Malditos ninjas cortadores de cebolas…
A boa notícia? É que já temos confirmada a segunda temporada para 2020! É já para o ano que vem! Mas eu vou esperar até lá sem ler o mangá? Claro que NÃO.
Quem aqui vai conseguir aguentar em ver apenas o anime?
Vê aqui todas as opiniões semanais de Yakusoku no Neverland
Um Raio de Luz | Yakusoku no Neverland – Episódio 12 Opinião
E aqui estamos, último episódio de The Promised Neverland (por enquanto), um excelente ponto final que culminou, como muita gente já expectava, na fuga das crianças da casa. Apesar de ter lido alguns comentários que afirmavam esperar um plot twist – tal como aconteceu nos outros episódios – a verdade é que este não precisava de encerrar dessa forma (e ainda bem que não o fez!), cumprindo brilhantemente o seu papel!
Tenho alguns tópicos que gostaria de analisar melhor com vocês, uma última vez (snif snif).
Uma Vilã Apaixonante
Algo que eu não esperava, era sentir uma empatia enorme pela Isabella. Terei sido apenas eu? Consegui odiá-la e sentir muita pena depois de conhecer melhor a sua história. Já há bastante tempo que se esperava saber como a Mãe havia chegado naquela posição e realmente foi de partir o coração.
Aliás, é uma crueldade sem tamanho terem colocado esta maravilha como música de fundo nestas cenas!!!
https://www.youtube.com/watch?v=8SygiHKuW0w&feature=youtu.be
Eu vi duas vezes o episódio antes de escrever este artigo e nas duas vezes quase que me chorava toda só com a OST. Que peça mais linda! Já a tentei ouvir de novo depois disso e dá-me um aperto no coração que nem sei explicar. Podem ouvi-la acima e chorar junto comigo também.
Toda a história à volta da música também é super querida e triste ao mesmo tempo. Foi tão ternurento perceber que a Mãe perpetuou a memória do Leslie através da sua música. Considero até que ela apenas conseguiu manter a sua sanidade mental por causa dela, uma vez que a ligava à felicidade que sentia quando estava com o Leslie e na casa. Digamos que foi um mecanismo de defesa que ela utilizou durante o resto da jornada e que acabou por passar para o seu filho, o Ray, continuando a memória do Leslie viva.
Deu também para entender que a Mãe é uma personagem covarde, no verdadeiro sentido da palavra. Apesar de ela dizer que fez o que fez simplesmente para poder sobreviver, a verdade é que ela não teve a coragem suficiente para ir contra o sistema, tal como a Emma o está a fazer.
A verdade também é que não nos podemos esquecer que a Isabella estava sozinha e não acompanhada como a nossa protagonista. Ela tinha perdido tudo aquilo que a poderia apoiar numa suposta fuga e depois de saber que o Leslie havia sido mandado para uma colheita, nada mais conseguiu fazer que resignar-se e fazer parte daquele mundo.
Viu-se mais ainda esta sua personalidade assim que ela descobriu que o Ray era filho dela, quando ele ainda era pequeno e tinha uns quatro ou cinco anos.
Mesmo sabendo desse pormenor ela não desistiu de o mandar para a morte, apesar de o ter deixado sobreviver durante 11 anos. O Ray podia ser filho dela, mas ela não iria nunca contra os seus chefes.
O final em que ela esconde as cordas que mostram o caminho para onde eles figuram, foi quando a Mãe chegou ao limite e simplesmente desistiu de tentar controlar tudo.
Teve uma cena que eu pensei que ela iria suicidar-se, mas felizmente ela, pela primeira vez, pensou primeiro nas crianças que tinha deixado para trás. Não esquecendo que mesmo se ela quisesse fugir tal não seria possível, pois ela não podia colocar um pé fora das quintas sem morrer.
Vai ser interessante ver um novo “confronto” entre a Mãe, o Ray e a Emma (e o Norman, porque ele está vivo óbvio!) quando eles forem buscar as crianças que por lá ficaram. Tenho também bastante curiosidade em descobrir que tipo de sanção a Mãe irá ter por 15 crianças terem conseguido fugir da fazenda, ou se a Avô vai conseguir protegê-la.
A Evolução do Ray
Acreditem em mim quando eu digo que o Ray foi a personagem que mais evoluiu ao longo de todo o anime.
Foi primoroso ver o Ray a entender como o plano estava bem articulado e como as crianças estavam a conseguir seguir os passos deixados pelo Norman, mesmo sendo tão pequeninas. Logo ele que nunca acreditou nelas e sempre disse que deveriam ser deixadas para trás, fugindo só os três. Porém, para a fuga sem a ajuda das tais crianças, o plano não se teria concretizado da melhor maneira.
