No ano passado o ptAnime criou um artigo onde constavam as recomendações referentes ao ano de 2015. Este foi criado através da votação de todos os membros da equipa, sendo selecionados os 10 mais votados. Este ano decidimos experimentar algo diferente, e acreditamos que vos trará mais valor que uma lista formulada a partir de votações.
NOTAS:
- Cada elemento da equipa ptAnime escolheu três títulos lançados em 2016;
- Os títulos escolhidos refletem os três animes que mais marcaram cada elemento da equipa, ao longo do ano;
- Nem todos os elementos da equipa participaram no artigo;
- Esta lista não tem o intuito de ser objetiva. Bem pelo contrário, tem a intenção de fazer com que vocês encontrem uma ou mais pessoas com as quais se identificam mais.
Artigos relevantes referentes às temporadas de 2016:
Top Anime 2016 – Recomendações ptAnime
Raquel Cupertino – Redatora | Relações Públicas
[ Flying Witch ]
Sou fã de magia e da saga Harry Potter admito. E, como tal, um título relacionado com magia + feiticeiras + qualidade em todos os departamentos de produção anime, tinha que constar nesta minha lista. E sim, é mais um slice of life. É um anime ótimo para relaxar, aliviar do stress do dia a dia. Não possui um enredo complexo e, muito menos, dramático, é uma história simples que nos cativa pelas personagens interessantes e pelo ambiente apelativo.
[ Fune wo Amu ]
Esta foi daquelas séries que assisti por mero acaso e agradeço imensamente por ter decidido arriscar. Além de nos prender ao ecrã do início ao fim, transmite-nos algo. Aprendemos com o desenvolvimento de uma história que se torna também ela nossa. Trata-se de um slice of life/seinen, e como fã deste mesclado caprichoso de género e demografia, coloco-o num must see a adicionar a todos os reportórios onde a qualidade narrativa faça parte dos requisitos mínimos.
[ Kanojo to Kanojo no Neko ]
Possui apenas 4 episódios, de 7 minutos cada, e é baseado no original de Makoto Shinkai: Kanojo to Kanojo no Neko. É uma história terna, narrada pelo protagonista Daru, o gato. A longevidade da história é inversamente proporcional à quantidade de informação que obtemos da mesma. É belíssima! Repleta de pequenos pormenores que nos enchem o coração. Sem dúvida um dos hidden gem de 2016 e das minhas animações preferidas de sempre.
Pedro Costa – Redator
[ Flip Flappers ]
Animação luminosa, colorida e carinhosa, designs de personagem super cute, e embora a Papika tenha uma personalidade difícil de “aturar” ao início, é bom vê-la “arrastar” a Cocona para as suas aventuras. Um sonho molhado de sakuga, do qual dificilmente se quer acordar.
[ Ajin ]
Rapidamente o CGI deixou de ser o problema, ao ser suplantado pela história, conceitos e cenas de ação. A certas alturas, Sato parece “John Wick se este tivesse uma ‘Stand’ de JoJo’s Bizarre Adventure”.
[ Mob Psycho 100 ]
“Mob? Mob? What do you want?
Mob? Mob? What do you want?
Mob? Mob? Who do you want?
Move! Move! Just like Mob!
If everyone is not special,
Maybe you can be what you want to be”.
Nuei Neko – Designer | Ilustradora
[ Boku dake ga Inai Machi (ERASED) ]
Um dia, após ser acusado de um homicídio que não cometeu, Satoru Fujinuma volta atrás no tempo 18 anos, revivendo o ano de 1988, na sua infância. Aí, o protagonista apercebe-se que foi nessa época que o verdadeiro homicida começou a fazer vítimas, e tenta desesperadamente salvar a vida das suas colegas de turma. Este anime é um excelente murder mystery que nos deixa em pulgas do início ao fim. Imensamente nostálgico para o público mais adulto, Erased trata temas como a violência doméstica e abandono infantil de um modo cru e sem rodeios, ocasionalmente compensando-nos com momentos de ternura e paz entre os personagens.
