Bleach Capítulo 678 – “The Future Black”
As palavras que durante tanto tempo esperamos ouvir, acabaram por não passar mesmo disso – simples palavras. A Bankai de Ichigo apesar de ter sido de certa forma libertada, não teve qualquer tipo de efeito. Para quem tem um conhecimento mais ou menos aprofundado sobre Bleach não esperava uma transformação incrível e complexa no que diz respeito à Bankai do protagonista. Ainda assim, e mesmo sendo uma transformação completamente lógica em termos de utilidade (as duas espadas sobrepostas, com um dos poderes a proteger o núcleo), o design deixou um pouco a desejar. Até a simples Tensa Zangetsu original teve mais impacto desde a primeira vez que a vimos.
Felizmente Yhwach não deixou este “espetáculo” prosseguir, quebrando de forma instantânea a Bankai de Ichigo, deixando-o completamente indefeso. O que nos leva, de novo, ao poder de Yhwach. Até ao capítulo anterior tudo foi formulado de modo a transmitir que a habilidade consistia em espreitar todos os futuros possíveis. Quando na verdade este poder vai muito além de uma espreitadela, ou seja, ele pode de facto e literalmente transformar o futuro.
“Futuro Negro” revela então que não importa o quão Ichigo ou alguém tente mover-se para lutar contra Yhwach, só conseguirá ir até onde este o deixar. Ele deixa isso claro ao observar que a Bankai de Ichigo é um poder assustador, tendo terminado a brincadeira nesse ponto. Claramente Yhwach sabia que se a Bankai prosseguisse o cenário haveria de mudar e muito. Esta explicação aparece assim um pouco de forma súbita pois, no meu entender, em nenhum ponto foi dada a pista de que Yhwach possuía tal capacidade, sendo que durante o seu caminho até este ponto, muitas foram as vezes que ele se encontrou entre a espada e a parede.
Bleach Capítulo 679 – “The End”
O futuro negro trouxe-nos o início do fim. E com ele vem um aprofundamento do funcionamento dos poderes do inimigo. Como se esperava, e tal como ele confirma na introdução deste capítulo, os poderes dele são da mesma natureza que os da Orihime. Porém, são extremamente limitados quando comparados com os de Yhwach. Ainda assim tornam-na numa das mais importantes variáveis nesta narrativa, sem nunca ter sido considerado tal. Não sabemos a extensão dos poderes atuais dela, nem o quanto podem fazer. Sabemos apenas que o seu poder varia conforme a intensidade da sua vontade e desejo e que estes têm a capacidade de rejeitar qualquer acontecimento, até a morte. Tendo tudo isto em consideração, penso que está na altura de Orihime se tornar no relevo para o qual foi desenhada.
A segunda parte do capítulo entra por caminhos nada saudáveis para a narrativa. Nem para a narrativa, nem para as personagens envolvidas. Juugo e Ishida. Duas incríveis personagens, ambos detentores de um interessante misticismo aliado a uma cativante personalidade. Ambos grandes jogadores nesta batalha e, acima de tudo, dois grandes puros Quincys. Foram retratados como tal, mas a forma apressada e pouco complexa com que nos foi borrifada a componente dos Schrift deles não passa de uma comédia seca difícil de passar na garganta. Um dos Schrifts tem o poder de colocar todo o infortúnio sofrido no oponente, e o outro tem o poder de rejeitar tudo o que aconteceu, ambos em determinadas áreas. Que batalha interessante… ou melhor, que batalha interessante poderia ter acontecido entre estas duas personagens. Mas bem, talvez num universo alternativo este infortúnio tenha sido rejeitado.
Bleach Capítulo 680 – “The End 2”
Só pela capa, este último capítulo já vale muito. Ou devo antes dizer, este capítulo só vale pela capa? Sem mais demoras, vamos lá ao que interessa. Esta primeira página é magnífica por duas razões, primeiro porque anuncia o tão esperado fim de Bleach, deixando-nos a matutar como irá isto terminar em tão pouco tempo. E em segundo por causa da magnífica ilustração, de uma personagem não tão magnífica quanto isso.
O início do capítulo leva-nos de novo à clássica cena de Ichigo a perder os poderes depois de ter conseguido obter habilidade suficiente para derrotar o inimigo. Sendo que a grande diferença desta vez prende-se ao facto de Ichigo nem sequer ter conseguido derrotar o oponente. E mesmo assim, este foi de longe o pormenor que mais me incomodou durante o capítulo.
Deixando a conversa de Ishida de lado, que apesar de ser uma boa resolução para a personagem encontra-se completamente forçada e deslocada. Assim sendo vamos abordar aqui um ponto que até sinto que acabou por passar despercebido ao olhar do leitor. É impressão minha ou Gerard acabou de ser derrotado convenientemente pelo facto de Yhwach começar a absorver todos os poderes que tinha fornecido? É que se isto for realmente verdade, Gerard torna-se num literal plot device que serviu apenas para mostrar a Bankai do Kenpachi e a maturação de Hitsugaya, bem como para humilhar o grupo dos Vaizards que tiveram direito a meia dúzia de painéis.
Enfim, entristece-me ver que o desastre não conseguiu ser evitado e que, com apenas meia dúzia de capítulos para terminar, a história de Bleach irá mesmo ficar inacabada. A batalha, mesmo não tendo sido a final (muito provavelmente), provou ser apenas momentaneamente bonita visualmente e maioritariamente anti-climática. Uma boa forma de dar um rumo lógico e interessante a esta sequência final seria se, por exemplo, Aizen utiliza-se o Hōgyoku e com o auxílio de Urahara e Orihime o integrassem em Ichigo. Com a ajuda do instrumento em que mais de 50% da narrativa de Bleach andou a ser desenvolvida, seria atingida uma resolução, onde Ichigo iria ser o primeiro Ser a transcender realmente todas as espécies, conseguindo de forma lógica justificar a derrota do poder absurdo de Yhwach.
Quais são as vossas teorias para o término de Bleach? Como gostariam de ver esta obra partir? Partilhem as vossas opiniões na secção dos comentários.