É a terceira vez que estou a tentar escrever a análise ao episódio 10 de The Promised Neverland, realmente não sei o que colocar aqui. Parece que aconteceu muita coisa mas ao mesmo tempo não aconteceu nada. Talvez esta seja uma das opiniões “mais pobres” que lerão da minha parte, não sei se pelo episódio ou pela falta de inspiração que o anime me trouxe.
Espero na mesma que gostem e que comentem, claro (Kurapikad, fico à espera ahah).
Ps: Não esquecendo que o que estão a ler na imagem de destaque (acima) é realmente verdade. Já diz muito.
Vamos à análise?
Vê aqui todas as opiniões semanais de Yakusoku no Neverland
Yakusoku no Neverland 2ª Temporada Episódio 10 – Opinião
Crianças vs Demónios: quem vence? O elo mais fraco, claro
Possuo uma dificuldade muito grande em perceber a lógica deste anime. Estamos a falar de crianças, em que apenas algumas delas são mais velhas, e de demónios adultos numa situação de poder. Enquanto que na primeira temporada a figura do demónio, por ser desconhecida, trazia uma sensação real de medo e perigo, na segunda passou para uma posição de chacota. Não existe mais receio nem tensão por parte dos mini-humanos em enfrentar estes seres, nem têm o que temer, pelos vistos.
Realmente parece ridículo visto deste prisma e no manga com certeza terá um explicação melhor (tal como eles estarem mais velhos, serem mais experientes, mais perspicazes e mais fortes física e mentalmente) que não foi tida em conta aqui. É inconcebível que crianças da idade deles e com o porte físico que têm consigam fazer frente a demónios treinados e com três vezes o seu tamanho. Não engoli isto na narrativa nem consigo perceber a sua lógica. Se humanos adultos não conseguiram travá-los, como é que eles conseguiram fazê-lo e ainda por cima tão facilmente? Estão a perceber o erro?
The Promised Neverland virou um anime shounen de aventura, no qual a amizade vence tudo e não foi isso a que fomos habituados com a primeira temporada. Estou extremamente desgostosa com isto e não consigo ultrapassar definitivamente estas barreiras.
Tudo corre demasiado bem
A par do tópico supra, vem este em decorrência. A explicação que o anime dá para crianças enfrentarem demónios é que tudo corre demasiado bem, dando um check em todos os pontos do seu plano (infalível). Sabem quando imaginam uma discussão na vossa cabeça e depois pensam que na realidade irão argumentar dessa mesma forma? Nunca acontece, pois não? Na vida é assim também. Existem imprevistos, algo que Emma, Norman e Ray não sabem o significado já que nunca tiveram que passar por eles.
É possível que em todo o episódio, que envolveu o resgate de, supostamente, 160 crianças das outras quintas (alguém contou a ver se dava este número?), não tenha havido uma pequena falha que os fizesse repensar o plano? Será que os demónios dali se alimentaram de humanos burros e por isso é que não conseguem raciocinar um bocadinho mais à frente? Quem é que está a ser atacado por miúdos em balões de ar quente (falo disto de seguida), manda umas lanças a quatro deles e deixa os outros ali (nos quais estava o Sonju e os outros três normies)? Sim, eles foram inspeccionar os que caíram, mas vão deixar o resto ali a voar sendo que podiam ter algum tipo de armas e atirar sobre eles? É assim que o Peter Ratri manda treinar os seus súbditos?
A juntar a isto, já não chega termos demónios alimentados com crianças acéfalas, o Sonju, a Mujika e o Vylk a ajudar, a Isabella e as Mães todas do lado deles, ainda precisamos de milhares de demónios civis que nem sei bem de onde saíram (já que a aldeia era minúscula)? É mesmo preciso ter a “sorte toda de uma só vez”? Já não basta todas as coincidências que existem para eles triunfarem sempre? Que escrita preguiçosa!
Afinal, é assim tão fácil construir balões de ar quente?
Soubesse eu que era assim tão fácil construir pelo menos 12 balões de ar quente em meia dúzia de dias (que me pareceram ser apenas 2 ou 3) que tinha escolhido outra profissão. Ou os profissionais dessa área têm de estudar mais ou estamos mesmo a falar de génios que sabem de tudo mesmo sem nunca terem feito nada parecido.
Ficam as questões:
- Onde tinham as informações sobre como construir os balões? No livro do Minerva o Joãozinho também andou de balão?
- Onde foram buscar aquelas garrafas de gás (que só consegui perceber na segunda vez que vi o episódio)?
- Vimos que encontraram um local cheio de botijas de gás propano e cestos. Mas e os queimadores? E a parte do envelope?
- Será que encontraram uma fábrica fechada que vendia os balões e foi só saber como se ligavam?
Mais ninguém ficou com esta dúvida? Dei-me ao trabalho de ir pesquisar se era assim tão fácil construir um balãozinho de ar quente, e parece que é: em tamanho ridiculamente pequeno e que não seja efectivamente para voar, até porque nos verdadeiros estamos a falar da necessidade de usar gás propano, de um aparelho (o queimador) que aquece o gás e de material específico no envelope (o formato do balão) para que o mesmo voe e não incendeie também. Depois, obviamente, tem toda a questão das costuras, do revestimento, do tamanho e capacidade e da própria ventilação do envelope para que a engenhoca resulte.
