Jantar no Izakaya é imperativo para quem está no Japão num regime mais “dependente”, isto é, como estudante estrangeiro ou investigador sob o abrigo de uma universidade, ou em negócios com uma parceria entre empresas, por exemplo.
O Izakaya é o sítio onde por excelência os anfitriões japoneses levam os estrangeiros para um serão mais tradicional.
Mas afinal, o que é um Izakaya?
Uma noitada nipónica no Izakaya
Vulgarmente designado como “tasca”, não há grande base de comparação entre um dos nossos estabelecimentos e o seu equivalente nipónico. Literalmente, Izakaya (居酒屋) significa “loja onde se fica a beber”, o que por si só é um conceito bastante vago.
Na verdade, estas lojas são uma cadeia de restaurantes com uma temática bastante própria e estão espalhadas por todo o Japão. São no geral de grandes dimensões, com dois ou três andares, com mesas comunitárias e com salas individuais para grupos.
Nestes espaços particulares, regra geral é obrigatório tirar os sapatos à entrada, dado que o chão é de tatami, e as mesas são baixas, tendo a pessoa de se sentar no chão, ou então é o próprio chão que é “afundado”.
Passemos ao mais importante – o que se come nestes restaurantes!
Os Izakaya servem por “norma” petiscos a serem partilhados por todos os convivas, desde batatas fritas a coisas mais tradicionais: yakitori (pequenas espetadas de frango), gyoza (os famosos dumplings), edamame (vagens de feijão de soja), nabe (uma espécie de caldo/sopa com vários ingredientes, desde carne a vegetais e cogumelos, variando de região em região), sushi, tempura, etc. Os preços são bastante variáveis, dependendo também da dificuldade e tempo de preparação de cada comida. O sushi, naturalmente, está entre os pratos mais dispendiosos.
O fator mais apelativo num Izakaya prende-se com a bebida. Por um preço fixo (que varia entre os 1000-1500 ienes por pessoa, ou 8 a 12 euros, aproximadamente) e durante um limite de tempo estipulado, normalmente de noventa minutos ou duas horas, o cliente pode pedir todas as bebidas que quiser de um menu especial, que inclui na sua grande maioria bebidas alcoólicas e algumas soft drinks.
Chama-se a este regime nomihodai (飲み放題), que se pode traduzir como “all you can drink”. Claro que isto apenas se aplica a maiores de 20 anos de idade, que é o mínimo exigido pela lei japonesa para o consumo de bebidas alcoólicas.
Todo o grupo tem de “alinhar” num nomihodai, pois tornar-se-ia demasiado difícil para o empregado distinguir de um grupo grande quem apenas paga uma bebida ou quem está a beber à discrição. Um grupo cheio de estrangeiros é quase o pesadelo para os empregados do Izakaya – como os ocidentais têm, em geral, uma maior tolerância ao álcool que os japoneses, os pedidos para novas bebidas são incessantes e os trabalhadores não têm mãos a medir!
O Izakaya é essencialmente um franchise espalhado por todo o território japonês, com diferentes nomes mas pertencendo tudo ao mesmo. Mas há alguns que se especializam em pratos específicos, ou que oferecem algum tipo de animação, como ter os empregados a servir às mesas fazendo cosplay ou, no caso particular do Kamakuraya de Akita, a visita dos namahage à nossa mesa.
As razões para se ir a um Izakaya são muitas, desde aniversários a convívios de trabalhadores patrocinados pelas suas empresas, mas a principal é, simplesmente, porque sim!
Um serão no Izakaya é algo de memorável e sempre divertido. O espírito de camaradagem e amizade é sempre reforçado após uma jantarada nestes locais… Especialmente se ao jantar se seguir uma sessão de karaoke que se prolongue até de manhã!
Para saberem mais sobre isso, terão de estar atentos aos próximos artigos! 😉