Estas crianças nunca têm sossego, é sempre um problema atrás do outro – e ainda bem, ou não seria The Promised Neverland.
Pelo que li pelos fóruns, o anime já está a seguir um caminho completamente original da história do manga, algo que já se sabia que iria acontecer, mas não como, nem quando nem a que nível. Pelo que percebi existiu uma grande alteração na obra e saltaram um arc completo (bastante aclamado). Isto poderá ser uma tentativa de explicar melhor o final da obra ou então uma forma de mudar o final do manga que praticamente todos odiaram. Aos fãs do manga: em vez de estarem a queixar-se que o enredo está a ter um novo rumo lembrem-se que a mangaká é que está por detrás destas mudanças e a supervisionar tudo. Veremos até ao fim qual a ideia dela e critiquemos depois, combinado?
Este foi mais um bom episódio, embora não tenha acontecido muita coisa como no anterior. Mas vamos a uma análise mais detalhada que vocês estão aqui para isso.
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Segunda Oportunidade | Yakusoku no Neverland 2ª Temporada – Ep 4
Afinal era mesmo uma gravação
No final da opinião ao episódio 3 afirmei que a chamada que a Emma atendeu era uma gravação e não uma “verdadeira”. Tendo atenção à situação em que estavam, não me parecia plausível que o Minerva estivesse do outro lado à espera deles. Era demasiada coincidência e muita sorte para as crianças, e nós não queremos vias facilitadas, queremos ver tudo a arder, não é?
Ficámos também a saber que o verdadeiro nome dele é James Ratri e que costumava estar ligado às quintas (talvez na parte de investigação ou algo do género), e que por não apoiar a morte de milhares de crianças decidiu ajudá-las a fugir. Todos os livros com a coruja encontrados na quinta foram escritos por ele com o intuito de tirar alguns de lá – pelo menos aos que conseguissem entender os enigmas. Só fiquei confusa com uma coisa: se eles descobriram os planos dele porque não removeram todos os livros da quinta? Será que a Isabella os deixou lá de propósito? Fica a dúvida.
Depois da chamada do James, é até desesperante perceber que estão eles por eles, ainda mais para a Emma e o Ray que têm tantas vidas nas mãos. Só o facto do “Minerva” existir dava uma segurança e conforto extra, nem que fosse falso, para que seguissem em frente e vissem alguma luz ao fundo do túnel. Parecendo que não, é muita responsabilidade nas mãos de duas crianças. Coragem!
Os nomes na parede eram de outros que conseguiram escapar
Outra das questões que deixei na opinião passada era: o que é aquele “help room”, os nomes escritos nas paredes e todo aquele sítio. Ao ver as palavras do Minerva (e o livro que a moça do cabelo branco encontrou), podemos confirmar que, tal como eles, muitos fugitivos das quintas passaram por ali e podem ter ficado loucos à medida que iam ficando sozinhos. Fiquei no entanto sem entender se o local terá sido uma quinta transformada em abrigo ou se o Minerva conseguiu, sei lá como, construir todo um sistema sem ninguém perceber.
Confesso que depois de todo o suspense com o quarto pensei que haveria um maior foco nele. Nem sequer foi mencionado, a outra encontrou o livro e não o mostrou a ninguém. Mas é burra ou quê? Antes disso, decidiu escrever um diário da sua excitante vida em vez de mostrar as coisas aos mais velhos. Pode ser ela a falecer? Pessoas que escondem coisas não fazem falta no grupo.
Enfim, achei a cena da quinta e do quarto pouco abordada e mal explorada. Daria para fazer ali algumas coisinhas giras. Imaginem se existissem diários de quem passou por ali? Bem mais interessante, né?
O peixe escorregadio e a estupidez do Ray
Afinal aquele peixe nojentinho que eu falei no primeiro episódio voltou a ser relevante. E para ser comido, vejam lá! Se quiserem saber mais sobre esta maravilha da natureza cliquem aqui, deixei lá um vídeo muito interessante.
A situação do peixe teve dois momentos nos quais o Ray (e a Emma claro) foi particularmente acéfalo. Já nem comento o facto de estarem a comer animais estranhos sem saber se seriam perigosos ou não, só porque os mais novos estavam fartos de comer “pombos”, mas como estavam ali há um mês a comer sempre a mesma coisa até que se compreende. Falo de outras situações:
1. Se estamos perante um peixe escorregadio porque é que eles estavam a tentar apanhá-los com as mãos, quando já estava visto que não funcionava? Eles não se mexiam e não, não era mais fácil espetar-lhes uma seta e pronto? Alo, cérebro?
2. A sério que de um voluntário (o rapaz do cabelo vermelho), que ia ver se o peixe era comestível ou não, acabaram três deles a fazer a prova? E o Ray também? Um dos mais importantes ali naquele grupo? Faz sentido de no grupo três arriscarem a vida só porque sim? Um momento engraçadinho poderia muito bem ter acabado mal e na vida real se precisarem de sobreviver não coloquem a vida de três em risco em detrimento de apenas uma. Só não faz sentido. Esperava mais de ti Ray (e de ti também Emma).