Vamos assumir, para bem da minha inteligência, que eles encontraram balões já feitos perdidos algures numa fábrica de demónios e que somente aprenderam a ligá-los, porque tratar de pegar nas peças e construí-los a partir daí já é demais para a minha cabeça, mesmo com todos os materiais disponíveis naquele sítio onde estavam as botijas.
A par disto, além de saber fazer um balão também é necessário sabê-lo pilotar, algo que deve ser ridiculamente fácil e não sei porque existem sítios em Portugal onde se dá formação específica. Aliás, fui pesquisar e é preciso estudar sobre os seguintes temas “navegação, meteorologia, conhecimento dos materiais dos balões, legislação, radiotelefonia e fisiologia” para passar no exame teórico, “16 a 20 horas de balão, entre as quais 1 solo” para o exame prático e depois do curso “deve fazer primeiro um total de 150 horas de viagem em balões para 2 a 3 pessoas, antes de poder viajar em balões de maior lotação e passageiros” – Emma eu vi-te a viajar com cinco crianças, vou-te denunciar. Então expliquem-me como é que eles em poucos dias conseguem fazer isto tudo, sff.
Depois ainda fica a pergunta: se muitos dos balões não tinham nenhum ocupante como é que conseguiam mudar de direcção?
Até hackers temos na equipa?
Para não bastar terem a destreza que humanos adultos não tiveram, ainda existe um hacker (ou dois, não entendi se o Norman percebe alguma coisa ou só carrega nos botões) no grupo, sem provavelmente nunca ter mexido num computador antes, muito menos aprendido a infiltrar-se em sistemas que, penso eu, sejam de alta segurança. Qual Rui Pinto ou redlive13, Vincent é o man a seguir.
Acho que entre isto e os balões, esta cena consegue ser ainda mais idiota e inexequível. É um atirar de areia constante para os olhos, nós é que temos óculos de protecção e não a deixamos entrar.
Eu devia jogar no Euromilhões
Não sei porque não jogo mais no Euromilhões ou compro umas raspadinhas. Na análise ao episódio 9 escrevi que a Isabella e o Peter Ratri não teriam os mesmos objectivos e que ela iria no final acabar por lhe espetar uma faca nas costas. E não é que foi isso que aconteceu? Não a faca, mas deu na mesma. O último episódio da primeira temporada deu-nos logo a entender que a Isabella realmente se importava com as crianças que criou, então isso faria com que no futuro, se voltasse a aparecer, as ajudasse a escapar. E foi o que aconteceu, como já se esperava.
Algo que não entendi na plot foi ter conseguido com que todas as Mães ficassem do lado dela sem sequer uma excepção (o que não é normal). Ela só soube que os dispositivos que têm no coração deixaram de funcionar a partir do momento que o sistema foi hackeado. Como é que nesse curto período de tempo convenceria todas? Foi algo meio mal explicado… Com certeza já existiu uma conversa anterior, só que não foi mostrada, como tudo neste anime.
A parte do Vincent também foi um tópico que já havia mencionado na review passada, o qual afirmei que seria solucionado em cinco minutos. Errei neste ponto, não foram cinco mas sim dois minutos e isto já a contar com o tempo do opening. Que mais dizer? Não daria para haver um traidor agora a dois episódios do final, pelo que já se sabia que seria apenas uma situação para fazer um cliffhanger para o episódio 10.
Ah e como nota final, o Peter Ratri sempre é da mesma família do Minerva como seria óbvio concluir, pois possuem o mesmo sobrenome.
Notas para o final do Anime
Tendo em atenção o rumo que o anime tomou, a velocidade com que está a seguir e que a Emma tem sempre tudo aquilo que quer, prevejo que o próximo e último episódio de The Promised Neverland passará por algo do género:
- O Peter Ratri vai aceitar a proposta da Emma
- Vão todos para o sítio onde se passa para o outro mundo e o Peter será chave fundamental para conseguirem entrar
- Do outro lado vai ser tipo paraíso com flores em todo o lado e as pessoas super felizes a sorrir e a saltar para todo o lado
- Vão conseguir chegar aos poderosos do lado dos humanos para falar da promessa e que podem revogá-la por causa da Mujika e bla bla bla
- Vão obviamente conseguir acabar com a promessa
- As quintas são todas desactivadas e humanos e demónios vivem em comunidade felizes para sempre
Vamos lá ver quantas acerto. Qual o desafio que me propõem?
Pensamentos Finais:
- Claramente aprenderam com os portugueses a fazer uma revolução…
- Quando o reencontro com o Phil é mais emocionante que com o Norman
- A sério que o Peter Ratri não desconfiou nem um pouco do Vincent? Por favor
- Isto é literalmente dormir com o inimigo. Que escolha sensata, mas a Emma tem um coração tão puro <3
- Pergunta: A Isabella tem seis dedos ou é a parte debaixo da mão?
O que acharam deste episódio?
Lê aqui outras análises a episódios semanais!
Fonte sobre a falta de créditos na imagem de destaque: Twitter