[ Koutetsujou no Kabaneri ]
Na época industrial do Japão, libertou-se um vírus que torna as pessoas em zombies (chamados de “Kabane”), obrigando-as a viver confinadas em muralhas e transportando populações inteiras em robustos comboios para as proteger. A série acompanha Ikoma e Mumei, dois espécimes Kabaneri que procuram uma solução para esta crise. Do mesmo estúdio de Attack on Titan, destaca-se o estilo retro de desenho e a animação fluida. Uma série muito emocionante, que promete momentos de luta e estratégia fenomenais, assim como muito drama, sangue e miúdas giras e pequeninas a serem deliciosamente OP.
[ Mahou Shoujo Ikusei Keikaku ]
Um popular jogo de telemóvel sobre Magical Girls tem a capacidade de, muito ocasionalmente, escolher uma pessoa para se tornar Magical Girl na vida real também, independentemente do sexo ou idade. No entanto, rapidamente os administradores chegam à conclusão que os níveis de magia locais não têm a capacidade para aguentar com tantas raparigas, surgindo com métodos cada vez mais cruéis para ir eliminando as menos merecedoras. As semelhanças com Mahou Shoujo Madoka Magica são óbvias, no entanto, este anime faz um trabalho surpreendentemente sólido em retratar todas as 16 personagens com individualidade e uma enorme diversidade para nos fazer sofrer quando elas são postas “fora de jogo” dos modos mais sangrentos e inesperados, poupando-se bastante de character shields, o que torna cada episódio numa panóplia de emoções.
Pedro Oliveira – Fotógrafo
[ Magi: Sinbad no Bouken ]
Esta é uma prequela de um dos meus animes favoritos: Magi: The Labyrinth of Magic (e Magi: The Kindgom of Magic). Para começar, eu sempre gostei da forma como o Aladin foi retratado em Magi mas, no decorrer da história, foram várias as personagens que me marcaram; e Sinbad foi sem dúvida uma dessas personagens. Durante Magi, Sinbad tem uma posição mais secundária, aparecendo mais para salvar o dia do que outras personagens principais com maior tempo de antena. No entanto, em Sinbad no Bouken, dá para ver a história do Rei da Sindria e de como ele começou a conquistar Dungeons. Desde ser o menino escolhido à sua capacidade de aprender e mestrar técnicas, muitas coisas acontecem nos 13 episódios do anime. A linha temporal é simples: X episódios para introduzir personagens, incluindo um “mau da fita” e alguns episódios para mostrar o verdadeiro poder de Sinbad. Adorei por estes motivos mas também porque mostrou um pouco do Yunan, até então nunca visto (senão me engano). Se tudo isto não bastasse, para um amante de raios azuis, relâmpagos, thunder spells, lightning, bolt, etc., aquele Bararaq Sai Ka é algo de extraordinário.
[ Ansatsu Kyoushitsu (TV) 2nd Season ]
Para Ansatsu Kyoushitsu (Assassination Classroom) não vou elaborar muito. Envolve slice of life, adolescentes na escola, poderes fictícios, contexto de espiões e assassinos, etc. Tudo isto dá-lhe 2 ou 3 pontos de bónus. Onde o Koro Sensei ganha mesmo, para mim, é no carácter, na vontade de ensinar, nos métodos de ensino, na vontade de fazer crianças aprenderem mais do que é trivial na escola. São os conselhos que quebram a 4ª dimensão e podem ser aplicados à nossa vida e com os quais me identifico que fazem deste anime, um dos meus favoritos de 2016 e o coloca num top de todos os tempos.