A descoberta do abrigo e os piores soldados que eu já vi
Os demónios têm uma equipa SWAT só deles e ninguém sabia? Só é pena que seja extremamente incompetente e tenham acabado todos mortos. Mais valia colocarem as crianças nas missões especiais e não adultos treinados que não fizeram mais nada a não ser passar vergonha.
Então eles estão armados, contra crianças, e não disparam logo para o ar ou assim para os assustar? Não mandam um tirinho num pé? Sei que eles não os podiam matar e sim apenas capturar, mas hajam pessoas incompetentes. Se calhar a maioria das pessoas que fugiram eram adultos e não crianças (como o Minerva) e por isso não utilizaram as tácticas mais indicadas para eles? Talvez um bastão funcionaria melhor que armas, já que não tinham autorização para disparar sobre elas.
Mesmo a luta contra o demónio estilo titan foi uma tragédia, mas deu para perceber uma coisa. Não tenho a certeza se o Sonju explicou algo sobre o ponto fraco dos demónios serem os olhos – acho que sim mas não tenho a certeza. Deve ter sido por isso que estes burrinhos dispararam para o corpo do demónio e nada aconteceu e o Ray deu uma flechada certeira num dos olhos dele e “resolveu” a situação. Caso contrário seria só muito conveniente.
Toda a situação permitiu ver que estão cada vez mais a dar destaque às crianças, o que é bom, pois mostra que a sua sobrevivência não depende apenas dos mais velhos e sim um bocadinho de cada um deles. Interessante também aquele miúdo saber uma outra saída dali apenas pelo facto de terem estado durante um mês a brincar por lá. Se não fosse esse facto eles nunca teriam conseguido fugir, uma vez que estavam com as duas saídas cercadas. Todos juntos são mais fortes (não é miúda do cabelo branco que não sei o nome?).
A descoberta do abrigo deve ter sido conseguida por dois motivos: ou por causa dos outros que fugiram antes deles e já era conhecida aquela localização ou então foi por causa daquilo que o Ray escreveu na árvore no primeiro episódio e os demónios viram e podem muito bem ter passado a informação aos seus superiores.
Neste caso, o aspecto mais interessante é ver humanos a trair a sua espécie. Digamos que pode ser equiparado a quem faz tráfico de humanos, por exemplo, há pessoas para tudo desde que meta dinheiro ou a sua própria sobrevivência. Para os soldados aquilo é apenas um trabalho, tanto que quando a Emma apelou à emoção de um deles, ele não quis saber. Talvez os que são criados em quintas sejam vistos na sociedade dos humanos como uma “raça” diferente ou inferior e não como um verdadeiro sobrevivente.
A Isabella está de volta!
Nem sabem o quão feliz fiquei pela Isabella estar de volta! Depois do último episódio da primeira temporada não soubemos mais nada dela e até haveria a possibilidade de já estar morta pelo erro que cometeu. Felizmente uma das melhores personagens da série está de regresso e ainda dará muito que falar, tenho a certeza.
Foi uma excelente ideia colocar a Isabella contra as crianças. Além dela ser extremamente inteligente, conhece os miúdos como ninguém e conseguirá identificar os seus passos ou tentar manipulá-los. Claro que isto teria de ter uma boa moeda de troca, uma vez que vê-se que ela gosta muito dos pequenitos. Dar-lhe a liberdade total (sem número no pescoço, sem estar na quinta, sem o aparelho no coração e etc) é uma boa jogada. Quando a nossa vida está em jogo, somos capazes de muita coisa. Esta segunda oportunidade foi claramente conseguida pela avó, já que ela diz-lhe que irá ver as crianças em breve, sai e depois os demónios regressam com a tal proposta.
Seria uma boa jogada da Isabella se fosse ter com o Norman e fizesse um acordo com ele. Sabemos que ela o enviou para fora da quinta para outra situação qualquer que não a de ser comido – sem corpo não há morto. A Isabella conseguiria alcançar o seu objectivo mais facilmente e o Norman utilizaria a força dela e o facto de ter mais recursos (nem que fosse o de se poderem movimentar à vontade sem se preocuparem com os demónios) para puder aliar-se de novo aos seus amigos. Ela até poderia trair os demónios e fugir com as crianças, mas seria possível? O aparelho que as Mães têm no coração não pode ser activado a qualquer momento ou distância? Se isto for assim, a Isabella não tem muita escolha sinceramente… A não ser que acorde com eles que regressem todos e depois os ajude a escapar com os que ficaram na casa. Ela estar do lado deles ou não, nem sei o que mais gostaria de ver para ser honesta. Vou esperar que o anime me surpreenda.
Para rematar a sua decisão, a outra proposta que o demónio lhe disse ao ouvido terá sido a de poder salvar o seu filho, o Ray? Qual a vossa aposta?
Pensamentos Finais
- Descobri que a minha mãe (Dina) foi uma das pessoas que fugiu da quinta :O
- Digam-me lá: parece ou não parece o Eren fêmea?
- Este demónio foi buscar a inspiração àqueles capacetes para beber cerveja…
- Run, Forrest, Run!
- Toda esta cena foi só… estranha
- Tipo….
- Olhem, encontrei um titan!
E vocês, o que acharam deste episódio?
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