivessem usado e abusado da fórmula do enredo, o Final Fantasy I seria muito mais agradável de se jogar hoje em dia…
7- Final Fanatsy V
O quinto Final Fantasy foi um marco na história da franchise.
Foi neste título que apareceram os Ability points, pontos que se ganha por usar uma habilidade repetidamente e que são usados para a tornar mais forte. Este sistema teve tanto sucesso que outros jogos de outras companhias o adotaram! Mas em termos de mecânicas de jogo históricas, não ficamos por aqui. Também foi o primeiro a dar a possibilidade do jogador equipar “acessórios”. Power bangles, Defence rings, tudo isto teve origem no V, e foram usados em todos os títulos desde então!
O enredo não é nada de mais. 4 cristais, guerreiros da luz, etc. Tem o ponto original de o vilão ser inicialmente um conceito abstrato e não um ser em específico, algo que não se tinha visto antes na franchise. Mas no enredo há mais um marco histórico em Final Fantasy! Foi aqui, e não no VII, que acontece a primeira morte de um personagem principal não-temporário num Final Fantasy! R.I.P. Galuf.
6- Final Fantasy XV
Ah, cá está ele! O Final Fantasy que não é um Final Fantasy. O The Last Jedi da lista. Ou se odeia ou se adora. Ou então faz-se como eu, que gostou bastante do jogo como jogo, mas não como um Final Fantasy. Porque realmente, não parece nem tem o feel de um Final Fantasy. Por causa da direção.
É graficamente impressionante, sendo o mais recente e o único da geração atual. Side-quests, combate incrível, banda sonora fenomenal pela lendária Yoko Shimomura, enredo espetacular. Oh, esperem…
Realmente o enredo é bom, mas é bom no sentido em que é uma omolete que parece deliciosa mas que está escarrachada no chão. Foi contada de maneira confusa, omitiu de cena momentos dramáticos, e tem a aparência que foi feito à pressa.
Eu pessoalmente gostei da saída do combate de turnos, e penso que fez um ótimo trabalho em unir a primeira e a segunda geração de Final Fantasies (falo disso mais à frente). Mas perdeu imensos pontos com a forma de como foi apresentado o enredo, que é um elemento fulcral num RPG, e nos Final Fantasies em geral.
5-Final Fantasy VIII
Por muitos considerado o melhor, Final Fantasy VIII é um título que sofre de grandes problemas de pacing, tanto no enredo como na jogabilidade. Sim, tem personagens icónicos, um setting interessante e moderno, e a arma mais fixe de todos, mas é…tão…lento! O início demora a arrancar e é aborrecido! E a magia tem um sistema estranho em que não aprendemos os feitiços, mas temos de os roubar a inimigos ou encontrá-los no mundo para os usar. Tudo isto corta muito o flow do jogo, que em essência é uma história boa, com dos melhores romances da série e desenvolvimento do personagem principal.
Acho que também deve ter sido dos primeiros Final Fantasies a ter uma teoria mirabolante. Mais concretamente, que o Squall morre a meio do jogo e o resto é uma visão que ele tem enquanto moribundo. Pessoalmente, acredito mais nesta do que na “Final Fantasy VII é o futuro do Final Fantasy X”!
4-Final Fantasy III
O terceiro Final Fantasy não tem muito de original no seu enredo. Nota-se que a Square já começou a sair da casca com alguns plot points, como mortes de personagens secundárias, e revelar o antagonista apenas no final. Mas fora isso, é mais da dose de cristais, guerreiros da luz, bem, mal. Já sabem.
O que cimentou Final Fantasy III como um bom Final Fantasy é o job system, onde o jogador podia mudar a classe das personagens. Queres uma equipa só com black mages? Sem problema! Este sistema ficou um marco na série, e foi aparecendo disfarçado de vários nomes. Os gambits do XII, os paradigms do XIII. Até as dress spheres do X-2. Tudo isto teve raiz no job system de Final Fantasy III!
