A cada nova temporada de animes costumam aparecer sempre séries mais orientadas para os estilos ecchi e harem que, com vista a terem uma história minimamente bem estruturada e com nexo, incluem uma boa dose de ação e comédia.
A dúvida passa por saber quais as produções do género que conseguem fazer este trabalho bem feito. Hoje o “julgamento” recai sobre “Trinity Seven”, projeto da responsabilidade da Seven Arcs, que é adaptada da manga de Kenji Saitou (história) e Akinari Nao (arte). Vamos então conhecer o seu real valor.
Trinity Seven | Sinopse
Tudo começa com o “Breakdown Phenomenon“, incidente que causou a destruição do mundo e levou a prima de Arata Kasuga, Hijiri Kasuga, para outra dimensão. Decidido a trazer a rapariga de volta, e em resultado de alguns acontecimentos que inclusive explicam o Sol Preto que agora paira no céu, o protagonista Arata alista-se na Royal Biblia Academy, um local repleto de raparigas mágicas com particular destaque para um grupo de nome: “Trinity Seven“. Com tanta beleza feminina à sua volta, será o rapaz capaz de dar seguimento às intenções que o levaram àquele estabelecimento de ensino mágico?
Trinity Seven | As Personagens
Para uma trama de apenas 12/13 episódios, esta é realmente uma produção que consegue explorar bem uma das partes mais importantes do enredo: as personagens! Sem dúvida que elas são um dos pontos mais fortes da série, com particular destaque para os atores principais: Arata Kasuga e as Trinity Seven (sete!).
Tudo gira em torno de Arata, o único rapaz do anime que adquire poderes mágicos e que os vai desenvolvendo com o desenrolar dos acontecimentos graças à ajuda das Trinity, grupo com o qual cria empatia rapidamente, por intermédio da perversidade. É verdade, se há coisa que distingue este rapaz é a sua sinceridade e frontalidade perversa, a par de alguma determinação em resolver os problemas.
Visto que em causa está uma série ecchi–harem, a outra parte interessante do elenco tinha de ser um grupo de personagens do sexo oposto ao grande protagonista.
Todas elas ficam despidas com grande facilidade, em parte por culpa dos poderes de Arata mas, para além disso, a sua construção foi também orientada para o combate. Cada uma das Trinity Seven detém técnicas mágicas de combate bem diferentes umas das outras. Nota-se que não foi algo construído à pressa e com desinteresse, como as batalhas em que se envolvem nos deixam perceber. Veja-se Levi Kazama que é uma ninja de topo, enquanto Lilith já é mais de recurso às armas e Akio Fudou que é pura força bruta. Estes são apenas alguns exemplos para se perceber a grande diversidade que há dentro das Trinity Seven. O mesmo se pode dizer dos seus traços psicológicos. Para isso basta observar a reação de cada uma à perversidade transparente de Arata. Umas adoram, outras aceitam e outras reagem com pancada. Enfim, para o bem da adaptação, mais completo este elenco não podia estar.
Trinity Seven | Enredo
Depois de conhecidas as caraterísticas das personagens presentes em “Trinity Seven”, torna-se bem mais fácil falar do enredo. Mais concretamente, a forma como os acontecimentos ganham coerência e interesse com o passar dos capítulos.
Voltando às primeiras impressões, na altura manifestei o meu desagrado com algumas peripécias ridículas como a cena em Arata se vê aprisionado num quarto com três das protagonistas e o caos despoleta porque Lilith começa a ter urgência em urinar, problema esse que se mostra contagioso e rapidamente chega às outras duas estudantes. Sem comentários!
Posteriormente tudo começou a fazer mais sentido, a ficar mais interessante e só mesmo algumas cenas de puro fan service se tornaram demasiado forçadas. Senão veja-se no episódio 5 quando Arata (quem mais podia ser?) aterra em cima de Mira Yamana, já com a mão na mama por dentro da camisola depois de levar um soco. Ainda dentro do mesmo assunto, é de referir a facilidade com que as personagens do sexo feminino ficam despidas na maioria das cenas. Nenhuma surpresa aqui tendo em conta os géneros de “Trinity Seven”.
Em termos de desenvolvimentos históricos aos quais estão associados os combates dos protagonistas, este anime consegue tanto ser imprevisível como previsível. No geral, tanto as habilidades de cada personagem – que volto a elogiar por serem originais – como o rumo inesperado que algumas batalhas tomam são aspetos de valor. Na parte negativa (SPOILER!!) ficam as exceções, ou seja, a previsibilidade de alguns desfechos importantes. O caso mais óbvio surge no episódio 6 quando é fácil perceber que antes do beijo entre Arata e Liese o rapaz colocara na sua boca o encantamente Mantra.
Por fim, uma referência a Mirai Nikki, que é precisamente a obra que o “Breakdown Phenomenon” traz à mente do espetador. Pelo menos assim aconteceu comigo quando se começou a falar na existência de vários mundos. A própria Hijiri, não sendo uma stalker assassina, traz semelhanças tendo em conta a posição que toma em relação a Arata.
Trinity Seven | Ambiente
Ainda na época das primeiras impressões a Trinity Seven, referi que era muito cedo para se poder dizer algo em concreto sobre a banda sonora que passava despercebida. Pois bem, passaram-se os doze eisódios e a verdade é que ela nunca conseguiu dizer “Presente!”. Não se dá por ela, quer isso implique boas ou más razões.
Sobre o opening volto a reforçar a sua qualidade em termos de vídeo e de música. Já os endings, que acabam por ser quatro, vão baixando de nível um após o outro, embora sempre dentro do estilo dos exibidos neste género de animes. O primeiro é mesmo o melhor e, ainda assim, não é nada de especial.
Volto a reforçar: O desenho está muito bem conseguido, algo fundamental para uma série cujos momentos de maior interesse obrigam a que a sensualidade dos corpos femininos esteja no seu máximo potencial. Diria mesmo que a exibição ecchi de Trinity Seven é feita com mais classe e caráter do que em algumas produções, por não se preocupar em aumentar desmesuradamente os corpos esculturais das raparigas. O exagero também tem os seus limites.
No que toca aos processos de animação, particularmente nas fases de combate, estão bem reproduzidos, nomeadamente no que diz respeito à fluídez dos movimentos e ao nível de detalhe dos golpes e ataques efetuados pelos intervenientes nas cenas.
Trinity Seven | Juízo Final
Em suma, para quem gosta deste estilo de séries com grandes quantidades de fan service e se enquadra em habilidades mágicas, então esta é uma série bem interessante de se ver. Em contrapartida, quem não anda à procura de harem e ecchi que poupe o seu tempo. Pessoalmente não voltarei a ver obra por querer focar-me noutros estilos, mas reconheço o seu valor.
Mesmo com personagens bem construídas e para as quais se arranjou tempo de transmissão, quer me parecer que os conteúdos ecchi são, mesmo assim, exagerados e, em alguns casos, bastante forçados. Por seu lado os combates são bem desenvolvidos e justificam todo o empenho que os responsáveis pela animação colocaram na obra.
Para um anime tão curto está aqui um excelente projeto direcionado para um público em particular. Segue-se o trailer para os interessados.
Análises
Trinity Seven
Uma série que se destaca pelas personagens bem construídas que apresenta e pela qualidade do desenho. Para os adeptos deste tipo de produções será provavelmente uma das melhores dos últimos tempos.
Os Pros
- Personagens
- Produção Visual
- Enredo
Os Contras
- Banda sonora