O que o Ray também percebeu foi que o Norman foi superior a ele e venceu esta batalha (vai Norman!), pois enquanto ele via apenas a sua solução, o seu plano e a sua forma de fuga – em que apenas figuravam três pessoas – o Norman, que ao início até concordava com ele, teve a capacidade de se adaptar aos desejos da Emma e criar um novo plano que incluísse o maior número de crianças daquela casa.
Por viver demasiado na sua bolha de pragmatismo e negativismo, que contrasta com a forma de ser optimista da Emma e do Norman, o Ray abraçou a única possibilidade que via como alcançável naquele momento. Mas no fundo, a predisposição para sacrificar a sua vida, para que os amigos pudessem sair daquele inferno, ainda que nobre, revela a ardente vontade de fugir das consequências de um possível fracasso.
Ele estava a seguir, tal como a Mãe, um caminho de covardia por ter medo do desconhecido, de não estar a conseguir controlar mais nada e não ver solução. Foi aqui que o Ray se tranformou e assentiu que ao contrário do que havia feito até agora, nunca mais iria desacreditar nos outros, nem iria abandonar ninguém. Parabéns Ray!
Afinal, o Phil…
Afinal, o Phil não era nada daquelas coisas mirabolantes que toda a gente andava para aqui a inventar – e eu também, admito. Posso afirmar que fiquei um pouco (ok, muito) desiludida com a “descoberta da verdade” mas também… que esperava eu? Que o Phil se transformasse num demónio (até que era interessante)? Que ele afinal fosse aliado da Mãe porque era filho dela (olha queeeeeeeee…)?
Ele é simplesmente o que é: uma criança bastante desenvolvida para a sua idade e que já tinha percepção do que poderia acontecer ali, só não havia confirmado. Ele apareceu várias vezes ao longo dos episódios para mostrar o quanto é observador e como estava atento a tudo o que se passava. Também conseguimos perceber que o Phil é bastante inteligente, pois foi quem mostrou ao trio principal o Código Morse e a existência do William Minerva.
Contudo, o Phil é uma criança e vê-lo desabar nos braços da Emma deu para perceber mesmo isso. No final ele vai ser o único dali a saber toda a verdade e a controlar as coisas enquanto eles não regressam para os salvar.
Espero que o Phil tenha algum destaque na próxima temporada para além daquilo que nos mostrou. Caso contrário, tanto foco nele também acabará por ser tempo desperdiçado… e já me chega nenhuma das minhas tais teorias mirabolantes ter ganho vida.
A Fuga e os Demónios
Algo que adorei ver foram as cenas em que nos mostraram as crianças todas a treinar debaixo do nariz da Mãe e ela sem nunca desconfiar. O Norman foi um génio por criar o plano, mas a Emma foi super eficiente a concretizar o mesmo. Aliás, tudo isto apenas foi possível por causa da Emma! Ela foi a peça fundamental que oleou todo a máquina, sem o otimismo e confiança que a Emma passa aos outros e que faz com que acreditem nela, as crianças nunca teriam concretizado tão bem o plano.
Falando no treino, gostei de ter apanhado as dicas e ter acertado que os tais foguetes com garrafas de plástico e os pássaros eram indicativo de que iriam fugir pelo ar! Não imaginava eu que seria desta forma e mesmo não “comendo toda a cena”, ela não me incomodou ao ponto de não acreditar naquilo que estava a ver.
Foi bom ver que o Ray estava meio perplexo com tudo, tal como o espetador, já que nós também não sabíamos de nada do que estava a acontecer.
Aliado a isto temos o plano de caça dos demónios. Só sei que quando vi esta imagem abaixo só me deu vontade de rir! Pareceu tão ridículo eles serem demónios e precisarem daqueles paus ou katanas ou lá o quê, para capturarem criancinhas indefesas. Ó demónios, tenham vergonha na cara!
Animação, Banda Sonora e Direção
A direção, animação e banda sonora do episódio 12 foram completamente soberbas! Isto tudo fez com que exclamasse no final: mas que episódio! A parte técnica esteve bastante bem e foi muitíssimo competente, principalmente a banda sonora que fez a sua melhor prestação até ao momento (tal como no episódio 11).
O contraste das cores entre mais frias e cinzentas quando estavam a fugir e em tensão, para mais coloridas e vivas nos momentos de treino e também quando se vêem livres daquele mundo, é uma forma extremamente inteligente de expressar os sentimentos dos personagens sem ser preciso mencionar.
A direção e a edição de cenas teve também impecável, ao ponto de eu não alterar exatamente nada naquilo que foi feito! Deu bem para sentir toda a emoção que quiseram transmitir e que a situação exigia. O estúdio está de parabéns, embora muita gente tenha desacreditado nele, na minha opinião fizeram um bom trabalho em adaptar o mangá e transformar o anime em algo que colasse os espetadores ao ecrã.
Dúvidas que ficam para a Próxima Temporada
- O que existe para além da casa? O que eles irão encontrar na sociedade?