[ Boku no Hero Academia ]
Boku no Hero academia teve menos impacto. Embora tenha gostado bastante, não senti tanta empatia. Gosto do conceito dum mundo onde todos treinam para ser heróis e do conceito dum herói (o melhor de todos) passar a pasta a uma criança que não tem nenhum poder especial sem ser a enorme vontade de fazer o bem. Gosto especialmente dessa relação de mestre-aprendiz e da auto-reflexão do All Might no Midoriya. Como ainda faltam temporadas, não posso dizer onde vai parar em 2017 mas, por 2016, é um dos shonen mais bem conseguidos e com maior potencial (nem que seja na popularidade).
Tiago Garcia – Redator
Este passado ano de 2016 tem sido um bocado desigual para anime. Para além de não ter começado particularmente bem, excelentes destaques com um alto potencial de longevidade foram aparecendo consistentemente, consoante a progressão do ano acoplados com notáveis pontos baixos de anime moderno.
[ 91 Days ]
Um excelente drama de máfia à moda antiga. Em contraste com a natureza mais explosiva e hiperativa de anime mais visível, temos aqui um exemplo dignificado do Japão a pegar num género e história caracteristicamente ocidental, de forma a criar algo novo de alta qualidade e subtil.
[ Yuri!!! On Ice ]
Apesar de não ser necessariamente consistente de início ao fim, não deixa de demonstrar o apelo mais abrangente e flexível do médium. Personagens facilmente memoráveis com um carisma intoxicante e coreografias de patinagem inesquecíveis põem à frente esta série.
[ Mobile Suit Gundam: The Origin ]
Uma exploração das condições que geram a animosidade fatal entre povos. Escrita profunda e subtil, personagens com mais substância e complexidade que todas as outras séries do ano postas juntas e uma animação fluida e vibrante cimentam o estatuto inquestionável desta série como o melhor anime desde ano, quiçá desta década.
Cátia Coelho – Redatora
[ Kimi no Na wa ]
O filme do ano tinha de estar obviamente na lista. Não só por ser o filme do ano, mas porque para mim realmente foi algo que eu gostei de ver. Makoto Shinkai conseguiu fazer nesta obra algo que nunca conseguiu anteriormente (5 centimeters per second e Garden of Words): uma construção de enredo. Um enredo bem feito, com início, meio e fim. A história é bem simples e nada de muito elaborado mas é na sua simplicidade que se encontra a sua beleza. E depois pela animação… A animação é estonteante, tal como os outros filmes do mesmo director. Vale a pena ver nem que seja só por este ponto. Para quem gosta de drama, está aí um filme que já deviam ter visto.
[ Shouwa Genroku Rakugo Shinjuu ]
Este é um anime que não é para qualquer um! Por esse mesmo motivo Shouwa passou pelas penumbras da popularidade. O anime apresenta um enredo muito lento, sem ação, fantasia ou algo idêntico. É uma série que se recomenda a pessoas mais maduras e que gostem de uma boa história, sem grandes aparatos. O anime é como se fosse um velho amigo nosso, que nos conta a história da sua vida, porém todo o seu cerne tem foco no Rakugo, uma arte japonesa que está literalmente a “morrer” no país. Para quem gosta de algo mais calmo, construído no desenvolvimento de personagens, têm aí uma obra obrigatória.
[ Shuumatsu no Izetta ]
Pois bem, este foi um anime retirado do meu backup de séries de 2016. Primeiro porque não vi assim tantos animes no ano transacto para ter uma escolha variada e segundo porque não quero repetir as escolhas dos meus colegas (tipo Boku no Hero Academia e Yuri!!! On Ice). Então Shuumatsu é recomendado principalmente pela primeira parte do anime (algures até ao episódio 7), já que adorei o tema da Segunda Guerra Mundial conjugado com magia – não sei como foi possível estes dois unirem-se tão bem – e a banda sonora, que para mim é a melhor parte desta obra. Shuumatsu no Izetta deve ser visto por fãs de drama histórico com ecchi. Contem com um desenvolvimento constante, bons personagens (a princesa ainda é das melhores princesas que vi até ao momento!) e excelente ost – apesar de o final vos poder desiludir.
