Depois do Vash ter batido com a cabeça no chão, fomos transportados para as origens da nossa plantinha favorita e ficámos a saber coisas muito interessantes…
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Trigun Stampede Episódio 8 – Opinião
Bens que duram pouco
Os episódios flashback de Trigun batem sempre forte, e este não foi exceção. Finalmente podémos ver mais de Rem, a figura maternal que criou estes dois gémeos tão especiais: Knives e Vash. Gostei muito da forma como eles mostraram a interação da família feliz, especialmente quando Knives fez uma piada e Vash juntou-se a ele na brincadeira. Pelos vistos, noutra vida, o Knives até parecia ser alguém decente.
Para além disso, nestes momentos felizes, é-nos fornecida uma informação importante de forma muito subtil: Knives não precisa de comer, ao contrário de Vash. Isto pode implicar que os poderes Plant de Knives são mais fortes do que os de Vash. Mas também parece sugerir que Vash, ao contrário de Knives, é mais humano, pois tem as mesmas necessidades fisiológicas que nós temos.
Infelizmente, num espaço de um minuto, todos estes bons momentos transformaram-se em cinzas e Vash foge a sete pés do irmão psicopata com síndrome de gargalhada maléfica. Toda esta sequência é agonizante, especialmente por Vash já estar pronto para desistir da vida depois de perder Rem, a figura mais importante na sua vida. Este é um peso que Vash irá carregar para a eternidade… e ele sabe que esse sofrimento será eterno.
Aulas de Biologia
Para desgraça do Vash, ele é salvo pela tripulação da nave 3, que milagrosamente conseguiu escapar ao massacre do Knives. As figuras principais da tripulação, Luida e Brad, duas personagens do manga muito queridas para mim, têm aqui o papel de interrogar Vash e dar-nos um exposição um pouco bizarra das peculiaridades de Vash que o tornam diferente das outras Plants.
Vash é uma Plant independente já que ele não precisa de estar dentro de uma redoma de vidro para viver. Para além disso, ele é resultado de uma reprodução atípica entre Plants mas, sinceramente, dispenso mais pormenores. E, para terminar a aula, tenho que apontar um pormenor que achei muito interessante: os olhos do Vash respondem à luz, tal como as nossas plantinhas respondem ao sol. Assim, faz sentido que em Stampede, Vash tenha sempre os óculos na cara (afinal não é só para o estilo). Caso ele se esqueça dos óculos de sol em casa, este homem pode arriscar revelar a sua identidade vegetal. Afinal, ele é mesmo uma florzinha de estufa.
Mistérios a bordo
Enquanto Luida e Brad tentam descobrir o que causou o “Big Crash” de todas as naves do projeto Seeds, Vash cultiva o mau hábito de se matar à fome como forma de autopunição, tal como já tínhamos visto no episódio 4. O facto da tripulação o querer matar por ele ser uma Plant que não produz nada e, por isso, sem utilidade para eles, também não ajuda em nada a autoestima do Vash, que já está nas ruas da amargura há muito tempo.
No entanto, existe aqui uma viragem importante: Vash encontra um propósito. Com a confiança que Luida decide depositar nele, Vash encontra a sua vocação em ajudar outras Plants, garantindo a própria sobrevivência das tripulações. E eu nunca vou parar de dizer o quão bonitas são estas múltiplas sequências, em que vemos Vash a interagir com as Plants de forma mágica. Acompanhando o seu crescimento, há medida que ele cura mais Plants e o seu cabelo escurece progressivamente, parece-me lógico que os poderes do Vash sejam mais focados no benefício dos outros, já que é dando-se aos outros que Vash pretende redimir os seus “pecados”.
Home Sweet Home?
Depois de mostrar a sua enorme utilidade, Vash ganha o direito de ter um quarto e até um casaco vermelho, o icónico casaco da mesma cor da flor favorita da Rem: o gerânio. Se há alguma coisa que eu amo em Trigun é o facto de tudo ter uma razão de ser, já que o gerânio simboliza o amor e a determinação, ambos dois valores fundamentais que Vash cultiva.
Luida passa a ser a figura maternal de Vash e é sempre giro ver o Brad tsundere a fingir que não adora o Vash do fundo do coração. Contudo, isto é Trigun, e quando o Vash fica feliz a coisa começa logo a cheirar-me a esturro. A felicidade não dura muito nesta história, e Vash foge após Luida e Brad descobrirem que Vash lhes mentiu acerca da morte de Knives: ele ainda está vivo (infelizmente).
Após esta fuga, Vash exibe o seu vício em redimir-se constantemente no seu pleno esplendor. Eu acredito que ele se sente culpado, não só por não ter ficado de olho no Knives, mas também pelo simples facto dele ser o irmão de um assassino que quase matou a raça humana inteira. Ele sente que é responsabilidade sua corrigir e emendar os erros do irmão, salvando tantas pessoas quanto o Knives matou.
O reencontro fatal
Vash tem, de facto, uma espécie de complexo de herói. Apesar de ele ajudar quer Plants, quer humanos, ele não encontra valor em si mesmo. Ele apenas encontra valor no ato de se sacrificar. De certo modo, Vash é caracterizado por esta irónica falta de amor próprio, quando ele mesmo espalha os ideais de amor e paz. Nunca deixa de ser triste, constatar que Vash realmente sofre a viver e que, mesmo continuando a enfrentar os seus problemas, ele parece querer livrar-se dessa dor que parece estar necessariamente ligada à sua vida.
Agora que Vash se encontra frente a frente com Knives, pela primeira vez depois do dia traumático da queda espacial, estou ansiosa para ver o que vai sair daqui. Também me pergunto como iremos navegar o resto do passado e voltar ao presente da narrativa no próximo episódio… estou intrigada! E vocês?
E vocês? O que acharam de Trigun Stampede Episódio 8? Comentem abaixo a vossa opinião!
Até para a semana!
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