Finalmente… ele chegou, e quando ele chega é sempre a arrasar! Aposto que todos os fãs de Trigun ansiavam este momento tanto quanto eu ^^
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Trigun Stampede Episódio 4 – Opinião
Pai nosso dai-nos paciência
O Wolfhood chegou mesmo num momento crítico da história, não chegou? Passados 3 dias da tragédia que foi o terceiro episódio, Vash recusa-se a comer devido ao seu sentimento de culpa. E eu não sei porquê, mas existe algo de profundamente triste nesta reação dele, especialmente quando a culpa foi, na verdade, de Knives. Mas os fãs de Trigun sabem que Vash é o especialista da “auto punição” não justificada, né?
Por isso, damos graças ao Nicholas D. Wolfhood, por ter animado a malta colocando-se mesmo à frente do jipe da Meryl e do Roberto. Foi deveras um atropelamento limpinho com uma pancada bem seca. E, apesar do gang ter entrado em pânico, levando o nosso padre num frenesim para uma estação de serviço, rapidamente entendemos que este homem é um osso duro de roer. Aliás, recuperou tão depressa que, momentos depois, já estava a dizer o pai nosso (mal dito) e a exigir um balúrdio pelos serviços funerários mal feitos que nem sequer foram requisitados.
Pessoalmente, gostei muito desta introdução do Nicholas. Foi muito engraçada e fiel à original… porque em todas as versões da história este homem está sempre perdido no deserto. Para além disso, entendemos que este padre não é lá muito “católico” aliás, é mais um cangalheiro. No entanto, ele mostra ter um lado mais sensível, ao dar um chupa-chupa para alegrar a criança cujos supostos “pais” estavam a ser enterrados, dizendo-lhe que “independentemente da cruz que carregas, mereces sorrir e comer”.
O reino da bicharada
Algo que achei interessante neste episódio foi o foco nos vermes. Pelos vistos, neste planeta, eles são uma das principais fontes de nutrição, o que faz sentido, tendo em conta que a malta não tem muita coisa para comer no deserto. Estes vermes, como aqueles que o Tonis deu ao Vash são uma verdadeira praga. E quem diria que iríamos ter um encontro tão agradável com um deles! Lembram-se da criatura gigante no primeiro episódio? Pois bem, foi um desses vermes gigantes, o boss lá do sítio, que comeu as nossas personagens e até a própria área de serviço.
Toda a sequência que se passa dentro do estômago do animal parece vinda de um filme de suspence. A criança suspeita baza e desaparece de vista, Wolfhood tem a excelente (péssima) ideia de se separem para a procurar, e a primeira vítima é a Meryl, que desaparece sem deixar rasto. Mas sinceramente a malta não me pareceu muito preocupada com ela, porque o Wolfhood decidiu fazer uma exposição das suas motivações éticas, tipo Ted Talk.
Ted Talk do Utilitarismo
Começar uma Ted Talk de como o autossacrifício do Vash é “estúpido”, arrancando a cabeça de um verme com os dentes não é uma introdução lá muito boa, oh Nicholas. Mas eu acho que ele passou bem a ideia essencial: os valores deles são, na prática, opostos aos do Vash. Ele considera que a vida de cada pessoa é importante, e ela deve ser colocada acima de tudo. Se ele tiver que pisar os outros para sobreviver, então é isso que deve ser feito.
Diga-se de passagem que esta ideologia não abona muito a seu favor, já que deixa a impressão que ele é uma pessoa mais fria e de pouca confiança. Contudo, Vash parece ver algo mais nele, sugerindo que Nicholas não é quem sugere ser, e pelo desconforto que ele mostra, suspeito que o Vash tem razão. Para todos os efeitos, a Ted Talk to Wolfhood não serviu de nada para demover Vash do seu espírito de autossacrifício. Aliás, é à conta desse mesmo espírito que eles vão parar (novamente) ao estômago do bicharoco para ir buscar os jornalistas.
Show offs duvidosos
Nicholas D. Wolfhood é uma das personagens mais amadas de Trigun. E é nestes momentos que eu acho que dá para entender o porquê. Porquê? Porque este homem tem uma das armas mais cool que eu já vi na vida. O meu boy Nick tem literalmente uma metralhadora luminosa em forma de cruz, que dispara lasers fortes o suficiente para cortar vermes gigantes ao meio… porque é exatamente isso que ele faz.
Mais uma vez, os meios parabéns ao estúdio Orange por esta sequência de animação. Os movimentos são tão badass e são fluidos. É deveras uma maneira espantosa de nos revelar que Nicholas D. Wolfhood, o suposto homem de fé, crê pouco nas soluções pacíficas e é capaz de matar com bastante facilidade.
Outro marmanjo que é capaz de matar com facilidade é a tal criança suspeita, que se revelou ser Zazzie, the beast, a mastermind capaz de controlar estes vermes mortíferos. Apesar de ser bastante óbvio que ele teve comportamentos suspeitos durante o episódio, gostei do revelar da sua identidade. Para além de parecer uma personagem mais enriquecedora da narrativa, este novo design do Zazzie é mil vezes melhor que o design do anime de 1998, na minha opinião. Por isso, estou curiosa para saber o que ele irá fazer a seguir, depois de ter escapado.
Mereces sorrir Vash!
O final do episódio foi um tanto… aconchegante. Mas, depois de tanto sofrimento, acho que as personagens (e nós) estávamos a precisar de nos sentarmos à fogueira a comer uma pela perna de verme gigante… ok se calhar não. Contudo, Vash finalmente toma a iniciativa de comer, algo que me deixou muito feliz. Mesmo que Wolfhood tenha ideais opostos às de Vash, as palavras que ele proferiu influenciaram positivamente Vash. E essa é uma das magias da dinâmica Wolfhood x Vash. Eles têm todos os motivos para discutirem, mas somehow… eles apertam as mãos e tornam-se colegas de aventuras… ou será que não?
Depois de ter visto Zazzie a falar com Wolfhood é óbvio que a coisa não é tão bonita quanto parece. Contradizendo o que Vash afirmou, Zazzie diz que Wolfhood é um traidor e um assassino implacável. Mas qual será a verdadeira persona dele? A que Vash vê ou a que Zazzie vê? Mal posso esperar para ver como irão evoluir as aventuras do gang, agora com um novo membro tão ambíguo e misterioso quanto o próprio Vash!
E vocês? O que acharam de Trigun Stampede Episódio 4? Comentem abaixo a vossa opinião!
Até para a semana!