Título: Yoru no Yatterman
Adaptação: Original
Produtora: Tatsunoko Productions
Géneros: Ação, Aventura, Comédia, Drama
Ficha Técnica: Disponível
Opening Yoru no Yatterman
Kyokugen Dreamer – SCREEN mode
Yoru no Yatterman | Enredo
“Yatterman Night”, como também é conhecida esta obra, recolhe géneros de produção opostos, o que resulta num misto de sensações causadas no espectador. Pelo menos são estes os resultados dos dois primeiros episódios que mais não se podiam contradizer.
A história reúne um trio de protagonistas: Doronjo, Boyacky e Tonzura, que depois de descobrirem que o famoso Reino Yatter – do qual foram excluídos por atos cometidos pelos seus antecessores – não é nenhum local perfeito, tentam investigar a sua verdadeira natureza e fazer justiça.
A viver fora do Reino Yatter, Doronjo tentou pedir ajuda aos líderes do “Reino Perfeito” com vista a salvar a vida da sua mãe. Uma proposta que foi rejeitada da pior maneira possível, ou seja, com bombardeamentos à jovem e seus ajudantes.
Por esta altura, revela-se acertada a minha decisão em fazer primeiras impressões com dois episódios e não apenas com um. Neste caso em concreto, o episódio de estreia assume um tom de seriedade que sinceramente me estava a despertar o interesse. O falecimento da mãe de Doronjo, a descoberta dos antepassados dos protagonistas e a decisão tomada em requisitar ajuda ao Reino Yatter.
Eis então que chega o segundo capítulo e o conteúdo dramático anteriormente exibido parece ter fugido a sete pés, só voltando na reta final com o aparecimento de uma rapariga que é cega e muito parecida no aspeto com a própria Doronjo. Durante quase o tempo todo, o espectador depara-se com aventuras cómicas do trio a combater os soldados do Reino Yatter, já depois de conseguirem entrar naquele território. As invenções, os diálogos e os atos das personagens são orientadas nesse sentido.
Mais do que uma crítica pessoal, pois o modo de desenvolvimento do primeiro episódio chamou-me mais à atenção do que o segundo, a mudança de estilos foi altamente inesperada. Não conheço as obras anteriores desta franquia, mas é claro para mim que o modo como a produção implementou esta medida foi demasiado radical. Ou não ridicularizavam de forma tão acentuada o que apresentaram no primeiro episódio, ou então logo na estreia colocavam algumas cenas cómicas.
No meio de tanta confusão, destaque para a transformação que as principais personagens sofrem. No arranque da trama fica a ideia, particularmente pelos diálogos, que os elementos pertencentes ao grupo Dorombo (no passado!) eram mesmo vilões. O espectador fica convencido disso, tanto pelos elogios que Doronjo e a mãe tecem ao Reino Yatter, como a determinação que ambas mostram em apagar as más figuras que os seus familiares deixaram no passado. Poucos minutos depois, tudo muda de figura. A rejeição dos Yattermans em receber Doronjo, Boyacky, Tonzura e Oda (o porco de estimação que é tratado como um Deus) inverte completamente o cenário quando isso parecia impensável. Muito bom!
Por fim, de mencionar os combates ridículos que o trio (quarteto quando se inclui o porco Oda) trava com os Yattermans. Ridículos no sentido da diversão, daí estar convencido que a obra vai pender para este estilo. As invenções são o grande indicador disto mesmo. Tome-se, como exemplo, a máquina de combate em forma de mão cujos ataques imitam o movimento dos dedos a dar uma forte “pancada” na testa só que em ponto grande. Afinal isto tem mesmo de ser para rir.
Yoru no Yatterman | Ambiente
A banda sonora não desiludiu até ao momento, mas ainda espero pela altura em que possa ouvir uma música que me encha realmente as medidas. A oscilar entre diferentes estilos, tem mesmo de surgir pelo menos uma música que seja capaz de despertar a atenção.
O mesmo posso dizer da abertura e do encerramento. Como se costuma dizer são ‘meh’, não convencem, com exceção da música do opening que é bastante animada. Ainda no que diz respeito a este assunto, aqui está mais um anime que opta por transmitir no episódio de estreia o opening no final dos 20 minutos de transmissão. Está mesmo a tornar-se um hábito.
Relativamente ao desenho e à animação, quer-me parecer que o estúdio responsável pelo projeto está a desenvolver um bom trabalho. O desenho não é brilhante, mas é francamente bom, enquanto os movimentos das personagens são suaves e fluídos. Nada a apontar por estas bandas, que assim continue.
Yoru no Yatterman | Potencial
Neste momento, tenho uma extrema dificuldade em avaliar o progresso de “Yatterman Night”, particularmente porque ainda tenho dúvidas sobre o rumo que irá tomar. Será pelo drama? Ou pela diversão? As duas não são propriamente compatíveis. Caso Tatsuya Yoshihara continue a optar por um misto dos dois géneros, o anime poderá ficar comprometido por “não ser carne nem peixe”.
Pelo tipo de desenho e por aquilo que o segundo capítulo mostrou, o humor deverá ser a escolha principal. Um tipo de humor muito caraterístico, diga-se desde já, incapaz de atingir tudo e todos. Mais do que isso, a par deste pequeno nicho de espectadores, a obra parece optar por um caminho que vai de encontro aos seus fiéis seguidores. Antes de escrever este artigo, tive o cuidado de ler algumas opiniões, ficando a ideia dos que mais estão a adorar são aqueles que outrora acompanharam as aventuras dos Dorombo (grupo constituído pelo trio principal).
Repito, aqui está seriamente um caso bicudo, no qual é muito complicado fazer uma previsão do seu sucesso. Até porque quando a parte ambiental não vai muito além do satisfatório, fica mesmo tudo dependente do enredo. A ver vamos se esta indecisão que assola a Tatsunoko Productions se resolve.
Yoru no Yatterman | Trailer
Análises
Yoru no Yatterman
Uma produção cujo potencial é difícil de prever enquanto não for claro o rumo que quer tomar. Com esta alternância significativa de géneros entre episódios, o anime nada tem a ganhar.
Os Pros
- Ainda nenhuma afirmação positiva digna de destaque.
Os Contras
- Indecisão no rumo a dar ao enredo.