Podemos todos concordar que a pior parte de anime romântica é tudo o que fica entre o romance, certo? As distrações com personagens secundárias, as aventuras que não têm nada a ver com nada (digamos, episódios em que vão à praia), tempo desperdiçado em “Será que vão, será que não vão” e romances potenciais que obviamente nunca vão resultar porque dá para perceber logo de início quem é que vai ficar com o protagonista, mas temos que vender figuras aos Otakus desesperados por isso vamos dar tempo de antena a essas raparigas.
*Insiram piada sobre literalmente qualquer anime romântica aqui*
Raça destes garotos a apaixonarem-se…
Então, fica a pergunta: E se cortássemos as partes inúteis? Assim temos Tsurezure Children.
Não vale a pena falar da história de Tsurezure Children porque não há história. A série existe com um propósito: Romance. É sobre uma data de miúdos de liceu (porque são sempre miúdos de liceu) a apaixonarem-se e (eu sei que esta parte vai ser um choque por isso, preparem-se) A NAMORAREM!
Tsurezure Children – Análise
Sim eu também fiquei chocado quando descobri que as pessoas em anime podem, de facto, namorar. E oiço alguns a perguntar :“Mas como é que uma série tem drama, se corta tudo o que está entre os momentos românticos?”. A minha resposta seria: varia consoante o romance.
Nalguns casos, temos romances que ainda estão na fase das pessoas se conhecerem, noutros vemos o início de namoros. Temos alguns dos únicos casos em anime de relações avançadas que envolvem certas e determinadas conversas sobre certos e determinados assuntos. A relação entre o Chiaki e a Kana quase coloca todos os outros romances em anime num canto, só por causa de uma cena.
Cada episódio da série dura 12 minutos, garantindo que os momentos nunca têm que ser “esticados” e que as personagens não têm que ser comprometidas pela necessidade de preencher 22 minutos. Um episódio começa, faz o que tem a fazer e sai, sem gordura no meio.
Agora, porque me apetece, os melhores casais (em ordem de melhor para menos melhor):
O Akagi e a Ryōko: Aqui só precisava de pôr #RelationshipGoals e estava feito, mas mais vale pronunciar-me um bocadinho mais. Este é o melhor casal porque: 1. Estão a namorar e 2. Têm, na minha opinião, a relação ideal. Não sei bem porquê mas tenho uma coisa por relações com uma pessoa que se envergonha facilmente e outra que a chateia dizendo-lhe coisas amorosas. Sou um romântico, que posso eu fazer?
O Takeru e a Kamine: PESSOAS TÍMIDAS APAIXONADAS É A COISA MAIS ADORÁVEL DO MUNDO.
O Chiaki e a Kana: O momento do “não sexo” torna-os distintos entre os casais mas, infelizmente, não têm mais momentos assim. A cena da relação deles envolve estarem naquele estado de “awkwardness” perpétua, em que todos os adolescentes estão, mas nunca mais batem em momentos reais de relações adolescentes. O resto é só com beijos e assim.
O Takurō e a Chizuru: Se alguma vez começarem a namorar, vão ficar em segundo lugar na minha lista. Mas se vou ser perpetuamente arrastado num romance “será que sim, será que não”, vêm para o fundo. Eu gosto da ideia de “rapaz normal com rapariga sem emoções” mas quero ver isso posto em prática numa relação. Tenham dó.
A animação é exatamente aquilo que precisa de ser. É expressiva e simples mas acerta em coisas como movimento corporal e, digamos, um lábio a tremer antes de um beijo. São coisas pequenas mas eu acho que demonstram o esforço por detrás do projeto, que os animadores se deram ao trabalho de prestar atenção a certos detalhes.
A minha maior queixa já vem da manga, que é a questão dos designs que a partir de certa altura começam a misturar-se uns com os outros. Pelo menos aqui temos cores para ajudar a distinguir toda a gente enquanto que na manga tenho que saber a diferença entre “rapaz com cabelo escuro” e “rapaz com cabelo escuro com um penteado ligeiramente diferente”.
A Banda Sonora provavelmente existiu mas, tirando o tema associado ao Katori, nada saltou à vista. A atuação foi boa de todos os envolvidos e a Kana Hanazawa parece determinada a aparecer em todos os animes de sempre.
Tsurezure Children – Análise | Vale a Pena ver?
Tsurezure Children pode ser visto equiparada a uma dose de heroína. É uma injeção rápida mas que oferece um tipo de pedrada muito específica. No caso de Tsurezure Children, essa pedrada é uma emoção chamada romance. É simples mas muito efetivo no seu propósito de “romance”. Uma coisinha para passar um bom bocado e depois avançar para outras coisas mais substanciais.
E não há mal nenhum nisso. Todos nós precisamos de um descanso entre séries super “importantes” com montes de coisas a acontecer em cada episódio. Tsurezure Children é fofo, romântico e rápido. Tal como uma dose de heroína mas sem a parte em que ficamos viciados para a vida.
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Tsurezure Children
Uma bela compilação de retratados de vários tipos de relações românticas.
Os Pros
- Histórias
- Personagens
Os Contras
- Banda Sonora
- Designs de algumas personagens