Título: Yakusoku no Neverland (ou The Promised Neverland)
Episódio: 1
Temporada de Estreia: Janeiro 2019
Estúdio: CloverWorks
Fonte: Manga
Género: Sci-Fi, Mistério, Horror, Shonen
Yakusoku no Neverland, um dos animes da Temporada de Inverno de 2019 que a par de Dororo está na corrida para se transformar num dos melhores desta season!
Mas será que vai conseguir atingir esta meta? Acompanhem-me nesta viagem semanal pelo mundo de The Promised Neverland e vamos descobrir isto juntos!
– ESTA ANÁLISE CONTÉM SPOILERS –
Yakusoku no Neverland – Episódio 1 Opinião
Considerações Iniciais
O anime da CloverWorks era o que eu mais aguardava nesta temporada, após ter iniciado a leitura do mangá. Aliás, eu terminei de ler o mangá quando soube que ia existir adaptação anime do mesmo!
Com sorte não cheguei a ler muitos capítulos, então espero que muita da minha experiência com o anime não fique prejudicada por este fator.
Introdução feita, vamos ao que verdadeiramente vos trouxe aqui: o fantástico primeiro episódio de Yakusoku no Neverland!
A revelação
A história simplesmente resume-se em 3 crianças de 11 anos que vivem num orfanato fechado, do qual ninguém entra nem ninguém sai a não ser quando a Mãe o diz. Todas as crianças que ali habitam crescem felizes e saudáveis mas sem qualquer referência do mundo exterior…
Tudo muito feliz e contente até que a reviravolta que todos aguardavam (e especulavam) acontece!
Era o plot twist que vocês imaginavam? Eu vi isto pela primeira vez no mangá e fiquei literalmente de boca aberta com a cena, mas a execução no anime foi perfeita ao ponto de me fazer sentir medo e arrepios pelo que iria acontecer: e eu já sabia!
A coloração no anime dá-nos uma perspetiva bastante superior ao que se encontra no mangá em que a Conny parece uma boneca com uma rosa no peito.
Com tal choque visual e emocional ficamos a saber o verdadeiro mistério do mundo para lá do portão: todas as crianças naquele orfanato são COMIDA! Tal e qual como se de uma fazenda se tratasse, todos ali, à excepção da Mãe, são marcados (os números no pescoço), alimentados e estimulados (ainda que intelectualmente) para que a melhor produção possa ser vendida ao melhor preço.
A Mãe nada mais é do que um criador de gado que adora os seus animais mas que, no final, os mata para comer ou os vende para lucrar. Yakusoko no Neverland pretende, com toda a clareza, criar um paralelismo com o modo como nos relacionamos com os animais (não domésticos): podemos adorá-los e criá-los com todo o amor e carinho, mas a seu tempo cada um deles tem um caminho no mundo: o nosso prato.
Aqui, os humanos passam de comer para serem comidos! Estamos no futuro e, supostamente, no ano de 2045. Não sabemos nada do mundo exterior, nem os personagens sabem, obtendo (pelo que se vê) informação através dos livros ou do que estudam. O desconhecido apenas nos deixa imaginar um possível apocalipse ou “fim do mundo” no qual o Homem deixou de estar no topo da cadeia alimentar e a posição é agora ocupada por “monstros”/seres fantasiosos que se alimentam também de carne humana.
Podemos, desde já, também presumir que existem humanos de primeira e de segunda categoria, pois a Mãe é humana e não foi criada e vendida como comida. Isto significa que a carne dela não era “suficiente” para ser vendida? Ou que ela é rica e por isso pôde fugir a este destino e em vez de ser comida, criar para comer? Ou será porque ela é inteligente ao ponto de ter conseguido este modo de vida?
Como é o mundo em que certos humanos se prezam ao trabalho de criarem outros seres da sua espécie para serem comidos? As dúvidas são muitas!
Se isto fosse o recente filme “Às cegas“, a Mãe seria o louco e as crianças as pessoas com a venda. O anime consegue brilhar por explorar um dos vários medos do Homem: deixar de estar no poder para ser submisso a outra espécie.
Yakusoku no Neverland – Episódio 1 Opinião | Personagens e Parte Técnica
Logo à cabeça fiquei extremamente agradada por este shonen girar em torno de 1 rapariga que não é sexualizada nem é amiga, namorada ou parente de nenhum personagem masculino (mais importante) mas sim apenas é e existe sem estes elementos associados. A Emma podia ter o sexo que fosse que era facilmente identificável como tal e isso é louvável, ainda para mais num anime shonen.