Apesar do raio de luz e da esperança de terem conseguido fugir dali, a Emma e o Ray têm de ter noção que não sabem como a sociedade funciona lá fora. Não sabem o que vão encontrar, se existem demónios ali na floresta, se ainda existem humanos, se vão precisar de armas para se defenderem. Não sabem também que espécies de animais habitam ali naquele momento e se irão precisar de caçar quando os suprimentos terminarem.
É um mundo desconhecido, mas o qual eu tenho curiosidade em descobrir e saber como funciona. Acho que ainda vêm muitos mistérios e aventuras por aí!
- Para que serve a caneta?
Chegámos ao final da temporada sem saber a funcionalidade deste objeto. Se calhar é mesmo só uma caneta… No entanto, a Emma deu-nos uma pista neste episódio: a caneta tem duas letras inscritas nela “W.M”, o que me fez pensar logo no William Minerva, aquela tal pessoa que colocou os códigos Morse nos livros da biblioteca.
Parece-me que este senhor será alguém importante para os próximo episódios e que saberemos muitos sobre a sociedade de demónios e de humanos a partir dele!
- Onde está o Norman?
O Norman não está morto e ai de quem me diga o contrário! Eu só quero saber onde raio anda o meu husbando e o que lhe aconteceu, se está bem de saúde, se tem comido bem… Ok, realmente acredito que ele esteja vivo porque não o vimos a ser morto e isso já diz tudo. Será que eles se vão encontrar todos juntos depois? Será na floresta ou na sociedade de humanos? O que vocês acham? Existem tantas possibilidades!
- O que irá acontecer à Mãe e às crianças?
Depois de terminar o episódio fiquei seriamente preocupada com o que poderá acontecer à Mãe e aos miúdos que continuaram na casa. A Mãe falhou (e muito! Não se esqueçam que ela tinha os produtos de maior qualidade para serem oferecidos ao “Him” e era muito importante ela não errar!) o que pode significar que ela irá sofrer alguma consequência, seja ser morta como a Irmã Krone foi, seja o de ser afastada de ser Mãe da casa… E aí as crianças também seriam levadas para outras fazendas, o que complicaria ainda mais o seu salvamento. Vamos ver o que acontece já em 2020!
Opinião Geral do Anime: Recomendo ou Não?
Tenham em atenção que eu estou a escrever isto com base no anime, só e apenas. Não estou a falar do mangá nem a comparar em momento algum.
O anime foi algo que eu gostei muito de acompanhar semana a semana e escrever estas opiniões semanais. Quem me conhece e já leu coisas minhas sabe que se eu não tiver a gostar de alguma coisa não faço o sacrifício de ver até ao fim sequer, simplesmente desisto!
Tal não aconteceu com The Promised Neverland, como não ocorreu com Made in Abyss que analisei no ano passado. Esta obra apresenta-se como uma história de aventura e mistério com bastante drama à mistura. Normalmente não sou tão fã assim de shonen, mas este cativou-me principalmente pelo enredo e pela direção dos episódios.
Confesso que muitas cenas poderiam ter sido melhores realizadas e trabalhadas, e talvez terem sido acrescentadas várias situações que, pelos vistos, foram cortadas da obra original, mas o anime foi bom sim! Para quem não leu o mangá, o anime fez muito bem a sua função, pois aumentou e deu a conhecer a bastantes pessoas o mangá – como me deu a mim que o ando a ler agora.
A minha resposta: Recomendo, claro!
E a vossa, qual é?
Deixo já aqui um spoiler de que irei realizar um artigo sobre “Anime versus Mangá” de Yakusoku no Neverland, assim que terminar de ler tudo o que foi adaptado! Veremos se a minha opinião muda no final da leitura. Espero ver-vos lá para podermos discutir melhor este tema 🙂
Últimos Pensamentos Finais:
- Afinal esta songamonga tem opinião própria. Já me irritava a personagem dela por parecer muito “ai não me toques” e no final o que ela decidiu também foi crucial para a mudança de planos de salvar as crianças das outras plantas!
- Isso são lágrimas de crocodilo… Falso… A mim não me enganas tu (lá estou eu a contradizer-me com o que escrevi acima, ups)!
- Gostei deste pormenor. O Phil estava de chinelos porque não ia fugir, já as outras crianças mais velhas estavam todas calçadas com “sapatos de rua” e a Mãe também percebeu isso e viu que o fogo havia sido posto.
- Ei lááááááá, alguém anda no ginásio! Olhem-me bem esta belíssima peida.
- Nós, quando estamos à espera que a página carregue para vermos as notas dos exames…
- O Don nesta cena sou eu a fugir das responsabilidades
- Nossa, que imagem tão deprimente e perturbadora. A Isabella sem qualquer vida nos olhos.
- Sayonara, minna! Até à proxima!
Podem ler a opinião ao episódio anterior aqui: Yakusoku no Neverland – Episódio 11