Hai to Gensou no Grimgar | Primeiras Impressões

Título: Hai to Gensou no Grimgar
Adaptação: Light Novel
Produtora: A-1 Pictures
Géneros: Fantasia, Ação, Aventura
Ficha Técnica: Disponível

 

Hai to Gensou no Grimgar | História

Colocando os eventos por ordem cronológica, a narrativa de Grimgar começa num amplo e sombrio espaço. É neste local que as personagens acordam mentalmente desnorteadas da realidade que as rodeia, e manifestam ausência de memória praticamente total. Pelas roupas que usam, e pela forma como falam, pertenceram a outro mundo. É-lhes fornecida uma quantia mínima de informação, simplesmente o suficiente para que possam tentar sobreviver neste novo universo. Seja onde for que se encontram, são obrigados a formar equipas para que possam aumentar as probabilidades de sobreviver. Tendo isto em conta, começam a viver juntos e têm que aprender a matar monstros a um nível quotidiano, para depois os poderem trocar por dinheiro, comida, vestuário, etc.

Conseguirá um grupo de desconhecidos inadaptados amnésicos, sobreviver num mundo preenchido de fantasia pouco amigável?

 

 

Hai to Gensou no Grimgar | Enredo

Ao ver o primeiro episódio de Grimgar, a primeira sinapse que vai passar pela cabeça de grande parte do público será algo nestas linhas: “mais um ano, mais uma temporada, mais uma obra para saciar os fanáticos por Sword Art Online e semelhantes“. E realmente, tudo indicava isso, todo o markting que foi feito sobre este título, indicava que este seria mais um cliché do mesmo género. E ainda pode vir a ser, a verdade é esta. Neste momento, a história de Grimgar encontra-se numa corda bamba frágil, onde o seu futuro depende apenas para o lado que cair. Ao tombar para um lado, pode encontrar-se com o saco cheio de títulos iguais. Ao cair para o outro, pode criar uma leve desconstrução narrativa capaz de trazer algo fresco a um  género já saturado.

 

 

Existem pequenos pormenores e leves insinuações, que como um todo, estão a criar uma suave camada realista com uma atmosfera desconcertante. Porém, nenhum deles é forçado, nenhum deles é literal, nenhum deles é suficiente para conseguir provar alguma coisa do que aqui está escrito.

 

 

Além disso, esta ténue camada encontra-se coberta pelo nevoeiro que cheira a mais do mesmo. Que nos traz personagens genéricas, com comportamentos, personalidades e diálogos completamente repetidos e repetitivos. Mas bem, qualquer amnésico é genérico, certo? O fan-service despropositado chega a ser ridículo, desprovido mesmo de qualquer sentido lógico visual ou narrativo. Disparam planos de mamas, rabos e roupas curtas que claramente não são confortáveis, o que não ajuda em nada o processo de tornar plausível todo o realismo inicial. Bem pelo contrário, é assim que se perde toda a imersão.

Por consequência terminamos o primeiro episódio confusos. Será este mais um caso para dizer: “outra vez arroz”? Ou teremos aqui um diamante a ser polido?

 

 

Hai to Gensou no Grimgar | Ambiente

A produção visual revela-nos uma A-1 Pictures completamente diferente daquilo a que estamos habituados, a todos os níveis. Por norma as obras da A-1 não possuem identidade, nem uma marca que as distinga muito umas das outras. São boas a nível técnico, mas padronizadas sem tentarem muito inovar. Em Grimgar não só inovaram como também conseguiram, à partida, criar uma identidade com harmonia.

 

 

O mundo de fantasia ganha vida e credibilidade, através dos incríveis cenários. Todos eles, pintados, sombreados e iluminados através de técnicas de aguarela, conferindo um aspeto apetitoso, que nos faz duvidar se estamos mesmo a ver uma obra da A-1. A animação é fluída, as coreografias de batalha estão adequadas à inexperiência das personagens, e os movimentos estão produzidos com pormenores bastante interessantes, pelo que uma visualização não será suficiente para os captar a todos.

 

 

O design das personagens é completamente diferente dos cenários, dando um pouco a sensação que não se encaixam completamente neles. Isto pode claro ser visto como um problema de produção e de comunicação entre departamentos. Porém, quero antes acreditar que isto apoia a minha teoria de a obra ir além do comum, e os designs terem um propósito para serem diferentes.

 

 

Hai to Gensou no Grimgar | Juízo Final

Um título que tem tudo para dar errado. Um título que tem tudo para ser mais um no meio de tantos. Ainda assim, é um título que tem ao seu dispor pormenores narrativos e técnicos que o podem levar a ser algo mais. Dito isto, poderá ser um erro ver só um episódio desta obra, mas poderá ser uma perda de tempo ver muito mais que isso.

Deste modo, considero que a obra tem valor suficiente para pelo menos seguir a regra dos três episódios. É seguro afirmar que pelo menos isso devem fazer. Mais que isso deixo ao vosso critério.

No caso de não estarem muito interessados em perder tempo com a “regra dos três”, a obra é pequena. Em pouco tempo a análise ficará disponível no nosso humilde cantinho, e assim já poderemos recomendar a obra de forma mais sólida.

 

Hai to Gensou no Grimgar | Trailer