Os personagens principais também são bastante interessantes, embora a personalidade da Emma e do Ray me tenham lembrado um pouco do Naruto e do Sasuke: o ingénuo de quem toda a gente gosta e o… bem, o emo.
O Norman não entra na conhecida equipa 7 (pois não o vejo como Sakura, nem acho que queira beliscar o Ray), mas vê-se que a par do nosso emo será um dos principais cérebros da “operação” e aquele que irá permitir com que toda uma história interessante se desenvolva.
A par do meu querido Made in Abyss, Emma, Ray e Norman preenchem todos os espaços em falta nas incapacidades de cada um. A Emma com a aptidão física, o Ray com a sua criatividade e perspicácia e o Norman com a inteligência. Os três juntos são o Yakusoko no Neverland, daí iremos, com 99% de certeza, ter a presença deles quase até ao final do anime – porque eu estou a contar que um deles seja comido/morto.
A Mãe também está espetacularmente bem conseguida! As expressões e a voz são tudo aquilo que eu estava à espera quando li o mangá e imaginei na minha cabeça. Aliás, todas as expressões dos personagens tiram o chapéu à obra original.
Face ao opening e ending, devo dizer que gostei do opening como música isolada e não como canção introdutória a este anime. Acho que mais depressa associaria a Boku no Hero Academia que a The Promised Neverland, mas penso que com o tempo posso mudar de opinião. O ending é uma boa música mas confirmo que não me ficou na cabeça, nem sequer me lembro do ritmo dela.
Quanto à animação, não existe muito a apontar. Fez-me um pouco de impressão as pessoas terem a boca tão perto do nariz, mas a arte original é assim, então só posso afirmar que o anime fez jus ao mangá.
Para além das expressões e do enredo, a coloração é um dos elementos que ajudam a criar a atmosfera do anime. No início em que se mostra a vida feliz das crianças no “orfanato”, as cores são muito vividas e garridas, mostrando e simbolizando a vida. À medida que a história se desenvolve as cores vão também escurecendo, chegando ao pico do preto, cinzento e castanho, simbolizando a morte.
O episódio terminou com uma réstia de esperança e já percebemos que a Emma e o Norman alguma coisa farão para mudar o rumo daquela pacífica fábrica de criação de humanos. Resta-nos saber o que poderão duas crianças fazer contra a poderosíssima Mãe!
Juízo Final
Primeiro episódio de “Neverland” e já tanto tenho para escrever. A verdade é que este episódio foi, no seu todo, um pouco bipolar a nível das emoções transmitidas ao espetador. A CloverWorks teve a excelente ideia de querer provocar uns quantos ataques cardíacos aos mais sensíveis, com as mudanças repentinas de cenas e do enredo ao longo dos seus 22 minutos.
Na parte final do episódio eu estava com o coração aos saltos apesar de já saber o que ia acontecer! E logo eu que normalmente não me “impressiono” com nada. CloverWorks, good job! Pelo menos por agora (por favor, sê o meu Made in Abyss desta Temporada que eu já tenho saudades).
No entanto, não posso deixar de mencionar a rapidez com que tudo foi desenvolvido. Com a pressa de querer mostrar o verdadeiro twist da obra no final do episódio, a todo o custo. Um maior enquadramento da vida feliz dos “órfãos” naquela casa e da dinâmica com a Mãe, iria existir um impacto ainda maior do que aquele que teve.
Eu sei que este primeiro episódio adapta na perfeição o primeiro capítulo do manga, mas a velocidade de leitura do mangá é muito diferente do anime. No entanto, acredito que se tivesse visto este episódio sem referências anteriores, o mesmo teria conseguido 5 estrelas!
O que vocês acharam deste primeiro episódio, superou as vossas expetativas? E quanto às teorias que eu apresentei, quais vocês consideram possíveis?
Pensamentos finais:
- Quem mais também achou no início que a Emma era um rapaz? Aliás, que ela parecia muito o Meliodas de Nanatsu no Taizai?
- Alguém acha que este é o próximo Shokugeki no Souma? Estou a brincar ahahah
- A voice actress da Emma tem de colocar o grito deste episódio no seu currículo… É contratada na hora!
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