3- Final Fantasy VI
Lembram-se de eu ter falado na primeira e segunda geração de Final Fantasies? Este foi o jogo que começou e definiu a segunda geração. Antes deste jogo, os temas de Final Fantasy eram em regra geral sempre a mesma coisa. Bem contra o Mal. Cristais mágicos. High-fantasy medieval. Mas em Final Fantasy VI, logo na primeira cena enquanto ainda aparecem os créditos, vemos…mechas! Surge então um enredo que vai influenciar e inspirar a maioria dos Final Fantasies após este: Tecnologia vs Magia. E é esta temática que define a segunda geração, e que é a minha preferida.
A protagonista, Terra, é uma mage com amnésia, num mundo em que a magia é considerada um poder raro e não natural. Os cenários são steampunk e industrializados, um contraste enorme aos castelos e vilas dos jogos anterioes. Final Fantasy V foi uma lufada de ar fresco para a saga, e é uma delícia de se jogar ainda hoje!
Como bónus, foi a primeira vez que um vilão de Final Fantasy consegiu antingir o seu objetivo. Que palhaço.
2- Final Fantasy VII
O “melhor” Final Fantasy segundo muita gente, o sétimo tem um lugar especial. Foi o primeiro a ter gráficos 3D e capitalizou no sucesso do VI em introduzir um setting mais tecnológico.
Final Fantasy VII é provavelmente o primeiro da série que muita gente experimenta, e é sem dúvida acessível! O mundo é semelhante ao real, com carros, motas, cidades e poucos ou nenhuns castelos. Não há um único cristal da luz ou dos elementos! O enredo tem um pacing bom, introduzindo-nos a Cloud e a um grupo de “terroristas” ambientalistas que teriam um contexto relevante ainda hoje, 20 anos mais tarde. E os plot twists do jogo são dos melhores de toda a série. O lendário soldado Sephiroth é mau. A Aertih morre. O Cloud afinal nunca foi um membro da SOLDIER. O ex-namorado da Aertih morreu e o Cloud está subconscientemente a assumir a identidade dele. Coisas dessas.
Nas fases finais, o jogo é tão diferente de como era no ínicio que faz lembrar os episódios finais de Evangelion. Final Fantasy VII é sem dúvida icónico, com uma das melhores direções e com os personagens mais emblemáticos e reconhecíveis da franchise!
1- Final Fantasy X
Quem me conhece já sabia o que vinha. O Final Fantasy X é tudo o que há de bom em Final Fantasy, sem tudo o que há de mau. Batalhas por turnos sem ATB? Yep! Personagens únicos e com personalidade que nos podemos apaixonar? Montes! Banda sonora pelo Nobuo Uematsu que fica no nosso iPod há 15 anos? Sim senhor! Summons espectaculares que são relevantes para o enredo? Todos eles! Cenários e visuais fantásticos que nos deixam com pele de galinha? Não sei, diz-me tu! Um enredo emocionante que nos faz rir, chorar, e que acaba bem mas a custo de vários personagens principais? Podes apostar o teu cu que sim!
Eu não tive problemas em spoilar os jogos anteriores da lista, mas é pecado spoilar Final Fantasy X, para quem nunca jogou. Não quero saber que já tem 15 anos.
A direção do jogo é impecável, com nenhum momento aborrecido, variedade de jogabilidade com hidden quests, mini-games, exploração, corridas de chocobos, captura de monstros, entre outros. O mundo é extraordinariamente bem construído e explicado. Existe uma variedade de temas ricos como o dogma da religião, racismo, escapismo e luto. O enredo tem um único twist principal, mas é executado na perfeição de maneira a mudar completamente o que está em jogo, e a maneira como vemos as ações dos personagens até então. Segue-se um período de desespero perante o destino, semelhante a Persona 3, e a fase final em que conseguimos mudar esse destino, a grande custo.
É sem dúvida das melhores obras de Tetsuya Nomura. É o Final Fantasy que eu mais vezes joguei, sempre a querer voltar às praias e montanhas de Spira. Consigo recitar quase todas as falas e os personagens são como velhos amigos para mim. E é por isso que Final Fantasy X é, na minha opinião, o melhor Final Fantasy de sempre.
Até ver!
E para vocês? Qual o vosso Final Fantasy preferido? Partilhem as vossas opiniões e discutam connosco o vosso top 😉