Daniela Amorim – Redatora
[ Keijo!!!! ]
Este ecchi que nos conta a história de um desporto onde mulheres se defrontam usando apenas o rabo e as mamas, parecia uma ideia mirabolante e com tudo para dar errado. Contudo desde a sua estreia Keijo fez um sucesso tremendo, principalmente em terras ocidentais. Apesar dos conceitos ridículos que são empregues na obra, o anime consegue-nos surpreender de episódio para episódio.
[ Re:Zero kara Hajimeru Isekai Seikatsu ]
É escusado falar de ReZero. Este anime sobre viagem no tempo, tornou-se um mega sucesso desde da sua estreia e já é um dos cem animes mais populares do MyAnimeList. Apesar de ter alguns problemas narrativos, não deixa de ser um dos melhores animes dos últimos anos. Para mim, hoje em dia, é difícil produzir uma obra tão completa como esta, a todos os níveis.
[ Kono Subarashii Sekai ni Shukufuku wo! ]
Adoro comédia nonsense e KonoSuba é praticamente uma obra de arte a esse nível. KonoSuba conta-nos a história de um otaku que morre e vai parar a um mundo medieval onde repolhos voadores são uma ameaça constante. Este anime conquistou-me desde o primeiro episódio e merece sem dúvida a minha recomendação.
João Simões – Redator | Chefe de Redação
[ Kizumonogatari I ]
2016 é o ano que marca o fim de uma dolorosa espera preenchida de rumores e falsas confirmações, que, conforme o calendário somava mais um dia, nos aumentava a expectativa e nos reduzia a probabilidade de apreciarmos inteiramente esta adaptação. Se valeu a pena? Valeu cada milésima de segundo de espera!! E isto resume-se a duas razões, que acabam por ser os fundamentos pelos quais o devem ver (já!): primeiro, o filme por si só é absolutamente brilhante em todos os aspetos (narrativos e técnicos); segundo, o filme é tão incrivelmente detalhado que podem terminar de ver e começar a rever logo de seguida, conseguindo extrair uma experiência igualmente saborosa e gratificante.
[ Hai to Gensou no Grimgar ]
Grimgar é daqueles títulos que eu tenho plena consciência que, olhando por um ângulo mais objetivo, não é bom o suficiente para se encontrar num TOP 3. Mas, como foi referido em cima, esta lista é construída pelos títulos que mais marcaram cada elemento da equipa ao longo do ano. E Grimgar marcou-me bastante. Não por ser profundo ou complexo, mas sim por ter coragem de ser diferente, especialmente dentro de um género tão saturado. Gostei da perspectiva realista; do peso dinâmico das ações/consequências; das personagens; da banda sonora, e, principalmente, da forma como todos estes elementos se relacionaram saudavelmente uns com os outros.
[ ReLIFE ]
Aprecio muito quando uma comédia consegue criar reflexão. ReLIFE faz isto muito bem através daquela ideia que já passou pela cabeça de toda gente: “Ahh, quem me dera voltar atrás no tempo mas a saber tudo o que sei hoje!”. Porém, convém reforçar que este anime não pisa a estrutura cliché do “vou reviver o meu passado e tentar eliminar todos os meus arrependimentos” – caso contrário não estaria aqui mencionado. A personagem principal tem 27 anos, volta a ter 17 (apenas fisicamente), e tem que viver o último ano de secundário com pessoas que nunca conheceu. Ou seja, o tema/mensagem não é sobre limar erros para impedir arrependimentos, mas sim sobre a forma como a nossa experiência de vida influencia o modo como vemos tudo o que nos rodeia.
E chegamos ao fim de mais uma lista de recomendações ptAnime. Convido-vos a partilhar connosco, e com os restantes leitores, os três animes de 2016 que foram mais importantes para vocês, e se quiserem justificar melhor ainda!
Por fim, manifestem se preferem o formato de 2015 ou formato de 2016.
[yop_poll id=”4″]