Manga Attack on Titan Volume 16 | Análise

Manga Attack on Titan Volume 16 – “His Father’s Sins”

 

Neste volume 16, Hajime Isayama continua a levantar o véu sobre o universo criado, mais propriamente no que diz respeito às origens dos Titãs e ao momento em que os Humanos passaram a viver “enjaulados”.

Com Eren aprisionado, Rod Reiss está à vontade para falar com a filha recém encontrada, Historia, e contar-lhe tudo aquilo que sabe sobre o passado dos Titãs e dos Humanos. Ou pelo menos para dizer aquilo que lhe interessa para a tentar ludibriar. Sim, porque o final deste volume comprova que Rod não é uma personagem de confiança, mas que o seu discurso tem algumas pontas de verdade.

Nomeadamente, no que diz respeito à alteração de memórias que os Humanos sofreram quando foram criadas as paredes que agora os protegem. Como Erwin e Pixis confirmam em conversa, nem todas as famílias foram afetadas por esta manipulação de memórias. No entanto, os interessados em proteger as origens livraram-se destas “pedras no sapato” de outras formas.

Num outro plano, Levi e o seu esquadrão preparam-se para invadir o local em que Eren foi aprisionado. Pelo meio, vem à baila o nome de Kenny Ackerman, sobre o qual se questionam se será ou não da família de Mikasa. Fica a dúvida no ar relativamente a uma personagem em grande destaque neste volume.

De facto, cedo se percebe que Kenny é uma personagem astuta, capaz de estar sempre no sítio certo à hora certa. Mais do que isso, este não está muito preocupado com o desfecho do mundo e da sua própria vida, quer apenas lutar pelos seus interesses enquanto pessoa e poder fazer algo que lhe dê gozo e o deixe realizado. O conhecimento do seu passado (capítulo 65 – “Dreams and Curses”) comprova a sua atuação a solo com vista a descobrir as origens da Humanidade. Kenny Ackerman é, claramente, daqueles homens que ninguém pode pensar que tem mão nele. Rod Reiss que o diga!

 

 

Voltando então a Rod Reiss, por ele chegamos a saber que foi o pai de Eren quem roubou o maior poder dos Titãs, que sempre estivera entre os membros da família Reiss. Um poder que passou para o próprio Eren e que agora tem de voltar aos Reiss por intermédio de Historia. Durante todo este diálogo, fica a ideia de que Eren viajou no passado e descobriu coisas que ainda ninguém sabe. Porém, esta teoria cai por terra no momento em que Kenny o liberta para o ver defender-se dos Reiss. Eren mostra uma clara dor de culpa, decidindo-se a não colocar oposição caso queiram fazer dele um sacrifício. Por momentos, o rapaz sente que tudo pelo que sempre lutou deixou de fazer sentido. Contudo, volto a salientar, esta situação do pai de Eren ter atacado a família Reiss tem muito que se lhe diga. Até porque não ia ter um comportamento deste calibre sem razão aparente. Algo a descobrir nos próximos volumes …

 

 

Porque este número 16 não é apenas feito de diálogos, mas também de muita ação, enquanto Historia vai ouvindo o pai e não se decide em injetar o líquido que a vai transformar numa Titã, ali por perto, já Levi, Hang Zoe e restantes membros dos Survey Corps medem forças com o First Interior Squad, esquadrão que luta sem o seu líder, Kenny.

Estas páginas do capítulo 64: “Welcome Party” são as ideais para desfrutarmos dos excelentes desenhos que acompanham a história de Shingeki no Kyojin. A dúvida recai sobre Hang Zoe, que parece ter saído gravemente ferida de um dos melhores combates individuais deste volume.

 

 

De regresso ao diálogo central, Rod começa a demonstrar sinais claros de inquietação por Historia Reiss ainda não ter tomado o líquido e absorvido Eren. O tal golpe que trará de volta à família Reiss o poder que sempre lhes pertencera, juntamente com memórias relativas às origens do mundo em que agora vivem. Memórias associadas a Frieda Reiss e que, segundo consta, esta irmã de Historia nunca as terá revelado a ninguém.

Numa altura em que o palavreado começava a saturar, Historia, talvez depois de ter ouvido tudo aquilo que queria do pai, vira-se contra ele e recusa transformar-se em Titã para matar Eren. Uma atitude que leva Rod Reiss a dar razão à própria filha e a Kenny Ackerman, os dois que o acusavam de apenas estar preocupado consigo próprio e em manter a família Reiss no centro do mundo. Em desespero, Rod ingere o líquido que inicialmente era para Historia, transforma-se em Titã e prepara-se para engolir Eren. Este, por sua vez, recebe no momento certo a ajuda de Historia e do Esquadrão Levi (que entretanto entrara em cena), perspectivando-se assim mais uma grande luta entre Titãs no próximo volume.

 

 

Posto isto, está claro para qualquer leitor que aqui se encontra um volume cheio de emoções fortes, com resposta a algumas questões ao mesmo tempo que deixa outras em aberto.

Eren, depois de se sentir culpado por todos os que perderam a vida nos últimos tempos, está novamente pronto a reagir por aqueles que lhe continuam a dar força.

Por seu lado, Rod Reiss, ainda antes de ir ao desespero, deixou escapar que quem criou as paredes de proteção aos Humanos foi alguém que sempre desejou que os Titãs governassem o mundo. Será verdade? O que mais saberá este homem que ainda não revelou? E até que ponto terá enganado os presentes no local sobre as origens de uma “jaula humana” que até há bem pouco tempo os Titãs não tinham ousado atacar?

Então e Kenny Ackerman? Voltará a intervir? Ou agora que teve tanto destaque vai ser um mero espectador?

Esta obra de sucesso de Hajime Isayama tem passado por várias fases. Se inicialmente a principal fonte de interesse era a luta pela sobrevivência dos Humanos contra os Titãs, por esta altura o mangaká consegue despertar o interesse do espectador de uma outra forma. Refiro-me à essência do universo criado, às suas origens, e à tentativa de percebermos quem são os bons afinal? Os Titãs ou os Humanos? Quando é que estes se cruzaram e como é que apareceram os Titãs? Ou será este um universo em que os Humanos descenderam dos Titãs? Tantas perguntas ainda com resposta para dar. Attack on Titan continua ao rubro!